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Relembre as polêmicas nos 23 anos de gestão de Ricardo Teixeira

Por Da Redação
12 mar 2012, 13h45

‘O futebol mostra a sua cara. Nova?’ Esta era a manchete de A Gazeta Esportiva em 17 de janeiro de 1989, destacando a eleição de Ricardo Teixeira como presidente da CBF. A notícia também era dada em alusão à convocação de Sebastião Lazaroni, então técnico da seleção brasileira, mas expôs perfeitamente que a entrada de um executivo que não fazia parte do mundo de futebol se devia exclusivamente ao parentesco com João Havelange, que presidia a Fifa e já havia comandado a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), antecessora da CBF. E o então desconhecido dirigente completou 23 anos no cargo, renunciando nesta segunda-feira ao mandato que só terminaria em 2015.

Durante as eleições para definir o comando do futebol brasileiro, Teixeira prometeu: ‘Não vou jogar pesado nem pisar no calo de ninguém’. Era apontado como uma alternativa mais lúcida do que os ofensivos Otávio Pinto Guimarães, que tentava a reeleição na presidência da CBF, e Nabi Abi Chedid, que era vice-presidente. Teixeira era o candidato ideal na opinião até de Pelé.

Muitos calos, porém, foram pisados. De ex-jogadores, incluindo um menosprezo aos feitos do Rei do Futebol, até por quem passou em campo, técnicos, presidente de clubes e televisões, Ricardo Teixeira irritou e abraçou muita gente, brigou e reatou com personalidades.

João Havelange

Ricardo Teixeira tornou-se presidente da CBF pelas mãos do sogro, que presidiu a FIFA entre 1974 e 1998. Quando tinha 19 anos, no Carnaval de 1966, conheceu Lúcia Havelange, filha do dirigente, mas se separou dela em 1997 e a relação com o sogro, já de saída da FIFA, ficou estremecida.

Em 1999, Havelange mostrou seu descontentamento faltando a uma homenagem a ele organizada pela CBF, e a distância dificultou o principal sonho de Teixeira até então: trazer uma Copa do Mundo para o Brasil. Na época, o País estava em plena campanha para receber o Mundial de 2006, e Havelange já se mostrava mais a favor de levar o torneio para a África do Sul. Por fim, a competição ficou na Alemanha.

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Na última década, contudo, Ricardo Teixeira voltou a se aproximar do ex-sogro, ainda muito influente na política do futebol mundial. Com a ajuda de Havelange, conseguiu a organização da Copa do Mundo de 2014, quando o Brasil era candidato único, e entregou a Joana Havelange, sua filha (e neta de João Havelange), a responsabilidade de administrar tudo relativo ao Mundial no Brasil.

Reeleições

A chegada de Teixeira à CBF já foi com uma importante manobra política. Em 1987, a dois anos das eleições, se lançou como candidato apoiado na ideia de, com sua capacidade administrativa de anos no mercado financeiro, montar um calendário melhor. Após o então presidente Otávio Pinto Guimarães abrir mão de sua candidatura por motivos de saúde, o vice-presidente Nabi Abi Chedid, que duvidava publicamente da capacidade de Teixeira, também deixou de concorrer.

Há relatos de que Teixeira, apoiado até pelo técnico Carlos Alberto Parreira, que já sonhava em voltar à seleção brasileira, gastou US$ 178 mil para dar um aparelho de fax para cada uma das federações. Centralizador, ele aproveitou a licença de Eurico Miranda como diretor de futebol da CBF para também exercer esta função, obrigando o dirigente vascaíno a deixar a entidade ainda em 1989.

Sua maior manobra ocorreu logo na tentativa de segundo mandato. Teixeira antecipou de janeiro de 1992 para julho de 1991 a eleição para a presidência da CBF. Desta maneira, evitou que os clubes participassem do pleito, como previa a Lei Zico, então secretário nacional dos Esportes. O próprio ídolo flamenguista classificou a decisão como vergonhosa. ‘A antecipação mostra o caráter de quem está dirigindo o futebol brasileiro’, atacou Zico na época.

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Teixeira tomou posse do novo mandato em 1992. Três anos mais tarde, burlou a Lei Zico e, seguindo o estatuto da CBF, emplacou mais uma gestão contando só com votos de clubes da Série A do Brasileiro, excluindo as agremiações das demais divisões. Durante a campanha para o terceiro mandato, foi acusado de manipular as eleições nas federações estaduais. Quase unanimidade em seu colégio eleitoral, estendeu o período de presidência para sete anos e, atualmente, cumpria o seu quinto mandato à frente da CBF.

