Suspensão é mantida e Rússia está fora do Mundial de atletismo
Escândalo de doping já havia tirado o país da Olimpíada do Rio de Janeiro
O presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Sebastian Coe revelou, nesta segunda-feira, que a Rússia não poderá participar do Mundial de Atletismo de 2017 por causa do escândalo de doping envolvendo o país. O dirigente e ex-corredor britânico explicou a decisão durante conselho da IAAF na França, garantindo que a Rússia não poderá participar de nenhuma competição antes de novembro. O Mundial de Londres acontece em agosto.
Coe, bicampeão olímpico dos 1500 metros, fez o anúncio depois de o conselho aprovar a manutenção da suspensão. Rune Andersen, presidente da força-tarefa da IAAF, acrescentou que, embora tenha havido “reuniões produtivas” com as autoridades russas, o país ainda “não está pronto”.
A IAAF suspendeu a Rússia de todas as competições internacionais em novembro de 2015 após um relatório da Agência Mundial Antidoping apontar um grande esquema de uso de substâncias proibidas e acobertamento de resultados positivos em exames, com participação do governo russo.
Desde então, dirigentes do atletismo russo foram banidos, e novos relatórios detalharam o esquema. Os representantes do atletismo ficaram fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o que causou revolta em atletas de renome, como Yelena Isinbayeva.
Desde fevereiro de 2016, os testes na Rússia passaram a ser supervisionados pelo Agência Antidoping da Grã-Bretanha porque a entidade russa foi proibida de fazê-lo por acusações de corrupção. Além disso, a IAAF definiu diretrizes para atletas russos competirem sob uma bandeira neutra.
Nesta segunda-feira, IAAF também anunciou o “congelamento” das naturalizações de atletas, ao observar um número crescente de esportistas que solicitaram a mudança de nacionalidade. Coe chegou a comparar a situação com o mercado de transferências do futebol. “Falei com muitas federações que regularmente recebem uma lista de atletas que estão ‘disponíveis’. Isso não pode ser um sistema sustentável.”
Atletas do Quênia e da Etiópia estão entre aqueles que frequentemente se mudaram para representarem outros países. Ruth Jebet, nascida no Quênia, venceu a prova de 3.000 metros com obstáculos nos Jogos Olímpicos de Rio competindo pelo Bahrein, país que levou a prata na maratona com Eunice Kirwa, que também nasceu no Quênia.
(com Estadão Conteúdo e AFP)