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Ronaldo, um fenômeno: 40 anos em 40 atos

Do garoto pobre e dentuço de Bento Ribeiro ao símbolo de redenção no esporte. Fatos e imagens que marcaram a vida do maior camisa 9 da história

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h59 - Publicado em 22 set 2016, 08h49

Fenômeno. O apelido surgido na Itália define Ronaldo com precisão semelhante àquela que o ex-atacante exibiu em suas finalizações, dribles e arrancadas. O maior camisa 9 da história do futebol completa 40 anos nesta quinta-feira e, mesmo cinco anos depois de sua aposentadoria, segue sendo uma figura gigante – sem qualquer referência à forma física bem menos atlética. Ronaldo foi mesmo fenomenal e revolucionou o universo esportivo com seu talento e carisma. O craque nascido no subúrbio carioca assumiu, ainda bem jovem, a condição de ídolo mundial e se acostumou à marcação cerrada das câmeras e microfones. Virou garoto-propaganda do bom futebol e de uma infinidade de marcas que queriam associar seus nomes à do dentuço mais querido do planeta. E encarnou várias vezes a figura do herói, sobretudo ao cair de forma retumbante diante de lesões para depois ressurgir como o artilheiro da seleção brasileira pentacampeã do mundo. Ronaldo foi fantástico, jamais santo: mulherengo e festeiro, também fez a alegria de papparazzi e revistas de fofoca com seus exageros e confusões. Mas sempre soube se reerguer, graças à sua qualidade para fazer gols e o magnetismo com o qual ainda conquista torcedores. Dos primeiros chutes à vida de aposentado, apresentamos a trajetória do Fenômeno em fatos, fotos e vídeos:

Ronaldo em 7 capas de VEJA: promessa, colapso, escândalo, redenção, boa vida, barraco e…barrigão

1 – Bento Ribeiro

Ronaldo Luís Nazário de Lima é o mais novo dos três filhos de seu Nélio e dona Sônia, que se conheceram na época em que trabalhavam na Telerj e, durante a infância do jogador, foram camelô e atendente de sorveteria, respectivamente. Ronaldo nasceu, na verdade, em 18 de setembro de 1976, mas seu pai o registrou apenas quatro dias depois – com medo de ser punido pelo cartório, disse que a criança havia nascido no dia 22, data na qual Ronaldo, de fato, celebra o aniversário. Apelidado de “Dadado” pelos familiares, Ronaldo e os irmãos Ione e Nelinho cresceram em Bento Ribeiro, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, em condições humildes. O futebol sempre esteve presente na família de flamenguistas e mudaria o destino de Ronaldo ainda bem cedo.

Ronaldo - Infância

2 – São Cristóvão

O jovem dentuço – recebeu o desagradável apelido de “Mônica” (a personagem das histórias em quadrinhos de Mauricio de Sousa) no colégio – e ainda franzino iniciou a vida no esporte jogando futsal no Valqueire e no Social Ramos, clubes da região, em que desenvolveu a habilidade com a bola. Ele chegou a passar em uma peneira no Flamengo, mas, sem condições de bancar as passagens de ônibus, desistiu do clube do coração. O salto para os gramados aconteceu no São Cristóvão, onde rapidamente chamou a atenção. Coincidentemente, um histórico craque da seleção ajudou a tirar Ronaldo do anonimato: Jairzinho, o “furacão” da Copa de 70, assistiu a uma partida do clube, se encantou com o menino e sugeriu que os empresários Reinaldo Pitta e Alexandre Martins comprassem seu passe. O sucesso já batia à porta do garoto, então conhecido como “Ronaldo Luís”.

Ronaldo como jogador do São Cristóvão F.R., no início de sua carreira

3 – “Menino Ronaldo” do Cruzeiro

Ronaldo foi oferecido por seus empresários a São Paulo e Botafogo, mas foi o Cruzeiro o único a aceitar a proposta de cerca “míseros” 7.000 dólares pelo atacante. Com apenas 16 anos, Ronaldo já fazia parte do elenco profissional da equipe mineira. Em 5 de agosto de 1993,  marcou, de cabeça (seu fundamento mais falho), o primeiro gol de sua carreira, contra o Belenenses, de Portugal, em uma excursão à Europa. Pelo Cruzeiro, Ronaldo marcou 44 gols em jogos oficiais e foi campeão mineiro em 1994.

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O jogador Ronaldo, com a camisa do Cruzeiro - 14/01/1994

 

4 – Pesadelo de Rodolfo Rodríguez

Um dos jogos mais memoráveis de Ronaldo pelo Cruzeiro foi também um dos piores da carreira do goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez. Então com 17 anos, o atacante marcou cinco gols na goleada por 6 a 0 sobre o Bahia, no Mineirão, no Brasileirão de 1993. O lance que ficou famoso: Ronaldo aproveitou uma bobeada do experiente goleiro, roubou-lhe a bola com muita malandragem e marcou o gol.

