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Renato Augusto, o capitão sem faixa

Chamado às pressas para a Rio-2016, meio-campista respondeu às críticas iniciais com trabalho, personalidade e liderança. Uma pena estar jogando na China

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 jul 2018, 10h23 - Publicado em 18 ago 2016, 10h01

Renato Augusto personifica a evolução da seleção olímpica, que pode conquistar a medalha de ouro da Rio-2016 no próximo sábado. Chamado às pressas para o lugar do cortado Douglas Costa, foi o último a chegar e, sem ritmo, recebeu impiedosas vaias nas primeiras partidas. O meio-campista de 28 anos, no entanto, assimilou o mau momento e, com entrega em campo e personalidade fora dele, se tornou uma referência do time – um capitão moral, já que a braçadeira está com Neymar. O fato a se lamentar: ao fim dos Jogos, Renato voltará a se “esconder” da seleção adulta na China, onde atua pelo Beijing Guoan desde o início do ano.

Campeão e eleito o melhor jogador do Brasileirão 2015, Renato deixou o Corinthians em janeiro, seduzido pela fortuna oferecida pelos asiáticos. Justificou a saída dizendo que a proposta era irrecusável para um jogador com histórico de lesões graves. Uma decisão controversa, mas absolutamente compreensível. Talvez nem ele mesmo acreditasse que pudesse se firmar na seleção brasileira. Mas foi o que aconteceu.

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Em grande fase no Corinthians, Renato foi chamado por Dunga para a equipe adulta no fim do ano passado. Chorou ao marcar diante do Peru o seu primeiro gol pela seleção. Já jogando na China, foi titular no fracasso na Copa América Centenário, nos Estados Unidos. Agora, Renato luta para ganhar nova chance com Tite, com quem manteve ótima relação durante seus anos em Itaquera. A convocação para os jogos contra Equador e Colômbia, em setembro, acontecem na próxima segunda-feira.

Na zona mista do Maracanã, Tuofan Wu, um jornalista chinês, se destacava vestindo a camisa verde do Beijing Guoan. Perguntado sobre o momento do jogador, foi curto e grosso. “Está jogando bem, mas não o suficiente”. Recentemente, o filho e auxiliar de Tite, Mateus Bachi, foi à China observar os atletas brasileiros no país. Mas é a Rio-2016 que renova as esperanças de Renato de se firmar na seleção principal.  

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Redenção – Ao desembarcar no Brasil, Renato garantiu estar em plena forma, pois “treina mais na China do que fazia no Brasil”. O jogador, porém, foi muito mal nas primeiras duas partidas e foi alvo da fúria da torcida em Brasília. “Não foi a primeira vez e nem vai ser a última. Não me lembro de um jogador que não tenha sido vaiado. Sou criado no Flamengo, estou acostumado”, disse, com extrema serenidade, no Mané Garrincha.

A postura de porta-voz da equipe, protegendo os mais jovens e até mesmo o capitão Neymar, foi muito bem-vista pelos colegas. Seu futebol também cresceu graças a uma mudança tática: com a entrada de Luan no lugar de Felipe Anderson e de Walace na vaga de Thiago Maia, Renato seguiu como segundo volante, mas jogando mais afastado, participando da saída de jogo, sua especialidade.

Liderança – Nas duas últimas partidas, estava à vontade. Em Itaquera, sob os olhares de Tite, foi ovacionado (em boa parte pela torcida corintiana que sente sua falta) e vestiu de vez a braçadeira imaginária. Ditou o ritmo do meio-campo e orientou os mais jovens (chegou a dar uma dura em Gabriel Barbosa, que queria confusão com os colombianos). “Isso é algo natural, o Micale me dá essa liberdade”, disse, na ocasião.

Neste sábado, estava, literalmente, em casa. Nascido e criado no bairro da Tijuca, próximo ao Maracanã, Renato foi a alma do Brasil. Desarmou, municiou os atacantes e vibrou a cada dividida – algo que não se via com tanta frequência. Depois, falou sobre sua relação especial com o estádio (que tem tatuado em seu braço). “Jogar no Maracanã foi especial não só por causa do Flamengo, onde fui muito feliz, mas também porque sempre passava aqui na frente nos tempos de colégio e sonhava em estar aqui dentro. Hoje poderei conquistar um título tão sonhado para o futebol brasileiro neste estádio.”

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Renato, porém, manteve os pés no chão e disse que a equipe não pode se desconcentrar antes da final contra a Alemanha, no próximo sábado, às 17h30, novamente no Maracanã.  “No próximo jogo tudo será apagado, não podemos entrar na euforia do torcedor que quer o ouro e que o time dê espetáculo. Vamos descansar ao máximo para fazer um grande jogo.”

O meia Renato Augusto exibe tatuagem do Maracanã no braço na chegada ao aeroporto de Goiânia (GO)
Renato Augusto tem o Maracanã tatuado no braço e espera conquistar o título sobre a Alemanha no estádio onde cresceu (Eduardo Anizelli/Folhapress)

 

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