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No judô, três glórias – e desempenho abaixo do esperado

Título de Rafaela Silva e bronzes de Mayra e Rafael Baby devem ser exaltados, mas modalidade precisa de reinventar

Por Leslie Leitão
Atualizado em 12 ago 2016, 20h42 - Publicado em 12 ago 2016, 20h41
Um misto de sensações pode resumir bem a participação da equipe do judô nos Jogos do Rio de Janeiro. O esporte que mais medalhas conquistou para o Brasil em Olimpíadas, claro, despertou rapidamente um sentimento nacionalista no próprio torcedor que adora esportes, especialmente quando seu ‘time’ tem reais chances de ganhar. Os ingressos para as finais da modalidade evaporaram rapidamente. Os triunfos em profusão não estavam apenas no imaginário da torcida, mas no próprio prognóstico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), que esperava, pelo menos, repetir o resultado obtido em Londres-2012, com um ouro e três bronzes. Não deu. E não há dúvidas de que há uma pontinha de frustração. Mas também não dá para tratar como um retumbante fracasso. 
 
Gestor técnico de alto rendimento da CBJ, Ney Wilson fez uma avaliação da equipe após o encerramento do campeonato de judô. “A equipe se preparou melhor do que o resultado que obtivemos. Sairmos com um ouro e dois bronzes, não dá pra dizer que foi ruim. Poderia ter contribuído com mais medalhas, sem dúvida, até pelo potencial que tem. Mas não saímos decepcionados”, disse. 
 
O enredo da conquista de uma jovem pobre, que superou todas as dificuldades comuns a uma menina criada na conflagrada Cidade de Deus, para subir no topo do pódio, também não pode ser minimizado. Rafaela Silva será, não importa o que aconteça até o final da Olimpíada, uma daquelas grandes histórias de superação. Na vida e no esporte. Humilhada após um erro quatro anos atrás por desferir um golpe proibido, ela deu a volta por cima. 
 
A nova campeã também é o expoente de uma geração vitoriosa de judocas mulheres. Mariana Silva, por exemplo, obteve o melhor resultado da carreira em competições internacionais. E uma das principais favoritas na sua categoria (-78kg), a campeã mundial de 2014 Mayra Aguiar tornou-se a primeira mulher da história a conquistar duas medalhas na mesma modalidade. “Caí feio, mas precisava me recuperar para sentir o gostinho de ser uma medalhista olímpica”, desabafou logo depois da conquista. A própria Mayra havia criado a expectativa do ouro. O que é bom, afinal, um atleta de ponta precisa sempre estar almejando o topo. Mas entendeu que numa competição equilibrada, um detalhe pode ser definitivo.
 
Se no feminino esses percalços fazem parte, no masculino o cenário é bem mais equilibrado. E isso explica, em parte, o modesto resultado, o pior obtido pelos homens do judô desde 1980. Em Moscou foi a última vez que o Brasil não abocanhou uma medalha sequer. Hoje, Rafael Silva, o Baby, levou o bronze novamente (como em Londres-2012) e salvou a pele do time masculino. “Como fizemos antes de 2008 no feminino, temos que arregaçar as mangas e reverter esse quadro. Potencial, estrutura já ramos. E já começamos o trabalho visando 2020. Temos que resgatar alguma coisa, construir caminhos novos”, reconheceu Wilson. 
 
O Gestor de Alto Rendimento da CBJ ainda falou sobre o equilíbrio do torneio. Nunca antes as medalhas nas 14 categorias foram divididas entre tantos países: 26. “Foi uma disputa acirrada, competitiva, e apesar do número menor de medalhas (em 2012 foram quatro), terminamos em 6o lugar no quadro geral do judô. A distribuição de medalhas foi muito diluída. Essa é a magia e a dificuldade da olimpíada”, completou.

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