Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Neymar escapa de recaída e exorciza fantasmas

Violentos, colombianos tiraram o craque do sério. Mas, perdoado por árbitro, Neymar respondeu como se deve: com dedicação e gol

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 ago 2016, 08h09 - Publicado em 14 ago 2016, 08h03

Neymar evitou falar em vingança o máximo que pôde, mas em campo ficou evidente que a Colômbia estava engasgada em sua garganta. Foi contra o país vizinho que o atacante viveu suas maiores frustrações com a seleção brasileira: a lesão que o tirou da Copa do Mundo de 2014 – como esquecer a joelhada de Zúñiga? – e a expulsão infantil que o excluiu da Copa América do ano passado. Neste sábado em Itaquera, porém, Neymar, enfim conseguiu sorrir. Marcou seu primeiro gol na Rio-2016 e saiu nos braços do povo na vitória por 2 a 0. Não sem apanhar e flertar com um novo cartão vermelho.

A caça a Neymar teve início no meio da primeira etapa. E foi justamente ao sofrer uma falta que o camisa 10 encontrou o gol: em cobrança de longe, furou a barreira mal montada e celebrou seu primeiro gol pelo Brasil em 11 meses (foram sete jogos de jejum). A partir daí, não conseguiu jogar. Levou falta dura, ficou caído e o Brasil pôs a bola para fora. A Colômbia, porém, não obedeceu as regras de etiqueta (o famigerado fair play) e tirou Neymar do sério.

Exigente público paulista aprova seleção com louvor

O craque deu um pontapé em Andrés Roa e correu o risco de levar um cartão vermelho. Para sua sorte e do Brasil, o juiz turco Cuneyt Cakir contemporizou com um amarelo. Uma nova expulsão certamente complicaria a seleção no jogo – e queimaria o filme de Neymar. Mas como o “se” não existe no esporte, Neymar aproveitou bem a chance de se redimir. Seguiu criando problemas aos colombianos na segunda etapa, com dribles e passes precisos.

Num deles achou Luan, que selou a vitória com um belo chute por cobertura. Mesmo abalado por uma entorse no tornozelo, Neymar correu e se esforçou o jogo todo. E ainda foi a desforra: provocado por Jefferson Lerma, respondeu com um sorriso irônico, enquanto a torcida gritava “eliminado” para os colombianos. Ao apito final, o craque cerrou os punhos e gritou a classificação às semifinais.

Continua após a publicidade
Brasil e Colômbia se enfrentam pelas quartas de final do torneio de futebol masculino no Itaquerão, em São Paulo
Árbitro turco poupou Neymar de uma nova desilusão e deu apenas cartão amarelo ao craque brasileiro após pontapé em Roa (Heitor Feitosa/VEJA.com)

Após o tropeço contra o Iraque, Neymar se negou a encarar os jornalistas – o que provocou criticas até do narrador Galvão Bueno. Na alegria em Itaquera, adotou a mesma postura. Foi o último a passar pela zona mista, distribuiu sorrisos, mas não quis dar entrevistas, alegando que o ônibus do time já estava de saída. Antes, outros falaram por ele.

Edições digitais de VEJA com as melhores fotos da Olimpíada 

“Em alguns momentos, precisamos ter quase sangue de barata para evitar qualquer revide” disse o técnico Rogério Micale, que minimizou a reação de Neymar na primeira etapa. “Depois desse momento, não houve nenhum outro. Prefiro ver os 99% do jogo”, disse o treinador. “O Neymar vai ser caçado em todo o lugar. É o jogador diferente, que decide o jogo se tiver espaço. Mas ele foi muito inteligente e manteve a calma, apesar de ter sofrido muitas faltas, algumas violentas. Não queríamos perder nenhum jogador e isso foi um dos fatores positivos para nós”, disse o zagueiro Rodrigo Caio.

Continua após a publicidade

Renato Augusto, sempre o mais solícito e cada vez mais firme na posição de capitão moral do time, disse que tentou acalmar os companheiros. “Eles queriam nos desestabilizar e no início a gente entrou no jogo deles. Mas depois nossa equipe se estabilizou. Minha conversa com os mais jovens é algo natural. O Micale me dá essa liberdade”, disse Renato, que chegou a dar uma bronca em Gabriel Barbosa e Neymar por participarem da confusão.

Capitão decorativo, Neymar já demonstrou diversas vezes que não tem perfil para ostentar a braçadeira. Mas tem todos os atributos de um craque. E, como no esporte o resultado é soberano, pode encerrar a Rio-2016 como um dos grandes heróis brasileiros.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.