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Messi e Mbappé: um duelo dos sonhos

A final entre Argentina e França será a maior desde o jogo entre Itália e Brasil em 1970. Mais de 1 bilhão de pessoas estarão diante da televisão

Por Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 dez 2022, 11h49 - Publicado em 18 dez 2022, 05h04
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  • DOHA – Não poderia haver final de Copa do Mundo mais espetacular. Argentina e França brigam pelo tricampeonato mundial. Os franceses buscam o segundo título consecutivo – o que os igualaria a Itália (1934 e 1938) e Brasil (1958-1962). O treinador dos Les Bleus, Didier Deschamps, se erguer a taça, se iguala ao italiano Vittorio Pozzo (1934-1938). Deschamps, que também ergueu o troféu como jogador (1998), ficaria atrás apenas de Mario Jorge Lobo Zagallo, que participou de quatro conquistas (as duas primeiras como ponta da seleção, a terceira como técnico no México e a quarta como auxiliar de Carlos Alberto Parreira em 1994).

    Para quem gosta de dimensionar o esporte e a vida comparando momentos históricos: é a mais sensacional final de Copa do Mundo desde a de 1970, no México, entre Brasil e Itália – o placar sabemos de cor. Naquele ano, a amarelinha e a azzurra disputavam o tri, como agora fazem tricolores e albicelestes. Tem mais, e aqui, enfim, chegamos ao ápice de uma partida para grudar na memória coletiva: de um lado estará Lionel Messi, aos 35 anos; do outro, Kylian Mbappé, de 23.  E então, um jogo coletivo, de onze para cada lado, acabou se transformando em duelo dos dois maiores jogadores da atualidade. Ou melhor: de dois jogadores a caminho de ingressarem definitivamente no andar mais alto do olimpo dos deuses do futebol. 

    Direto ao ponto, e atire a primeira pedra quem não concordar. Com o título, Messi ficará maior do que Maradona e abaixo apenas de Pelé. Com o título, Mbappé dará as mãos a Pelé nessa mesma idade – com o futuro pavimentado para se tornar, daqui a alguns anos o novo rei do futebol, com menos gols, é claro. Eis a grandeza do que se verá no estádio Lusail a partir de meio-dia deste domingo, 18 de dezembro, horário do Brasil. Desde que o camisa 10 do Santos e da seleção pendurou as chuteiras, em 1977, houve busca permanente pelo novo Pelé. Maradona passou perto. Ronaldinho Gaúcho, ao menos durante um ano, caminhava para o posto. Neymar sonhou com isso – mas apenas sonhou, e nunca chegará lá. As comparações com o maior de todos foi sempre desdenhada, pelo absurdo. Agora não. Ainda que soe um tantinho exagerado, é assunto que já não é tratado como heresia completa. Messi e Mbappé autorizam o paralelismo – ou ao menos a discussão, e ela é bem boa. 

    Não por acaso, argentinos e franceses têm lidado com o tema, embora Messi ainda precise encostar e ultrapassar Pelé. Os jornais dos dois países usam a régua de Pelé para medir seus dois cracaços.  

    O camisa 10 da Argentina, que joga como quem assobia, e há vinte anos nos deleita com suas exibições no Barcelona e agora no PSG, demole recordes como um gigante. No Catar, contra a Croácia, ele fez seu jogo de número 25 em Mundiais — igualando a marca do alemão Lothar Matthäus. Com 26, alcançado hoje será o líder isolado. Ele tem onze gols marcados, cinco dos quais agora, e deixou para trás o centroavante Gabriel Batistuta entre os artilheiros da Argentina em Copa, autor de dez tentos. Nunca se viu – nem mesmo Pelé, em tempo antes das redes sociais, antes do marketing bilionário – um jogador de futebol tão amado quando Messi.

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    Pôster do filme curdo O Messi de Bagdá, exibido em Doha: o mais querido jogador de futebol
    Pôster do filme curdo O Messi de Bagdá, exibido em Doha: o mais querido jogador de futebol (//Divulgação)

    Em Doha, ele está em todas as partes – no corpo dos próprios argentinos (mais de 40 000 estimados para a final), dos cataris, dos sauditas, de meninas e meninos, no mercado central, nos painéis luminosos, em canecas, em broches. Messi, Messi, Messi… Um cinema ao ar livre de um bairro de Doha erguido há pouco tempo, o Msheireb, colado à região do mercado central, exibia na noite de sexta-feira um filme curdo sobre os sonhos de um menino sem uma das pernas cujo título diz tudo: O Messi de Bagdá. Tê-lo campeão do mundo será alegria para muito além das fronteiras da Argentina. E no caso dele, para não se perder o rumo da prosa, cabe pô-lo de outro modo na balança com Pelé. A atuação de Messi no Catar lembra a de Pelé no México, aos 29 anos. Como já não era a pantera veloz da juventude, o rei jogou muito mais pensando do que correndo – como aquele passe açucarado para Carlos Alberto contra a Itália, a tentativa de gol do meio de campo contra a Checoslováquia, o drible sem bola no goleiro uruguaio Mazurkievicz (além de quatro gols, é claro). 

    O Pelé de Mbappé é outro, como quis mostrar a capa do jornal esportivo L‘Équipe, aos instalar os dois lado a lado, em gesto idêntico. O brasileiro foi o único com menos de 20 anos a ser decisivo em um torneio vitorioso, o de 1958, e manter o título na edição seguinte — ainda que, em 1962, tenha se contundido na segunda partida, dando lugar ao possesso Amarildo. Mbappé pode repetir a façanha, com sobras. O francês fez treze partidas de Copa até os 23 anos, sua idade atual. Marcou nove gols. Pelé, até os 23, fez seis partidas e sete gols. 

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    A capa do jornal francês de esportes L‘Équipe: comparação nem tão absurda assim
    A capa do jornal francês de esportes L‘Équipe: comparação nem tão absurda assim (//Reprodução)

    Tudo somado, cabe prendermos a respiração. Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas vá acompanhar a final pela televisão – os outros 7 bilhões, coitados, não sabem o que estarão perdendo. 

    No Brasil, a final terá transmissão em TV aberta da Globo e fechada do SporTV, e também em dois canais de streaming, o Globoplay e a live do influenciador digital Casimiro, na Twitch e no Youtube, todos gratuitos. E se você quiser ter um olho na imagem em movimento e outro na descrição por escrito, minuto a minuto, acompanhe aqui na VEJA.

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    Ambas as seleções têm dúvidas na escalação. No caso da Argentina, Lionel Scaloni pode optar pela manutenção de um esquema com três zagueiros ou então sacar Lisandro Martínez para a volta de um dos craques do time, o meia-atacante Ángel Di María. Do lado francês, Olivier Giroud, que se recupera de um quadro gripal, pode ser substituído por Marcus Thuram.

    Prováveis escalações:

    Argentina: Martínez; Molina, Romero, Otamendi, Lisandro Martínez (Dí María), Acuña; De Paul, Enzo Fernández, Mac Allister; Messi e Álvarez.

    França: Lloris; Koundé, Upamecano, Varane e Theo Hernández; Tchouaméni, Rabiot e Griezmann; Mbappé, Dembélé e Giroud (Thuram).

     

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