 

5 – Primeira convocação

Não demorou para que a torcida da seleção brasileira, que sofria com 24 anos sem um titulo mundial, cobrar a presença de Ronaldo no time. A primeira chance veio em março de 1994: entrou no segundo tempo na vitória por 2 a 0 sobre a Argentina, em Recife, no lugar de Bebeto, autor dos dois gols do jogo. O primeiro de seus 67 gols pela seleção saiu em Florianópolis, na vitória por 3 a 0 sobre Islândia, em maio, às vésperas da Copa do Mundo dos Estados Unidos.

O jogador Ronaldo no Cruzeiro - 1994

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6 – Espectador no tetra

Pouco mais de um ano depois de se profissionalizar, o artilheiro franzino e dentuço venceu a concorrência com o experiente Evair, do Palmeiras, e recebeu do técnico Carlos Alberto Parreira a chance de disputar uma Copa do Mundo. Nos EUA, o então camisa 20 não saiu do banco de reservas, e foi uma testemunha de luxo do tetracampeonato. Ali, ganhou o apelido de Ronaldinho – no time havia o xará Ronaldão, zagueiro.

O jogador Ronaldo filma o jogo da Seleção Brasileira contra a Itália, na Copa do Mundo de 1994

7 – Aventura holandesa

Logo depois de assistir ao show de Romário na Copa, Ronaldo seguiu os passos de seu antecessor. O Cruzeiro aceitou uma proposta de 6 milhões de dólares (maior negociação da história do futebol brasileiro na época) do PSV Eindhoven, time holandês por onde passou Romário. Ronaldo se apresentou ao mundo com gols, dribles e arrancadas e conquistou um título, a Copa da Holanda, em 1996. Foi no clube de Eindhoven que atuou com aquele que considera seu melhor parceiro: o belga Luc Nilis. “Ele me passava todas as bolas”, repetiu Ronaldo em diversas entrevistas.

8 – Medalha olímpica

O sucesso na Europa elevou o status de Ronaldo, que chegou à Olimpíada de Atlanta-1996 como principal esperança do Brasil que buscava o ouro inédito no futebol. Ainda sem a camisa 9 e com o nome “Ronaldinho” grafado, o atacante se destacou na campanha com cinco gols, mas não evitou a derrota para a Nigéria, do carrasco Kanu, na semifinal. A seleção ficou com a medalha de bronze.

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O jogador Ronaldo durante jogo contra Portugal, em partida válida pela disputa da medalha de bronze dos Jogos Olímpicos de Atlanta - 02/08/1996

9 – Barcelona

Ronaldo seguiria novamente os passos de Romário: logo após a Olimpíada, o Barcelona pagou 20 milhões de dólares ao PSV para contratar o atacante mais promissor do futebol mundial. O efeito foi imediato: só no segundo semestre de 1996, Ronaldo marcou 17 gols em 20 jogos. Terminaria o ano eleito, pela primeira vez, o melhor jogador do mundo pela Fifa, aos 20 anos. Em sua única temporada no clube catalão, Ronaldo marcou 47 gols e conquistou a Copa do Rei e a Recopa Europeia – na decisão do torneio continental, marcou o gol do título sobre o PSG.

10 – Arrancadas

Ronaldo vestiu a camisa do Barcelona no auge de sua forma atlética e foi justamente na temporada 1996/1997 que o camisa 9 deu as arrancadas mais devastadoras de sua carreira. Diante do Compostela, Ronaldo marcou um gol que representou todas as suas maiores qualidades: condução de bola, explosão, drible e finalização perfeita. A imagem de seu treinador, o inglês Bobby Robson, incrédulo após a jogada deu volta ao mundo. Na celebração, Ronaldo abraçou o companheiro Pep Guardiola, que sempre o considerou um dos maiores de todos os tempos.

11 – Dupla Rô-Rô

Os jogadores da Seleção Brasileira, Ronaldo e Romário durante torneio na Arábia Saudita - 22/12/1997

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Em 1997, Ronaldo viveu, possivelmente, o melhor ano de sua carreira. Assim como nos clubes, seu rendimento na seleção também foi excepcional  e histórico, graças a uma parceria que poderia ter dado muito mais frutos ao futebol. Ronaldo e Romário foram, enfim, escalados juntos e demonstraram sintonia perfeita  que chegou a ser comparada à de Pelé e Garrincha. Com os geniais camisas 9 e 11, o Brasil venceu, com sobras, a Copa América na Bolívia e a Copa das Confederações na Arábia Saudita (na final da última, 6 a 0 sobre a Austrália, com três gols de cada). No entanto, o destino – e a implicância de Zagallo e Luiz Felipe Scolari com o Baixinho  impediria que a dupla atuasse nas Copas de 1998 e 2002. Ronaldo e Romário tabelaram em 19 jogos, com 14 vitórias, três empates e duas derrotas, 19 gols do camisa 11 e 15 do camisa 9, entre 1997 e 1999.

