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Tenista que fugiu de tiroteio na Rocinha vive auge com empresário misterioso

Por Da Redação
27 set 2011, 15h31

Morador da Rocinha, Fabiano de Paula vive o melhor momento de sua carreira como tenista, patrocinado por um empresário de jogadores de futebol que prefere se manter no anonimato. Com planos de comprar uma nova casa para a família, ele lembra os momentos difíceis vividos na favela em que ainda reside.

‘Quando eu era criança, um dia teve uma guerra entre dois chefes. Eu estava na rua e saí correndo no meio de um tiroteio. Corri por pelo menos uns 15 minutos sem saber para onde ir. Consegui entrar num bar e fiquei até o dia clarear’, contou o tenista de 22 anos à GE.Net durante o Challenger de Campinas.

De acordo com José Mariano Beltrame, secretário de segurança pública do Rio de Janeiro, o cronograma da entidade prevê a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rocinha, comunidade da Zona Sul da cidade. No entanto, ele não divulgou um prazo.

Para contribuir com a renda mensal de sua família, Fabiano começou a trabalhar como pegador de bolinha em um hotel no Rio de Janeiro e teve o primeiro contato com o tênis ainda criança. Um dos frequentadores do local notou o talento do garoto e o convidou para integrar uma equipe competitiva.

Fabiano disputou seus primeiros torneios profissionais em maio de 2006, mas foi obrigado a parar por falta de condições financeiras em setembro de 2007 e retomou a carreira apenas dois anos depois. Neste período, acabou convocado para servir o Exército.

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Em 2011, o tenista ganhou os primeiros dois títulos de future e passou 12 jogos invicto, já que venceu os torneios na sequência. Apoiado por um empresário de jogadores de futebol que prefere não se identificar, disputou campeonatos em locais requintados, como Campos do Jordão e Costa do Sauípe, além de ter viajado à Colômbia.

ROGERINHO E J. SILVA SÃO EXEMPLOS

No Challenger de Campinas, Fabiano de Paula teve a companhia de Rogério Dutra da Silva e Júlio Silva, dois tenistas de origem humilde que também já foram pegadores de bolinha.

‘Quando disputamos os mesmos torneios, eles me dão uns toques, a gente treina junto. Eles sabem como é difícil sair de onde a gente saiu, sabem como é difícil estar aqui e procuram mostrar o caminho, dando dicas do que já passaram no Circuito’, contou.

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Rogerinho, que foi boleiro na Copa Davis aos 12 anos e estreou como jogador no torneio em 2011, torce por Fabiano. ‘Ele tem que levar como exemplo e acreditar nos sonhos. Trabalhando duro, todo mundo pode chegar’, disse.

‘Foi bem diferente, nunca imaginei conhecer esses lugares. Tenho que agradecer muito ao meu patrocinador, que me ajuda a viajar. Estou tendo uma oportunidade única e vivo o meu melhor momento. Quero aproveitar e subir cada vez mais no ranking para conhecer novos países e pessoas’, afirmou.

Desde que iniciou sua carreira, Fabiano de Paula ganhou US$ 18.087,00 em premiações. Em 2011, conquistou US$ 10.175,00. Como o custo para jogar tênis com pouco apoio é considerável, ele ainda tenta reunir condições de ajudar sua família de forma significativa, mas diz não ter planos de deixar a Rocinha.

‘A gente trabalha duro e a recompensa vem vindo. Precisei pagar algumas viagens na época em que o patrocínio estava um pouco duvidoso e só agora estou conseguindo juntar algumas coisinhas. Tento administrar o dinheiro da melhor maneira possível e não gastar com besteiras para que no futuro possa comprar uma casa’, encerrou.

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