Clube dos 13

A relação do cartola com a associação era conflituosa mesmo antes de ele tomar posse na CBF. Em dezembro de 1988, Ricardo Teixeira já afirmava não reconhecer a união dos 13 principais clubes do País, que haviam criado a entidade no ano anterior. O presidente da CBF teve um período de aproximação no final dos anos 90, quando chegou a convidar Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, a chefiar a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1998, na França.

Ambos, porém, tornaram-se publicamente inimigos no ano passado, quando Ricardo Teixeira participou ativamente das eleições da associação indicando o derrotado Kléber Leite. Para limitar o poder dos clubes, passou a distribuir títulos e definir o destino da Taça das Bolinhas, além de se aliar ao Corinthians, peça chave na negociação dos direitos de transmissão do Brasileirão, para enfraquecer o Clube dos 13.

Copa do Brasil

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A competição teve a sua primeira edição organizada exatamente no ano em que Ricardo Teixeira assumiu a CBF, em 1989. Desde então, é apontada como uma das grandes conquistas de sua longa gestão por abranger clubes de todo o País. O torneio, no entanto, foi uma das principais armas para as sucessões do cartola no poder.

Em 1999, mesmo sob críticas, o dirigente fez com que o torneio deixasse de receber apenas campeões estaduais e alguns vice-campeões para ter 50 equipes. Hoje, são 64 times na disputa, garantindo votos de quase todas as federações estaduais pelo prestígio a seus filiados e conquistando a admiração de políticos que passaram a ter mais holofotes aos clubes que montavam em todo o Brasil.

Jogadores

Ricardo Teixeira assumiu uma CBF em péssimas condições financeiras e, no ano seguinte, apostou em um contrato com a Pepsi para a disputa da Copa do Mundo de 1990. A tentativa, no entanto, foi sabotada pelos próprios jogadores, que esconderam com as mãos o símbolo da empresa na foto oficial do time do Mundial em represália à premiação oferecida.

Em campo, os atletas também atrapalharam os planos do cartola, já que caíram nas oitavas de final diante da arquirrival Argentina e protagonizaram a pior campanha do Brasil em Copas desde 1966. Revoltado, o dirigente elaborou semanas depois do torneio uma cartilha de conduta disciplinar na seleção e criticou os membros da equipe de 1990. Chegou a ser ameaçado de processo pelo ex-volante Alemão e o ex-atacante Careca, que se sentiram alvo das acusações de Teixeira de que ‘alguns facilitaram o jogo’ para a Argentina.

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Entre ex-atletas, chamou atenção ao brigar com Zico, irritado com as manobras do dirigente para ‘driblar’ a sua lei. O ex-meia, contudo, aceitou dar uma trégua e viajar à Copa do Mundo da França, em 1998, como auxiliar do técnico Zagallo. Mas o principal jogador da história do Flamengo, clube de coração de Ricardo Teixeira, optou por se distanciar novamente do cartola depois daquele Mundial, mesmo que poupando as palavras críticas ao dirigente.

Na Alemanha, oito anos mais tarde, o dirigente voltou a mostrar o quase desconhecido lado de torcedor ao criticar a farra da preparação da seleção para a Copa do Mundo de 2006, eliminada pela França nas quartas de final. Atacou principalmente a condição física dos astros, comprando briga diretamente com Ronaldo.

O Fenômeno respondeu acusando o dirigente de ter ‘duas caras’, mas a relação entre ambos foi reatada durante uma festa da Traffic, antiga parceira da CBF, em 2010. Em evento que oficializou Ronaldo como membro do comitê paulista para a Copa de 2014, o ex-atacante, hoje empresário de marketing esportivo e atual conselheiro do Comitê Organizador da Copa, conversou aos risos diante das câmeras com o principal executivo do Mundial do Brasil.

Pelé

O Rei do Futebol foi a maior dor de cabeça de Ricardo Teixeira em seus primeiros anos na CBF e custou caro até para a Fifa. Em 1993, Pelé afirmou, em entrevista à revista ‘Playboy’, que a sua empresa, Pelé Sports & Marketing, fez proposta melhor que a da Traffic pelos direitos de transmissão do Brasileirão, mas que perdeu a disputa por se recusar a pagar propina. O ex-jogador ainda acusou o resto dos diretores da entidade de corrupção.

