Por Mateus Silva Alves
Dallas – Ele pode não admitir, mas não há como negar: em Londres, a seleção brasileira será Thiago Silva e mais 10. A conta certa seria Thiago Silva, Neymar e mais 9. Um dos melhores zagueiros do mundo, o jogador do Milan é um homem em quem Mano Menezes confia demais, tanto que deu a ele a emblemática faixa de capitão.
Com a experiência de ter participado da frustrante campanha olímpica do Brasil em 2008, Thiago terá a missão de liderar a turma de Mano em mais uma tentativa brasileira de finalmente conquistar a medalha de ouro. E ele pretende fazer isso à sua maneira, sem tentar se impor na base do grito.
“Tem de saber o modo de falar com todo mundo. Tem jogador que aceita de uma forma e jogador que aceita de outra. De repente você não pode levantar a voz para um Neymar, mas pode levantar para um Lucas, cada um reage de um jeito diferente. Principalmente nos momentos difíceis que a equipe atravessa, você tem de ser o mais tranquilo. E isso não é uma coisa fácil”, afirma o defensor.
Novo líder do grupo, Thiago Silva aproveita sua ascendência sobre os jogadores para pregar um discurso de humildade depois das boas vitórias sobre Dinamarca e Estados Unidos. “É preciso manter a humildade para desfrutar desse momento bom que estamos vivendo. Não são duas vitórias que vão mudar nosso ambiente, temos de jogar da mesma forma que temos feito, com confiança”.
Único remanescente do grupo que levou o bronze nos Jogos de Pequim, o zagueiro acredita que a preparação diferente desta vez trará um resultado diferente em Londres. “Está sendo muito diferente. Não é desde esses dois jogos que o Mano está convocando jogadores com idade olímpica. As pessoas diziam que havia muitos jogadores jovens na deleção e ele respondia que o primeiro objetivo dele era a Olimpíada. Nessa última convocação antes da Olimpíada, foi chamado mais ou menos o pessoal que ele observou antes. O time tem uma base da seleção sub-20 que jogou o Sul-Americano e isso é bom porque você não coloca tantos jogadores jovens que nunca jogaram juntos”.
Apesar da expectativa, o jogador do Milan diz que o título olímpico não será determinante na busca pelo hexa na Copa de 2014. “Se ganharmos a Olimpíada, que nunca vencemos, isso nos dará mais moral, mas não acredito que o time vá se abalar em caso de derrota. Apesar de jovem, o grupo é muito ambicioso, com jogadores que querem algo a mais e não se abatem com as derrotas. Em todos os momentos ruins, principalmente no início, o mais importante foi a amizade dos jogadores”, afirma.