12 – Fenômeno na Itália

A excepcional primeira temporada dava a entender que Ronaldo teria uma longa carreira no Barcelona. No entanto, desentendimentos entre seus empresários com o presidente do clube, José Luiz Núñez, e uma proposta tentadora da Itália encerraram a lua-de-mel na Catalunha. O Barcelona não aceitou dar a Ronaldo o aumento desejado e o artilheiro, a contragosto, acertou com a Inter de Milão, clube que sonhava em contratá-lo desde os tempos de Cruzeiro, por 32 milhões de dólares. O receio virou amor: desde o início de sua trajetória em Milão, Ronaldo foi coberto de carinho pela torcida e retribuiu com muitos gols. O apelido “Fenômeno” pegou, e Ronaldo deixou de ser uma promessa. No fim de 1997, levou o prêmio de melhor do mundo da Fifa pela segunda vez. No ano seguinte, conquistou seu único título pela equipe, o da Copa da Uefa, com uma atuação espetacular contra a Lazio.

O jogador Ronaldo atuando na Internazionale de Milão - 25/11/1997

13 – Estrela de marketing

Não é exagero dizer que Ronaldo revolucionou o marketing esportivo mundial, assim como fizeram Muhammad Ali, Michael Jordan ou Mike Tyson em suas épocas. Mal se tornou maior de idade, Ronaldo assinou seus primeiros contratos milionários, com Ambev e Nike  parcerias que duram até hoje. A marca americana de material esportivo, consagrada em outros esportes, investiu pesado no futebol no meio da década de 90 e apostou na seleção brasileira e em seu principal jogador como chamariz. O sucesso fez com a Nike criasse uma linha especial para Ronaldo, lhe desse um contrato vitalício e até erguesse uma estátua sua na sede da empresa, em Beaverton, nos EUA. Durante seu período mais difícil, Ronaldo aproveitou para capitalizar e melhorar sua imagem: orientado por Rodrigo Paiva, seu assessor pessoal e conselheiro entre 1998 e 2005, o jogador passou a fazer campanhas humanitárias  e, claro, a divulgar tudo o que fazia. Em 1999, por exemplo, Ronaldo se tornou embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU), viajou ao Kosovo e desfilou em tanque de guerra por áreas devastadas pela guerra. Até mesmo sua clássica comemoração de gol, o dedo indicador apontado para cima, era uma referência a uma cervejaria, “a número 1”.

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14 – Camisa 9

Em sua primeira temporada em Milão, Ronaldo vestiu a camisa 10, pois a 9 pertencia ao chileno Ivan Zamorano, que se negou a cedê-la. Mas em 1998 a pressão foi maior. A Nike, que já tinha uma linha exclusiva para Ronaldo, a R9, passou a patrocinar a Inter de Milão e o número dos goleadores passou para Ronaldo – a 10 foi para outro craque, Roberto Baggio, e Zamorano teve de se contentar com a 18. O chileno, porém, teve uma grande sacada: com um esparadrapo, colocou um sinal de mais entre os números (1+8), para demonstrar sua insatisfação.

15 – Copa de 1998 – Gols e a convulsão

Ronaldo chegou à Copa da França com apenas 21 anos e uma enorme responsabilidade. Era o melhor jogador do mundo e, na ausência de Romário (cortado por lesão), assumiu quase que por completo a missão de marcar os gols da equipe que buscaria o penta. Até a decisão, cumpriu as expectativas: marcou quatro vezes e teve ótimas atuações, sobretudo contra Dinamarca e Holanda, em parceria afinada com Rivaldo. No dia da final, porém, o incidente histórico: Ronaldo sofreu uma convulsão na concentração da seleção. Seu companheiro de quarto, Roberto Carlos, ficou apavorado ao ver o amigo espumando e se contorcendo e correu para avisar os companheiros e a comissão  Edmundo, Leonardo e Cafu também presenciaram a crise. Ronaldo retomou a consciência, mas parecia atordoado. A notícia deixou todos os integrantes assustados e Ronaldo foi levado a uma clínica para realizar exames. O time foi sem ele para o Stade de France e o técnico Zagallo chegou a confirmar a escalação com Edmundo no lugar de Ronaldo. O camisa 9, porém, chegou a tempo no vestiário, disse que estava se sentindo bem e que iria jogar. O médico Lídio Toledo e Zagallo concordaram e Ronaldo entrou em campo. Pouco fez, assim como os companheiros, na derrota por 3 a 0 para a anfitriã França. Até hoje o caso é cercado de mistério (os rumores vão dos motivos que teriam levado Ronaldo ao problema de saúde até a estapafúrdia tese de que o Brasil teria perdido de propósito para a França). Ronaldo teria de esperar quatro anos por sua redenção.