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À revista ‘Veja’, Teixeira respondeu com menosprezo ao ex-camisa 10. Chamou Pelé de ‘esse moço’, disse que o ajudou muito em sua carreira e ameaçou lhe tirar o título de embaixador da Fifa por considerar que ele não era mais reconhecido no mundo. O entrevero tornou-se tão forte que Pelé não apareceu no sorteio das chaves da Copa do Mundo de 1994, mesmo sendo patrocinado por uma empresa de cartões de crédito parceira da Fifa.

As acusações do ídolo brasileiro foram parar na Justiça, que provou a inferioridade da empresa de Pelé em relação à proposta da Traffic. O santista, contudo, mantinha processo contra a CBF por uso indevido de sua imagem em um álbum com os campeões da Copa de 1970 e o clima continuou ruim porque Teixeira, irritado com a nomeação do ex-jogador como secretário de Esportes do presidente Fernando Henrique Cardoso, passou a classificar a Lei Pelé como ‘idiota’.

‘Os clubes perderão o interesse em formar suas divisões de base. Para impedir o êxodo de jogadores é só não aprovarem a idiota Lei Pelé, que só tem como finalidade desestabilizar o futebol brasileiro, que é o melhor do mundo’, declarou Ricardo Teixeira em 1997, durante a discussão da legislação que entrou em vigor apenas em 2001.

Pelé chegou a fazer as pazes no início da década passada para a elaboração de um calendário para o futebol brasileiro. A tentativa não vingou e o ex-atleta, mesmo já sem trocar ofensas publicamente, se manteve tão afastado que não esteve na sede da Fifa, em 2007, no anúncio oficial do Brasil como sede da Copa de 2014. Mas Pelé selou acordo com Teixeira em 2008, virou o jogador com mais títulos brasileiros graças a uma canetada do presidente no ano passado e hoje até o apoia como sucessor de Blatter.

Técnicos da seleção

Novo no futebol, Ricardo Teixeira demorou anos para aprender a lidar com o que era a principal preocupação do povo no esporte quando assumiu a CBF: a seleção brasileira. Sem saber administrar a pressão popular sobre um dos empregados mais cobrados do País, o dirigente precisou de 14 anos para aprender a seguir sua ideia de manter um profissional na função a cada quatro anos, em um ciclo de Copa do Mundo.

Sem conhecer o ramo, Teixeira manteve Sebastião Lazaroni, campeão da Copa América de 1989, como treinador do Mundial em 1990. Ele ouviu o pedido do povo para demiti-lo e trouxe Falcão, um antigo ídolo, que caiu logo após fracassar na Copa América de 1991. Carlos Alberto Parreira, aliado político, entrou e ficou até conquistar o tetra em 1994 e, como Teixeira não queria arriscar, entregou o bastão para Zagallo, seu coordenador técnico.

Se o presidente da CBF já havia estreado no cargo tendo que contar com João Havelange para evitar uma punição ao Brasil quando o chileno Rojas simulou ter sido atingido por fogos em duelo no Maracanã pelas Eliminatórias, o dirigente não esperava tantas dificuldades para se garantir no Mundial de 2002. E se perdeu completamente. Em 1998, apostou em Vanderlei Luxemburgo, unanimidade nacional demitida em 2000 por problemas com a Justiça brasileira.

Após a turbulência, Teixeira viu técnicos se negarem a treinar a seleção e contratou Emerson Leão. O ex-goleiro disse sim mesmo processando a CBF por uso de sua imagem em álbum com campeões mundiais em 1970 e nem pôde estrear no banco por punição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Acabou demitido no aeroporto do Japão logo após fracassar na Copa das Confederações de 2001 e, sentindo-se traído, alegou ser como um ‘ministro’ da CBF que sabia muita coisa errada, mas sem divulgá-las.

Em seu lugar, Teixeira mais uma vez ouviu o povo e trouxe Luiz Felipe Scolari. Conquistou a segunda Copa do Mundo em sua gestão e, com medo de mudar, fez dois convites ao treinador para seguir na seleção. Ele recusou, mas o dirigente já havia aprendido a lição: deixou as críticas à parte e manteve Parreira entre 2003 e 2006 no cargo, Dunga entre 2006 e 2010 e o mesmo planejava fazer com Mano Menezes entre 2010 e 2014. Agora, Teixeira só liga para pesquisas populares depois da Copa do Mundo, mantendo-se distante da seleção por quatro anos.

