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Os primeiros passos para a Chapecoense se reerguer

A dor persiste, mas clube já planeja reestruturação para 2017. Solidariedade e organização mantêm sonhos vivos

Por da redação
10 dez 2016, 09h07

A Associação Chapecoense de Futebol foi protagonista da maior tragédia do esporte nacional, justamente quando vivia o melhor momento de seus 43 anos. O acidente aéreo do dia 29 de novembro, na Colômbia, matou praticamente todos os seus funcionários – apenas três jogadores sobreviveram, além dos que não viajaram – incluindo a comissão técnica e o presidente Sandro Pallaoro, apontado como o principal responsável por colocar a equipe na elite do futebol brasileiro e sul-americano. Ao todo, 19 jogadores, 17 membros da comissão técnica e oito dirigentes morreram. O carismático clube, conhecido como “O Verdão do Oeste” ou “Chape”, segue vivo e, em meio à dor e às infinitas demonstrações de solidariedade, já sonha com um futuro brilhante na Arena Condá.

Com o título da Copa Sul-Americana – solicitado pelo próprio adversário da final que não houve, o Atlético Nacional de Medellín, e confirmado pela Conmebol – a Chapecoense disputará a Copa Libertadores pela primeira vez e enfrentará até o Barcelona, uma das várias potências que se dispuseram a ajudar na reestruturação da Chapecoense. Um técnico já foi contratado e, em breve, o novo elenco será montado. Até o escudo da equipe sofreu alterações. A dor em Chapecó é imensa, mas a torcida (que ganhou reforço mundial após a tragédia) e a nova diretoria já se permitem sonhar com um futuro de glórias. Entenda, passo a passo, como deve ocorrer a reestruturação da “Chape”:

Solidariedade que enche os cofres

Desde o trágico 29 de novembro, Chapecó foi tomada por uma onda de afeto. Nas redes sociais, os principais clubes e atletas do mundo manifestaram sua solidariedade ao clube catarinense. Muitos estamparam o logo do time em suas camisas, e alguns até se vestiram de verde em sua homenagem. Também foram anunciadas várias ações:

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Empréstimo de jogadores – Logo de início, clubes brasileiros se dispuseram a emprestar seus atletas, gratuitamente, à Chapecoense, e sugeriram à CBF que o clube não fosse rebaixado durante os três próximos anos. A segunda proposta não foi aceita pela CBF nem pela Chapecoense, que rejeitou ser “café com leite” no Brasileirão. Mas todas as outras ajudas são bem-vindas, segundo o clube, que esperava apoio até da Rede Globo. O atacante islandês Eidur Gudjohnsen, ex-Barcelona, se ofereceu para trabalhar na Chapecoense, assim como o técnico Levir Culpi.

Ajuda da CBF – A confederação que gere o futebol nacional doará 5 milhões de reais ao clube e vai organizar um amistoso da seleção contra a Colômbia, em janeiro, para arrecadar fundos aos familiares das vítimas. Além disso, a CBF já enviou equipamento e médico para auxiliar no tratamento dos sobreviventes, que seguem internados na Colômbia. 

Sócio-torcedor – No dia do acidente, a corrente se espalhou pelas redes sociais e mais se 30.000 pessoas aderiram ao programa de sócio-torcedor da Chapecoense, cujo plano mais barato custa 16 reais mensais. O clube também criou um programa de “sócio contribuinte”com planos de 20 a 100 reais, válidos por 12 meses.

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Corinthians homenageia Chapecoense
Corinthians homenageia Chapecoense (Corinthians/Divulgação)

Conta bancária – A Chapecoense, em parceria com seu patrocinador, a Caixa Econômica Federal, abriu uma conta específica para doações. Em mais uma demonstração de solidariedade, o Corinthians estampará o número da conta em sua camisa – o clube paulista, porém, desistiu de usar verde em seu uniforme, por causa da rivalidade com o Palmeiras. Os dados da conta: c/c: 402014-1 e agência 0414.

Pés no chão e contas em dia

A Chapecoense estreou na Série D do Brasileirão em 2010 e chegou à elite em 2014 para não sair mais. O clube não tem dívidas e, mesmo mantendo a filosofia de pés no chão – seu piso salarial mensal é 30.000 reais e o teto é 100.000 reais, além de premiações por conquistas – não correu risco de rebaixamento em nenhum de seus três anos de Série A. A nova diretoria, comandada pelo presidente Ivan Tozzo (antigo vice de Pallaoro) promete manter a mesma filosofia.

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Treinador – O sucessor de Caio Júnior (uma das 71 vítimas do acidente) já foi definido: Vagner Mancini, que estava sem clube desde que foi demitido pelo Vitória, em setembro. Mancini acumula passagens por Santos, Flamengo, Vasco e Cruzeiro, entre outros. Levir Culpi se ofereceu para treinar a equipe, gratuitamente, até maio, mas não chegou a um acordo com o clube.

Elenco – Foram especulados os nomes de estrelas como Ronaldinho Gaúcho e Riquelme, mas o clube não fará loucuras. Nesta sexta-feira, foi apresentado na Arena Condá, junto ao técnico Mancini, o novo diretor executivo do clube, Rui Costa, que já iniciou o trabalho de montagem do elenco. “Temos de ter um processo muito ágil e com muita análise. O jogador deve ter o perfil e a filosofia do clube”, avisou Costa, que foi diretor do Grêmio até o início deste ano. Além dele, o clube contratou Roberto Aurélio Merlo, novo diretor financeiro, que exaltou o fato de ter encontrado todas as contas em dia.

O treinador Wagner Mancini
Vagner Mancini terá o grande desafio de reestruturar a Chapecoense após a tragédia (Cristiano Andujar/Getty Images)

Compromissos internacionais

Elenco da Chapecoense na semifinal da Sul-Americana
Elenco da Chape na semifinal da Sul-Americana (Fernando Remor/Mafalda Press/Folhapress)

Por causa da tragédia e do título da Sul-Americana, a Chapecoense terá diversos compromissos internacionais que prometem inflar suas finanças em 2017.

Copa Libertadores – Pelo título da Sul-Americana, a Chapecoense receberá da Conmebol cerca de 7 milhões de reais em premiação e também disputará a Libertadores de 2017. O time disputará ao menos seis jogos na primeira fase e, por isso, ganhará pouco mais de 6 milhões de reais da Conmebol.

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Recopa Sul-Americana – No meio do ano que vem, a Chapecoense, enfim, enfrentará o Atlético Nacional de Medellín pelo título da Recopa, que reúne os campeões da Sul-Americana e da Libertadores do ano anterior. O duelo, que promete ser repleto de homenagens e emoções, renderá ao menos 3 milhões de reais aos cofres da Chapecoense.

Copa Suruga e Euroamericana – Também por ter sido campeã da Sul-Americana, a Chapecoense viajará ao Japão para disputar a Copa Suruga Bank diante do Urawa Red Diamonds, campeão da Copa da Liga Japonesa, e fará a final da Supercopa Euroamericana diante do próximo campeão da Liga Europa.

Troféu Juan Gamper – A renovada Chapecoense enfrentará ninguém menos que o Barcelona de Lionel Messi e Neymar, em agosto de 2017. A equipe catalã convidou a Chape para o amistoso, que vale o troféu simbólico Joan Gamper – oferecido pelo clube catalão desde 1966, no in��cio da temporada europeia – e terá sua renda revertida ao clube catarinense.

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