Ronaldinho, com a chuteira pendurada no pescoço, desolado, após a derrota contra a França por 3 a 0 na final da Copa do Mundo - 12/07/1998

16 – Os amores

Ronaldo não era um grande galã da bola, mas, carismático e milionário, teve muitas mulheres na sua vida. Da primeira namorada, Nádia (dos tempos de Cruzeiro) até a atual, a modelo Celina Locks, o atacante viveu grandes amores. Teve um breve caso com Vivi Brunieri, que aproveitou a situação e criou um grupo musical (As Ronaldinhas), no fim da década de 90. Pouco depois, Ronaldo engatou um romance duradouro e badalado com a modelo Susana Werner (hoje mulher do goleiro Júlio César), durante o auge de sua carreira. Na sequência, Ronaldo se encantou por outra bela loira, Milene Domingues, então conhecida como a “rainha das embaixadas”. Meses depois, se casaram e tiveram um filho, Ronald. Entre crises e acusações de traição, o casamento durou quase quatro anos. Solteiro, Ronaldo curtiu a vida com diversas modelos nos tempos de Real Madrid até se apaixonar novamente, desta vez por uma morena: Daniela Cicarelli. A paixão foi arrebatadora, com direito a tatuagens, declarações de amor em público e um casamento espetacular em um castelo na França. Mas tudo ruiu em poucos meses, após Cicarelli sofrer um aborto e acusar Ronaldo de infidelidade. O relacionamento mais duradouro foi com a estudante de engenharia Bia Antony, com quem casou e teve duas filhas, entre 2007 e 2012. Depois, ainda teve um romance longo com a DJ Paula Morais.

 

17 – Copa América e um novo ‘Rrrrrronaldinho’

Passada a decepção da Copa da França e já sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o Brasil voltou a encantar os torcedores com uma equipe superofensiva que venceu a Copa América de 1999, no Paraguai. Com cinco gols (um deles na final contra o Uruguai), Ronaldo dividiu a artilharia do torneio com Rivaldo. Para alegria do narrador Galvão Bueno, que teria mais um “R” para puxar nas narrações em altos decibéis, a competição viu nascer outra grande estrela: Ronaldinho Gaúcho. Foi por causa do sucesso da revelação do Grêmio, inclusive, que o camisa 9 foi, aos poucos, deixando de ser chamado de Ronaldinho.

18 – A Ferrari da discórdia

Uma aquisição de Ronaldo causou grande confusão em 1999, numa época em que os carrões importados ainda não eram uma grande moda entre os boleiros. Ele comprou uma Ferrari, modelo 355 F1 Berlinetta, e disse estar realizando “um sonho de criança”. Ronaldo desfilou sua máquina vermelha pelas ruas do Rio até ser bombardeado por críticas por sua ostentação exagerada. Em sua edição de 16 de junho daquele ano, a revista VEJA revelou um acordo entre o jogador e a concessionária paulista de onde o carro saiu: ele obteve 20% de desconto (pagou 400.000 e não 500.000 reais) em troca da divulgação da Ferrari e da loja, em fotos que rodaram o mundo. Meses depois, chateado com a repercussão, Ronaldo se desfez do carrão.

Ronaldo com uma F355 da Ferrari - 1999

19– Dor e comoção 

Roma, 12 de abril de 2000. A imagem de Ronaldo desabando, gemendo de dor, no gramado do estádio Olímpico de Roma comoveu o mundo todo. O camisa 9 da Inter de Milão retornava ao futebol depois de cinco meses afastado por outra lesão no joelho e, em uma de suas primeiras arrancadas, rompeu o ligamento do tendão patelar direito. Até mesmo os adversários se assustaram com o estalo e com o choro do melhor jogador do mundo. A Inter perdeu aquela final da Copa Itália para a Lazio por 2 a 1, mas a cena que ficou para a história foi o drama de Ronaldo. Operado imediatamente, o atacante desafiou o prognóstico de médicos que diziam que sua carreira em alto nível havia chegado ao fim.

20 – O retorno

Ronaldo demoraria longos 15 meses até voltar a balançar as redes novamente. Neste período, duas pessoas ganharam notoriedade: o médico francês que o operou, Gerard Saillant, e seu fisioterapeuta pessoal, Nilton Petrone, o Filé. Na volta à Inter, no fim de 2001, Ronaldo teve boas atuações, que por pouco não levaram a equipe de Milão ao título da temporada, perdido na última rodada para a Juventus. Ele não participou de nenhuma partida das eliminatórias para a Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão, mas ganhou uma chance do técnico Luiz Felipe Scolari (que abriu mão do indisciplinado Romário). Ainda recuperando a melhor forma, Ronaldo superou todas as expectativas no Mundial de 2002 e entrou de vez para o grupo dos maiores de todos os tempos. 