Voo da muamba

Ricardo Teixeira já havia piorado sua fama ao final da Copa do Mundo de 1994, quando deixou o técnico Parreira incomodado pela liberação do supervisor Américo Faria de bebidas alcoólicas no andar em que os atletas estavam hospedados após a vitória sobre a Suécia nas semifinais, não pagou os US$ 7 mil prometidos a um cozinheiro nos EUA que acompanhou a delegação e esqueceu de dar ao ex-meia Júnior, espião de Parreira, um ingresso para a decisão – o ex-jogador pagou a entrada com dinheiro próprio.

Logo após a conquista do tetra, Teixeira, seu tio Marco Antônio Teixeira, então diretor da entidade, e seu filho, todos alcoolizados, insultaram e agrediram jornalistas. Ricardo Teixeira chegou até a interromper uma entrevista do capitão Dunga, sugerindo que ele seguisse sua ideia de ignorar a imprensa que tanto criticou a sua gestão e o time que havia acabado de vencer a Copa do Mundo.

O maior constrangimento do cartola, porém, ficou para sua volta ao Brasil logo depois do Mundial. O cartola chegou a ser incriminado pelo Ministério Público Federal por ter desembarcado com um sistema de refrigeração de chope, supostamente para a sua choperia no Rio de Janeiro, a Le Turf, e ter declarado trazer apenas uma ‘sela e uma geladeira de plástico não-elétrica’. Dois funcionários da Receita Federal na época relataram que o dirigente os desafiou a atrasar o desembarque de uma seleção esperada por centenas de pessoas no aeroporto. Ambos foram demitidos e Teixeira acabou inocentado, cogitando até R$ 500 mil de indenização.

CPIs

Em 2000 e 2001, Ricardo Teixeira foi o principal alvo da CPI do Futebol, instalada no Senado, e da CPI CBF-Nike, instalada na Câmara dos Deputados para analisar o contrato firmado entre a entidade e a empresa de material esportivo em 1996. No relatório final dos trabalhos no Senado, o cartola foi acusado de crimes como lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, apropriação indébita e evasão de divisas, com possibilidade de pegar quase dez anos de prisão. Mas acabou se safando.

Em relação ao compromisso com a Nike, usou a empresa norte-americana como prova de sua capacidade administrativa de fechar contratos valiosos para uma entidade que, 11 anos antes, tinha dificuldades financeiras até para bancar a viagem da delegação para uma Copa do Mundo – com Teixeira, muitos políticos acabaram ganhando espaço nestas tripulações. O cartola ainda negou influência da patrocinadora nos jogos da seleção. ‘A Nike só procura equipes que queiram jogar conosco’, argumentou.

Arbitragens

Dois escândalos de arbitragem marcaram a longa gestão de Ricardo Teixeira, hoje membro do comitê de arbitragem da Fifa. Mas o cartola conseguiu escapar ileso em ambos. Em 1997, Ives Mendes, então responsável por comandar os árbitros, foi acusado de montar um esquema para favorecer alguns times e até a seleção brasileira. Teixeira o afastou do cargo no momento da denúncia e evitou especulações.

Em 2005, foi descoberto um arranjo de resultados para um site de apostas que envolvia o árbitro Edílson Pereira de Carvalho, que havia apitado 11 partidas do Campeonato Brasileiro daquele ano. Ricardo Teixeira nem se aproximou do caso e viu Luiz Zveiter, então presidente do STJD, se queimar perante a opinião pública e sair de perto do futebol.

Viradas de mesa

Até 1996, Ricardo Teixeira usou suas artimanhas políticas para evitar que clubes grandes passassem uma temporada inteira na segunda divisão nacional, fato que se tornou corriqueiro a partir de 2003. Em 1993, o Grêmio, rebaixado no ano anterior, pôde participar das fases decisivas na Série A. Em 1997, a virada de mesa foi ainda mais clara, com a manutenção do Fluminense, rebaixado na temporada anterior, no grupo de elite.

Nesta época, Ricardo Teixeira ainda foi acusado por Carlos Alberto de Oliveira, então presidente da Federação Pernambucana de Futebol, de tentar intermediar, com direito a comissão, um patrocínio para o Náutico por não ter conseguido colocar o clube do Recife no mesmo bolo de Fluminense, Atlético-PR e Bragantino, mantidos na primeira divisão. Oliveira dizia fazer a denúncia porque ouviu de Teixeira a ameaça de não levar mais a seleção brasileira para jogar em Pernambuco.

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