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O gosto doce da prata de Ágatha e Bárbara

Mesmo com a derrota para as alemãs por 2 sets a 0, Agatha e Bárbara comemoram o resultado na primeira Olimpíada da dupla

Por Fernanda Thedim, do Rio
18 ago 2016, 12h59

Dias antes de estrear na Olimpíada do Rio, Bárbara Seixas ganhou um presente do marido e técnico Rico de Freitas: um pingente no formato de um trevo de quatro folhas. Pela mitologia celta, quem o encontrasse teria muita sorte e sucesso na vida. Tudo indica que o amuleto, pendurado no pescoço da jogadora desde o início dos Jogos no Rio, cumpriu com sua função.

Em sua primeira Olimpíada, Bárbara e a parceira Ágatha Bednarczuk deixaram para trás adversárias de peso e conseguiram chegar à final do torneio. Não levaram o ouro, mas saíram de cabeça erguida com a prata após a derrota para as alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst, por dois sets a zero no início da madrugada desta quinta. “O caminho para chegar numa final olímpica é muito longo. Inclui muito trabalho, dedicação e abdicação também. Não tem como não ficar feliz com esse título”, disse Ágatha, segurando sua medalha com toda a força. “Essa prata tem um gosto maravilhoso.”

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Ágatha e Bárbara não chegaram como favoritas à disputa olímpica do vôlei de praia feminino. A trajetória delas ao longo da competição, no entanto, provou que a dupla estava preparada para ir bem mais longe do que o esperado pelas adversárias. Um dos pontos-chaves foi o trabalho feito desde 2013 com uma psicóloga especializada em esportes, indicada para a dupla pelo ex-jogador de futebol Seedorf, quando ele ainda atuava pelo Botafogo. “Ela é a terceira jogadora da nossa dupla”, disse Ágatha.

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Diferentemente do vôlei de quadra, na praia o técnico não pode ficar no banco, pedir tempo e dizer o que está saindo certo ou errado. “O controle mental é tão importante quando a técnica”, aposta a atleta. “Mesmo sob pressão, precisamos manter a calma e a serenidade para analisar o jogo e ver o que pode ser feito para reverter a situação. Isso no meio daquela tensão, do calor da emoção, dos gritos da torcida”, explica. No caso da Arena de Copacabana, onde aconteceram as disputas, o barulho era realmente intenso: puxados por animadores, mais de 10 000 espectadores acompanhavam as partidas.

Aliado ao controle mental, a estratégia foi outro fator crucial que fez com que as jogadoras avançassem até a prata – e sem se intimidar com o histórico premiado de suas adversárias, várias delas com medalhas olímpicas no currículo. A cada novo jogo, junto com a equipe técnica, elas estudavam o time rival minuciosamente. Ao longo dos doze dias de competições, duas a três horas ficavam reservadas só para analisar dados, estatísticas e vídeos dos times adversários. “Contra as alemãs, não conseguimos colocar em prática a estratégia que montamos. Do nada entrou um vento, e elas se adaptaram melhor”, reconheceu Ágatha.

O estilo aguerrido da dupla, que joga junta desde 2011, também contou pontos ao longo das partidas da Rio 2016. A cada bola colocada no chão, elas vibravam, como se tivessem fechado a partida da vida. Uma delas, inclusive, entrou para a história do vôlei de praia. Nas semifinais, as brasileiras venceram por dois sets a zero a veterana Kerri Walsh, de 38 anos. Medalha de ouro em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012, a jogadora, que saiu com o bronze na Rio 2016 após a vitória contra Larissa e Talita, nunca havia sofrido uma derrota em jogos olímpicos. Ao dar fim à invencibilidade da americana, Ágatha e Barbara levam mais esse título para casa – além da medalha de prata.

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