O jogador Ronaldo se recupera de cirurgia feita no joelho, nos corredores do hospital de Salpêtrière, na França - 03/12/1999

 

21 – Yokohama, 30/06/2002

Ronaldo marcou oito gols na campanha do pentacampeonato na Ásia. Na semifinal, decidiu o jogo duríssimo contra a Turquia com uma jogada individual que terminou com um histórico toque de bico. Foi na decisão, porém, que Ronaldo coroou seu renascimento com os dois gols da vitória sobre a Alemanha. No primeiro, aproveitou o rebote de Oliver Kahn no chute de Rivaldo para empurrar para as redes. No segundo, completou uma linda jogada  passe de Kleberson e corta-luz de Rivaldo  com uma finalização no canto esquerdo do alemão. O trauma da convulsão e das lesões ficara no passado; Ronaldo era um herói nacional incontestável.

22 – Penteados

O visual sempre fez parte da estratégia de marketing do Fenômeno. O Cabelo Raspadinho, Estilo Ronaldinho (nome do axé do grupo Chiclete com Banana) foi sem dúvida seu “corte” mais marcante, mas durante a Copa de 2002 ele inovou: para acabar com os rumores sobre uma possível lesão, inventou o corte “Cascão” (pela semelhança com o personagem da Turma da Mônica). O topete bizarro lhe trouxe sorte na semifinal e na decisão e se tornou moda em todo o Brasil. Já no fim de carreira, no Milan e no Corinthians, Ronaldo voltou a mudar o look ao deixar os cachos crescerem  e, claro, faturar mais um pouco, com patrocínio de produtos para o cabelo.

Especial Ronaldo 40 anos

23 – Rivaldo: sintonia perfeita (em campo)

Ronaldo e Rivaldo têm personalidades completamente distintas: o primeiro, expansivo e carismático, enquanto o segundo era avesso aos holofotes. Em comum, o incrível talento com a bola. Apesar do individualismo de ambos, a dupla se entendeu muito bem em campo. Na Copa de 1998, já trocaram assistências e brilharam intensamente até a final. Na Ásia, foram tão espetaculares que o ciúme chegou a atrapalhá-los, a ponto de Felipão ter de convocar uma reunião para encerrar a rivalidade interna entre os camisas 10 e 9. O sonho do penta estava acima de qualquer meta individual: com Rivaldo e Ronaldo inspirados, o Brasil bateu a Alemanha. O troféu de melhor da Copa, decidido antes da final, foi para o goleiro alemão Kahn, mas, no mundo todo, discutiu-se se deveria ter ficado com Rivaldo ou Ronaldo.

24 – Madrid

Ronaldo estava novamente no topo do futebol mundial após a conquista em no Japão. Mas, para a tristeza dos torcedores da Inter de Milão, que tanto o aguardaram durante as lesões, Ronaldo queria deixar a Itália. Teve problemas com o técnico argentino Héctor Cúper e foi seduzido pelos cerca de 45 milhões de euros oferecido pelo Real Madrid. Ronaldo retornaria à Espanha, desta vez para vestir a camisa branca. Foi recebido no Santiago Bernabéu pelo presidente Florentino Pérez e por Alfredo Di Stéfano, o maior jogador da história do clube. Logo em sua estreia, Ronaldo – vestindo a camisa 11,  já que a 9 era do espanhol Fernando Morientes – marcou dois belos gols diante do Alavés.

O jogador Ronaldo é apresentado ao Real Madrid - 2002

25 – Galáticos

Ronaldo permaneceu no Real Madrid de 2002 a 2007, no período mais badalado da história do maior campeão europeu. Com ele, Zinedine Zidane, Luís Figo, Raúl Gonzáles, David Beckham, Iker Casillas e Roberto Carlos, entre outros – e treinados por Luxemburgo por uma temporada -,  o time encantou fãs do mundo todo com um futebol de rara elegância (ainda que não acompanhado de tantos títulos). Pelo Real, Ronaldo venceu o Mundial de Clubes e a Supercopa da Europa, em 2002, e o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha, em 2003.

26 – Bolas de Ouro

Além de dezenas de títulos, Ronaldo conquistou várias artilharias de torneios e troféus individuais, com destaque para os prêmios de melhor jogador do mundo da Fifa, em 1996, 1997 e 2002, e da Bola de Ouro da revista France Football, em 1997 e 2002. No prêmio da Fifa, ainda ficou uma vez em segundo (1998) e outra em terceiro (2003). Em sua época, rivalizou com Zinedine Zidane, que também venceu o prêmio três vezes (1998, 2000 e 2003), ficou em segundo em 2006 e em terceiro em 1997 e 2002.

