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Operação contra Rio-2016 e Nuzman é um duro golpe para o COI

COI terá de abrir processos disciplinares para avaliar a situação do presidente do COB e de outros membros suspeitos de terem pagado ou recebido propina

Por Da redação
Atualizado em 13 set 2017, 16h46 - Publicado em 5 set 2017, 10h13

A suspeita de compra de votos do Rio de Janeiro para receber a Olimpíada de 2016 atinge diretamente a credibilidade do Comitê Olímpico Internacional (COI), que está prestes a se reunir em Lima, no Peru, para confirmar Paris e Los-Angeles como sedes dos Jogos de 2024 e 2028, respectivamente. Procurado, o COI indicou que é de seu “maior interesse” esclarecer o que de fato ocorreu em Copenhague, em outubro de 2009 quando o Rio foi definido como sede olímpica.

“O COI soube dessas circunstâncias por meio da imprensa e está fazendo todo o esforço para obter informações completas”, informou a entidade, por meio de um e-mail. “É do mais alto interesse do COI obter esclarecimentos sobre esse assunto”, completou.

No movimento olímpico, a ofensiva da Operação “Unfair Play” contra o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB)Carlos Arthur Nuzmantambém foi recebida como uma “péssima notícia” para a entidade. O próprio Nuzman, depois do Rio-2016, ganhou um cargo em um dos comitês do COI, assim como outros dirigentes brasileiros.

Na condição de anonimato, delegados e membros da família olímpica admitiram que o incidente no Rio “jogará desconfiança sobre todo o processo” e deve fragilizar a entidade. Thomas Bach, presidente do COI, insistia ser um “grande amigo” de Nuzman e sempre rejeitou qualquer necessidade de se investigar os Jogos do Rio.

Durante os últimos meses, o COI chegou a se lançar em uma campanha para promover o legado deixado pelo evento no Rio, inclusive distribuindo artigos a jornais estrangeiros assinados por Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio, também citado em casos de suspeitas de corrupção.

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o presidente do COI, Thomas Bach, e o presidente do Comitê Olímpico brasileiro, Carlos Nuzman, vistoriam o local onde a pira olímpica está sendo construída - 27/07/2016
O então prefeito do Rio, Eduardo Paes, Thomas Bach, e Nuzman, em julho de 2016 (Kai Pfaffenbach/Reuters)

O caso ainda coloca o COI sob pressão, já que, em tese, terá de abrir processos disciplinares para avaliar não apenas a situação de Nuzman, mas também os casos de suspeitos de terem recebido o dinheiro da propina pela compra de votos. Além do caso do Rio, a entidade também precisa lidar com suspeitas sobre a escolha de Tóquio para a Olimpíada de 2020, assim como diversos de seus dirigentes que estariam implicados no esquema.

Investigadores envolvidos na Operação Unfair Play indicaram ao Estado que a suspeita principal que emerge das investigações é de que a compra de votos para o Rio-2016 entre membros do COI não ocorreu sem um aval político por parte de diferentes níveis de governo no Brasil.

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A investigação, portanto, apura os vínculos entre o empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur” e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e existência de um pacto de corrupção em torno dos Jogos Olímpicos do Rio, que envolveria as obras públicas com as quais o governo brasileiro se comprometeu junto ao COI.

Um dos focos dos investigadores é se houve ainda vínculos entre empreiteiras que se beneficiaram dos projetos de infraestrutura para o Rio-2016 e a suposta compra de votos.

(com Estadão Conteúdo)

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