Interino à frente do São Paulo novamente nesta quarta-feira, contra o Libertad, no Morumbi, Milton Cruz faz mistério em relação à escalação. Mas dá uma certeza: fará mudanças táticas no time e, entre elas, está o acerto do posicionamento de Lucas. Fazer o meia-atacante de 19 anos voltar a brilhar é uma das principais metas do coordenador técnico.
‘Conversei bastante com o Lucas esses dias. Talvez no jogo faça um posicionamento diferente para poder render um pouco mais nas características dele pelo lado do campo, onde começou e sempre foi bem’, apontou o técnico, responsável por lançar o camisa 7 entre os profissionais, em agosto do ano passado, durante empate com o Atlético-PR na Arena da Baixada.
De lá para cá, Lucas evoluiu a ponto de ser titular da Seleção Brasileira, mas tem decepcionado com a camisa do Tricolor recentemente. Milton Cruz admite que a insistência do demitido Adilson Batista em escalá-lo tão avançado que chegava a ser atacante o prejudicou, além das obrigações de ser um atleta famoso, tornando o aeroporto parte ainda maior de sua rotina.
‘A baixa de rendimento dele tem a ver com muitas viagens, sem descanso, concentração. E ele se desgasta muito por se doar demais. Isso é natural, quando eu era novo também sempre ficava com câimbra por querer fazer tudo. Já conversei com ele sobre isso’, falou o coordenador – que foi atacante do São Paulo nos anos 1970 -, tentando diminuir o ímpeto de marcação do garoto.
Na visão de Milton Cruz, é possível abrir Lucas pela direita, como ele prefere, também pela postura tática do Libertad, costumeiramente em rígidas duas linhas de quatro atletas, uma na defesa outra no meio-campo. A solução é atuar pelos flancos, e nesse sentido até Marlos pode ganhar uma oportunidade.
‘Pensei no Marlos. Vou ver se cabe’, confessou o interino. ‘Marlos, Dagoberto, Fernandinho, Lucas… São jogadores para o início e também para o decorrer do jogo para o time ter sempre velocidade’, continuou argumentando, dando a entender que Marlos pode ganhar o posto de Cícero na função de avançar pela esquerda.
É certo que a base de Adilson Batista não será mantida. Jean pode deixar o posto de encostado que Adilson Batista lhe impunha para ganhar uma vaga no meio-campo na vaga de Wellington. A mesma possibilidade existe em relação a Casemiro, reserva nos dois últimos jogos.
O provável time são-paulino é Rogério Ceni; Piris, João Filipe, Rhodolfo e Juan; Denilson, Jean (Wellington ou Casemiro), Lucas e Cícero (Marlos); Dagoberto e Luis Fabiano. Escalação que o interino espera ter o equilíbrio necessário em uma disputa de mata-mata.
‘Vou mudar duas, três pecinhas e o esquema de jogo’, adiantou. ‘Neste campeonato, temos que tomar muito cuidado. Não pode arriscar porque não é ponto corrido. É necessária muita cautela para atacar e defender, ser inteligente para não correr muitos riscos de levar gol em casa’, ensinou Milton Cruz.