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Para Aldo Rebelo, atraso nas obras para 2014 é ‘impressão’

Em audiência no Senado, ministro negou problemas, disse que Copa ajudará o Brasil a crescer mais e lavou as mãos sobre consumo de bebidas nos estádios

Por Luciana Marques
10 abr 2012, 12h41

“Não há como organizar Copa do Mundo em um ambiente de colisão, de enfrentamento, de disputa entre o país-sede e seus organizadores”, afirmou o ministro

Para o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, os atrasos nas obras para a Copa do Mundo de 2014 são só uma “impressão” equivocada da população – ainda que a Fifa siga cobrando avanços no ritmo dos trabalhos. “O Brasil já fez coisas muito mais difíceis. Vamos agora nos atrapalhar com a Copa do Mundo? Não, pelo amor de Deus”, afirmou ele nesta terça-feira, em audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Além de sustentar que o Brasil está cumprindo os prazos previstos para as obras ligadas à Copa, Aldo Rebelo defendeu uma visão otimista do Mundial no país, dizendo que o evento ajudará a economia a crescer. “Cálculos de consultorias independentes afirmam que o Brasil terá um crescimento adicional de 0,4% na alta do PIB, entre 2014 e 2019, apenas pelo fato de acolher a Copa”, garantiu. Segundo o ministro, o governo calcula que o Brasil já criou mais de 300.000 empregos permanentes com a realização da Copa e ainda há previsão de empregos temporários durante o evento.

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Aldo Rebelo também comentou a questão da venda de bebidas nos estádios, tema controverso que acabou não sendo resolvido com a aprovação da Lei Geral da Copa pela Câmara. O texto aprovado pelos deputados em março excluiu o dispositivo que tratava das bebidas e, assim, deixou a decisão nas mãos dos estados – e alguns deles proíbem a venda de álcool nos estádios. O Senado ainda pode alterar o projeto. O ministro do Esporte lembrou que o Brasil assumiu por escrito o compromisso de autorizar a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante as partidas. “E a preocupação com o consumo exagerado de bebida, que pode trazer consequências à saúde e à segurança, não é o tema do acordo”, afirmou, em referência às críticas dos parlamentares que desaprovam a concessão à Fifa. “Não há nada que a União possa fazer”, disse, sobre a entrega do problema aos estados.

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Ao tentar defender a exceção aberta à Copa na venda de bebidas, o ministro acabou recorrendo a exemplos esdrúxulos. Disse, por exemplo, que o Brasil sedia corridas de Fórmula 1, em que os carros andam a mais de 200 quilômetros por hora, mesmo com uma legislação de trânsito que proíbe tal velocidade. Ele afirmou ainda que ninguém cogita retirar os automóveis de circulação por causa do alto índice de acidentes. Ao contrário do Planalto, a Fifa quer que o Congresso Nacional dê a palavra final sobre a venda de bebidas alcoólicas, e não os estados. Apesar das divergências com os cartolas estrangeiros, o governo busca cooperação e harmonia com a Fifa, disse o ministro. “Não há como organizar Copa do Mundo em um ambiente de colisão, de enfrentamento, de disputa entre o país-sede e seus organizadores.”

Aeroportos – Ao ser questionado sobre os problemas de infraestrutura do país para a Copa, o ministro reclamou da falta de organização de alguns aeroportos – que, segundo ele, possuem falhas na administração. “Se há problemas nos aeroportos, já não é por falta de capacidade de pousar e decolar. Atrasos e cancelamentos nada têm a ver com capacidade do aeroporto, mas com a logística de seus organizadores”, afirmou. Ele citou como mau exemplo o aeroporto de Maceió. Apesar de não sediar a Copa, a cidade deverá atrair turistas que assistirão aos jogos em Recife, por exemplo. De acordo com ministro, prevê-se que a demanda nos aeroportos das cidades-sede dobrem nas cidades-sede no período da Copa. Rebelo também prometeu implementar novas tecnologias nas novas sedes até 2014. “Precisamos assegurar excelência nesse ramo. A rede 4G, por exemplo, estará plenamente incorporada nas doze capitais.”

Blatter e Valcke – O presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), Roberto Requião (PMDB-PR), anunciou nesta terça-feira que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, aceitou o convite do Senado para participar de audiência na Casa. Blatter havia informado à comissão que seria representado pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Mas, diante da recusa dos parlamentares em receber Valcke, o presidente da Fifa enviou uma carta à comissão dizendo que vai comparecer ao encontro. A data da reunião ainda não foi marcada e, até lá, a análise da Lei Geral da Copa será paralisada. Antes de ser aprovado pelo plenário do Senado, o projeto deve ser apreciado pelas comissões de Educação, Cultura e Esporte; Assuntos Econômicos (CAE) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

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