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Neymar segue mal, mas dá sinais de amadurecimento

Atacante esteve impreciso em Brasília, mas buscou jogo e fugiu de confusões. Enfim, se portou como líder e admitiu erros do passado: "Fiz mal a mim mesmo"

Por Luiz Felipe Castro, de Brasília
4 ago 2016, 21h46

Neymar viveu na tarde desta quinta-feira em Brasília uma situação relativamente comum às estrelas do esporte: jogou bem, mas também jogou mal. A torcida no Mané Garrincha certamente esperava mais dele, porém reconheceu seu esforço. Voltando das agitadas férias, o atacante do Barcelona estava impreciso, fora de sintonia, mas não se omitiu em nenhum momento e criou as melhores oportunidades no empate sem gols com a África do Sul. Mais importante que isso, Neymar deu sinais de que aprendeu com os erros e assimilou as críticas que colocaram em xeque sua condição de ídolo nacional. Na estreia da Rio-2016, Neymar foi mais generoso com a bola e bem mais tranquilo sem ela. Nada de chiliques, reações intempestivas e cartões desnecessários, dando a impressão de, enfim, ter compreendido o seu papel de líder do time.

O camisa 10, que tem bom retrospecto na capital federal, já encantou a torcida no aquecimento: ouviu gritos histéricos ao aparecer no telão e, com ótima pontaria, acertou ao menos três bolas no ângulo. Mas, quando a bola rolou para valer, com marcadores em seu encalço, teve dificuldades. Bem marcado e fincado na ponta esquerda, quase não tocou na bola nos primeiros dez minutos. Depois, entrou no jogo e arriscou bons chutes de fora da área, mas não foi capaz de superar o inspirado goleiro Itumeleng Khune. Neymar tentou, tentou e tentou, mas não conseguiu se entender com os jovens Gabriel Jesus e Gabriel Barbosa, o Gabigol, com quem pode formar um trio promissor até na equipe adulta.

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Neymar não foi vaiado, mas ouviu lamentações barulhentas ao errar passes e dribles que costuma acertar. Mas, ao contrário do que se viu em diversas partidas – especialmente diante da Colômbia, na Copa América do ano passado, quando Neymar foi expulso e suspenso, deixando a seleção na mão –, não se descontrolou diante da adversidade. Soube dosar as jogadas individuais, apanhou, mas não bateu, e nem sequer olhou para o árbitro. Chamou a responsabilidade, mas foi fominha na medida certa. Ao final da partida, encarou um batalhão de repórteres e, falando baixo e calmamente, repetiu diversas vezes o discurso padrão. “Às vezes a bola não entra, acontece, sabíamos que não seria fácil e estamos tranquilos.”

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Na única dividida com a imprensa, criticou (educadamente e, com razão, por sinal) quem considera um erro o Brasil “jogar para ele”. “No Barcelona, jogamos em função do Messi, ele é quem toca mais na bola e ninguém fica chateadinho.”  No fim, já quase indo para o ônibus, foi questionado por VEJA se as críticas e as suspensões influenciaram na sua mudança de comportamento. “Já passei por muita coisa, tive experiências que não me levaram a nada e fizeram mal a mim mesmo, por isso hoje estou bem tranquilo”, disse, deixando a zona mista sem dar sequer um sorriso. Como o próprio disse, no início da preparação em Teresópolis, Neymar quer ser questionado pelo que faz dentro de campo e não nas folgas. É o que todos esperam. Mesmo sem ter sido brilhante, o único craque brasileiro parece ter entendido que, aos 24 anos e consagrado mundialmente, não pode mais agir como um garoto mimado.

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