O meio-campista Valdívia retorna ao Brasil na próxima segunda-feira, depois de aproveitar o final de semana no Chile para esquecer o trauma do seqüestro relâmpago que sofreu na noite desta quinta-feira, na Zona Oeste de São Paulo. De acordo com o gerente de futebol do Palmeiras, César Sampaio, que passou por situação semelhante em 1993, a volta ao trabalho é o momento em que o jogador precisa de mais cuidados.
Durante a madrugada, a diretoria do Palmeiras mandou um segurança ao encontro do jogador, mas César Sampaio só tomou conhecimento do fato na manhã desta sexta, sem se incomodar com a viagem de última hora: ‘Ele priorizou a família e nós queremos que ele esteja bem para render. É um quadro delicado, de ameaças. O cara tem uma atitude desequilibrada e pode causar uma tragédia para você e sua família’.
Ex-jogador de destaque com a camisa do Palmeiras, o atual gerente de futebol sofreu baque semelhante em 1993, quando defendia as cores da própria equipe: ‘Sofri esse seqüestro, que hoje chamam de relâmpago, em 93, e fiquei mal um tempo. Quando você não está bem, isso influencia diretamente no seu rendimento. Essa infelizmente é a nossa realidade’.
‘Eu morei no Japão e falava com o pessoal dos fenômenos naturais como terremoto e tsunami, que era difícil entender aquilo por ser brasileiro. Aí eles falavam que no Brasil a gente morria no farol. Não tem fórmula para evitar. Me parece que nem sabiam que era o Valdívia, mas o ideal é não se expor. Em determinados horários é melhor se preservar’, comentou o dirigente, recitando a cartilha para se proteger mais eficazmente dos criminosos.
A partir do momento em que Valdívia retornar ao Brasil e treinar com o grupo do Palmeiras visando à quinta rodada do Campeonato Brasileiro (ele está suspenso do compromisso diante do Grêmio, pela Copa do Brasil), Sampaio entende que o ‘carinho’ dos palmeirenses será crucial: ‘O que diferencia o meu caso do dele na parte emocional é que eu estou no meu país, ele não. Temos que trabalhar com cuidado