O zagueiro Chicão não foi o primeiro a saber que iria para o banco de reservas no clássico da última quarta-feira contra o São Paulo, no Morumbi. Paulo André (outro envolvido nas mudanças da zaga, pois substituiria Leandro Castán, deslocado à lateral esquerda) foi comunicado antes do capitão da equipe, que mais tarde resolveu pedir dispensa do jogo.
A conversa de Tite com Chicão ocorreu na terça-feira à tarde, antes do treino. Como sempre faz quando modifica peças, o treinador chamou o defensor em sua sala e explicou a opção por Wallace. Uma delas foi querer aumentar a estatura da zaga, que vinha sofrendo muitos gols em jogadas aéreas. Chicão (1,80m) tem quatro centímetros a menos do que o substituto.
Na segunda-feira, quando concedeu entrevista para blindar o elenco, o gerente de futebol, Edu Gaspar, já dava pistas sobre mudanças. Ao adiantar que conversa diariamente com Tite a respeito do rendimento individual de cada atleta do time, ele já preparava o ambiente para eventuais alterações. ‘Temos grandes jogadores, e as decisões tomadas são difíceis. Hoje estou desse lado (como dirigente) e vejo a dificuldade que é tomá-las’, comentou o ex-volante.
A grande mudança era Wallace no lugar de Chicão, da qual Paulo André tinha conhecimento prévio. ‘No dia seguinte à derrota para o Santos (na segunda-feira, portanto), já me avisaram que a gente ia mudar a defesa. Eu vi isso como uma boa oportunidade. É claro que a gente tinha uma grande pressão da torcida, mas futebol é assim. Quando a oportunidade aparece, você tem que agarrar’, disse o zagueiro, após o empate com o São Paulo. ‘Conseguimos não tomar gol depois de nove jogos. Vamos começar acertando lá atrás, que depois os gols saem na frente’, vibrou.
Para o confronto de domingo, contra o Bahia, a dupla Wallace-Paulo André deverá ser mantida. O titular Leandro Castán, que atuou como lateral esquerdo, sentiu a panturrilha e dificilmente vai a campo. Já Chicão, pelo que Tite deu a entender, deve continuar no banco de reservas.