27 – Quadrado mágico

Ronaldo teve companheiros de primeira qualidade não apenas no Real Madrid, mas também em seus últimos momentos na seleção brasileira. Depois do pentacampeonato, Rivaldo deixou a equipe então dirigida por Carlos Alberto Parreira, mas entraram novos craques. O treinador não hesitou em escalar Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Ronaldo e Adriano, formação que assombrou o mundo entre 2003 e 2006 e ficou conhecida como quarteto mágico – tendo ainda Robinho como opção. O time parecia pronto para conquistar o hexa na Alemanha, em 2006, mas, com Ronaldo e Adriano fora de forma, Ronaldinho e Kaká pouco inspirados, e um time pouco focado, o Brasil caiu nas quartas diante da França. Ronaldo, ao menos, se tornou o maior artilheiro da história das Copas, com 15 gols – sendo superado somente em 2014 pelo alemão Miroslav Klose.

https://www.youtube.com/watch?v=aizJOst5RpY

28 – Roberto Carlos, o melhor amigo

Nenhum jogador atuou tantas vezes ao lado de Ronaldo como Roberto Carlos. A dupla de carequinhas dividiu concentração na seleção brasileira, no Real Madrid e no Corinthians. “Dormi mais com o Roberto do que com qualquer mulher”, brincou Ronaldo, ao falar sobre o melhor amigo, com quem dividia o apreço pela bola e também pelas noitadas. Em 1997, os dois fizeram uma dobradinha no prêmio de melhor do mundo da Fifa, com o atacante em primeiro e o lateral em segundo.

Os jogadores Ronaldo e Roberto Carlos comemoram gol durante partida entre Brasil e Gana, válida pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo, no estádio Westfalenstadion, na Alemanha - 27/06/2006

29 – Balança, a pior inimiga

O jogador Ronaldo durante partida contra a Austrália, válida pela segunda rodada do grupo F da Copa do Mundo de Futebol, realizada na Alemanha - 18/06/2006

“A cada gol que faço, perco um quilo”, brincou o atacante em uma das infinidades de vezes em que teve seu peso contestado. O incrível talento para balançar as redes, de fato, compensava as limitações físicas que o excesso de peso, sobretudo no fim de carreira, lhe proporcionava. Ronaldo é chamado de gordo desde quando era magro – no início, o menino franzino ganhou peso com músculos, exigência europeia. No entanto, depois das lesões (e também das glórias, como o pentacampeonato), o camisa 9 se descuidou. Abusou das noitadas, treinou pouco e, com uma barriga saliente, abreviou suas saídas da seleção brasileira e do Real Madrid. O ex-médico do Corinthians, Joaquim Grava, revelou que Ronaldo se apresentou ao clube, em 2009, com cerca de 115 quilos. Ainda assim conseguiu marcar gols e entrar para a história do clube. Ao se aposentar, disse sofrer de hipotireodismo, uma doença que afeta o metabolismo e poderia explicar seu sobrepeso. Em 2012, Ronaldo topou participar de um quadro do programa Fantástico, da Rede Globo, no qual deveria perder peso e também foi capa de VEJA mostrando, em detalhes, suas novas medidas.

O ex-jogador Ronaldo na capa de VEJA - 03/10/2012

30 – Paizão

Ronaldo tem quatro filhos (todos são a sua cara) e, desde que voltou a morar no Brasil, assumiu o papel de pai coruja. O primogênito é Ronald (de 16 anos), do casamento com Milene Domingues. Em entrevista à edição de 5 de janeiro de 2000 de VEJA, Ronaldo explicou a razão do nome dado ao filho. “Não queria que fosse igual ao meu nome, queria que fosse parecido. Não queria fazer como o Romário, que botou Romário, Romarinho… E também porque a Milene gostou do nome. A gente come muito no McDonald’s, e tem o Ronald McDonald lá. Aí, ficou Ronald”, explicou, em tempos de pouca contestação sobre seu peso. O segundo filho nasceu de uma de suas escapadas, em Tóquio, em 2005: Ronaldo só reconheceu Alexander (11 anos), o filho que teve com a modelo Michele Umezu, cinco anos depois, após exame de DNA. Desde então, o garoto mestiço e de cabelos encaracolados não desgruda dos meio-irmãos. Do casamento com Bia Antony, Ronaldo teve duas meninas: Maria Sophia, sete anos, e Maria Alice, cinco.

Os quatro filhos do ex-jogador Ronaldo: Ronald, Alexander, Maria Sophia e Maria Alice

31 – Zidane, inimigo íntimo

Outro grande amigo que Ronaldo fez no futebol foi também seu maior carrasco, o francês Zinedine Zidane. Os encontros mais marcantes aconteceram na final da Copa de 1998 e nas quartas de final do Mundial de 2006, ambos com vitórias da França sobre a seleção brasileira com show de Zidane. Na primeira ocasião, o camisa 10 francês marcou dois gols de cabeça na famosa noite da convulsão do brasileiro. Na segunda, Zidane deu a assistência para o gol de Henry e ainda desfilou sua elegância, com direito a chapéu em Ronaldo. Nos tempos de Juventus, Zidane também levou a melhor na maioria dos confrontos contra a Inter de Ronaldo. Os dois, no entanto, eram as principais estrelas da equipe de galáticos do Real Madrid e cultivam uma forte amizade. Até hoje, organizam eventos beneficentes anuais no qual se enfrentam os “amigos de Ronaldo x amigos de Zidane”.

Os jogadores Ronaldo e Zinedine Zidane, durante partida entre Brasil e França, válida pelas quartas-de-final da Copa do Mundo realizada na Alemanha - 01/07/2006

32 – Nova ‘traição’ e volta a Milão

Já bastante contestado por seu sobrepeso e com problemas de relacionamento com o técnico italiano Fabio Capello, Ronaldo encerrou sua passagem pelo Real Madrid de forma frustrante. Sem chances na equipe titular, procurou uma nova casa em janeiro de 2007 e acabou retornando  a Milão, mas desta vez para se unir ao lado rubro-negro da cidade. Foi contratado pelo Milan por  7,5 milhões de euros e assim como havia feito com os torcedores do Barcelona ao vestir a camisa do Real Madrid, Ronaldo partiu o coração de seus antigos fãs da Inter, sobretudo quando marcou um gol no clássico e comemorou efusivamente, pedindo os gritos da torcida. Em fevereiro de 2016, em entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport, Ronaldo revelou que pretendia voltar à Inter e chegou a negociar com o clube, mas disse que a equipe deu preferência à manutenção de Adriano – que deixaria o time no ano seguinte. “Aquilo me feriu”, disse Ronaldo.

O jogador Ronaldo, do Milan, durante partida contra o Cagliari, válida pelo Campeonato Italiano, realizada no estádio San Elia, na Itália - 25/11/2007

33 – Ibra, o fã

O craque sueco Zlatan Ibrahimovic é conhecido por sua marra e narcisismo, mas também já viveu seus momentos de tiete. O jogador do Manchester United jamais escondeu sua idolatria por Ronaldo – tinha pôsteres do brasileiro em seu quarto e passava horas vendo seus vídeos para copiar seus movimentos. Uma cena ocorrida antes de um dérbi de Milão retratou perfeitamente a admiração de Ibra, que passou cerca de um minuto apenas observando o seu herói de infância. Cada um marcou um gol na partida e a Inter, de Ibra, venceu o clássico por 2 a 1.

34- O fim?

Muitos pensaram que a carreira de Ronaldo havia chegado ao fim no dia 13 de fevereiro de 2008. Durante o empate em 1 a 1 com o Livorno, em San Siro, Ronaldo subiu de cabeça e, ao descer,  sofreu a ruptura do tendão patelar do joelho esquerdo (a mesma grave lesão que teve na Inter de Milão, mas no outro joelho). Muitos se lembraram de Marco Van Basten, o espetacular camisa 9 holandês e ídolo do Milan, que teve de se aposentar, aos 30 anos, graças a seguidas lesões no joelho. Aos 31 anos, porém, Ronaldo ainda tinha força de vontade suficiente para tentar outra vez. Operado, procurou o clube do coração, o Flamengo, para realizar seu tratamento, com a certeza de que voltaria a celebrar gols.

 

35 – Escândalo

Foi durante o período de recuperação no Rio de Janeiro que Ronaldo viveu o maior escândalo de seus 40 anos de vida. Em abril de 2008, ele deixou uma casa noturna na Barra da Tijuca e foi até um motel com três travestis, em uma noite que terminaria na delegacia. Um dos travestis, Andréia Albertini (que morreria no ano seguinte), acusou o atleta de não ter pagado pelo programa e de ter consumido cocaína. Ronaldo, por sua vez, alegou que pensou estar com mulheres e, ao descobrir que se tratavam de travestis, quis cancelar o programa, mas foi extorquido. O caso abalou a imagem de Ronaldo, que deu uma marcante entrevista ao Fantástico para se explicar: disse que não teve relação sexual naquela noite, jamais consumiu drogas na vida e pediu desculpas à então namorada Bia Antony. Em meio às piadas, Ronaldo seguiu seu tratamento no Flamengo.

A travesti Andréia Albertine, que se envolveu num escândalo com o jogador Ronaldo, durante a Parada do Orgulho LGBT, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP) - 25/05/2008

36 – Nova chance

Tudo levava a crer que a última tentativa de redenção de Ronaldo seria no Flamengo. No entanto, para surpresa geral, o atacante, alegando que o clube rubro-negro jamais lhe fez uma oferta oficial, acertou com o Corinthians, no fim de 2008, quando o clube retornava de uma temporada na Série B. O “contrato” assinado em um guardanapo, durante um café da manhã com o presidente Andrés Sanchez, mudou para sempre os rumos do clube paulista e também trouxe grandes alegrias ao camisa 9. A identificação com os corintianos foi imediata: mesmo bastante acima do peso, Ronaldo marcou gols decisivos, atraiu uma dezena de parceiros comerciais e ajudou o clube a conquistar dois títulos (Paulistão e Copa do Brasil), em 2009. Durante sua passagem, o clube se modernizou: reformou o centro de treinamento e costurou os acordos que culminaram na construção do Itaquerão. Em 2010, já convivendo com pequenas lesões, Ronaldo jogou menos e não conquistou títulos, mas foi a grande estrela do ano do centenário do clube. Por sua importância para o clube, dentro e fora de campo, Ronaldo se eternizou como um dos ídolos da história do Corinthians e chegou a dizer que se tornou torcedor do clube, “mais um do bando de loucos”.

O jogador Ronaldo ergue a taça da Copa Brasil após o empate do Corinthians contra o Internacional que deu o título ao time paulista, no estádio Beira Rio, em Porto Alegre (RS) - 01/07/2009

37 – Alambrado

O gol mais marcante de sua vitoriosa passagem pelo Corinthians foi justamente o primeiro. Em 8 de março de 2009, ainda bastante acima do peso, Ronaldo entrou no fim do clássico contra o Palmeiras e marcou, de cabeça, aos 47 minutos do segundo tempo, o gol que decretou o empate em 1 a 1, pelo Campeonato Paulista. Ronaldo celebrou naquela tarde em Presidente Prudente (SP) mais uma de suas redenções. A celebração com os corintianos foi tamanha que nem o alambrado do estádio resistiu.

38 – O adeus

Depois de ressuscitar tantas vezes para o futebol, enfim, chegou a hora de pendurar as chuteiras. Depois de uma vexatória eliminação corintiana na pré-Libertadores de 2011, diante do colombiano Tolima, em Ibagué, as forças de Ronaldo se esgotaram. No dia 14 de fevereiro de 2011, Ronaldo anunciou sua aposentadoria, aos 34 anos. Disse que já não conseguia mais conviver com tantas dores e revelou que sofria de hipotireoidismo. “Muitos aqui estão arrependidos das chacotas que fizeram em relação ao meu peso. Não guardo magoa de ninguém”, afirmou. “Não me arrependo de nada, honrei sempre tudo que fiz e foi tudo muito maravilhoso. Vou sentir muita saudade. Não sei como vai ser daqui para a frente. Aquela sensação de jogar, de protagonismo. Mas enfim. É hora de olhar para frente”, disse Ronaldo, emocionado, ao lado dos filhos Ronald e Alex.

O jogador Ronaldo anuncia aposentadoria do futebol, durante coletiva em São Paulo (SP) - 14/02/2011

39 – Despedida

Ronaldo ainda poderia se despedir dos fãs em um estádio. Foi no Pacaembu, em 7 de junho de 2011, na vitória por 1 a 0 da seleção brasileira sobre a Romênia. Ronaldo entrou faltando 15 minutos no lugar de Fred, o autor do gol da partida, e levou o público ao delírio com seus últimos passes e finalizações, perdeu um gol feito e foi ovacionado ao apito final. “Muito obrigado por tudo o que vocês fizeram por mim, por me aceitarem do jeito que eu sou, por terem chorado quando eu chorei e sorrido quando eu sorri. Vocês no estádio representaram todo o povo brasileiro, com todo o amor e apoio que me deram durante todos esses anos. Muito obrigado e até breve, mas desta vez fora dos campos”, discursou Ronaldo.

 

40 – Ronaldo multifunção

Ronaldo mal teve tempo para descansar. Pelo contrário, adotou uma vida até mais atribulada do que nos tempos de atleta. Nos últimos cinco anos, o Fenômeno fez de tudo: abriu uma agência de publicidade, a 9ine, foi cartola durante a organização da Copa do Mundo de 2014 (e depois tentou desassociar sua imagem da de Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e cia), cabo eleitoral de Aécio Neves nas eleições do mesmo ano, virou jogador profissional de pôquer, se tornou comentarista (péssimo) da Rede Globo – e jura não ver conflito de interesses em ter de avaliar atletas contratados de sua empresa -, comprou um time de futebol nos Estados Unidos, abriu franquias de escolas de futebol em todo o mundo, entre outras aventuras, além, claro, de cumprir uma rigorosa agenda publicitária. O Ronaldo empresário não obteve uma carreira tão gloriosa como nos gramados, mas segue sempre tentando se reerguer.

O ex-jogador de futebol Ronaldo durante sorteio preliminar para a Copa do Mundo da Rússia em 2018, realizado no Palácio de Constantino, na cidade de São Petersburgo - 25/07/2015

 

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