Atualmente desempregado, o hoje técnico Toninho Cecílio conviveu com Marcos em dois momentos distintos. Em 1992, como zagueiro do Palmeiras, viu o jovem estrear. Nessa época, chegou a dar caronas ao cabeludo terceiro ou quarto goleiro. Quinze anos depois, ele, como dirigente, retornou ao clube e se deparou com um ídolo incontestável. Bom para a torcida alviverde, que pôde testemunhar os milagres de seu santo por mais tempo.
Isto porque foi o gerente de futebol Toninho quem idealizou o último contrato de Marcos, assinado em 2009. E ele se orgulha de ter prestado essa homenagem ao recém-aposentado. ‘É uma coisa que fiz e que me dá muito orgulho. Na ocasião, todos do clube aprovaram. O acordo mostrou muito respeito e consideração ao que o Marcos fez pelo Palmeiras’, afirma.
‘Palmeiras ainda precisa do Marcos’
Mentor do último contrato, Toninho considera que o Verdão precisa manter o legado de Marcos intacto para sempre. ‘É um cara atípico. O Palmeiras tem de fazer todos os esforços para tê-lo a vida inteira’.
A respeito da função que ele ocupará, Cecílio posiciona Marcos em um cargo transitório entre os jogadores e a diretoria. ‘Eu o vejotrabalhando no campo, como coordenador ou auxiliar técnico. Não o vejo nos bastidores. Ele tem de ser o homem de confiança do clube. Ele fará a leitura do ambiente, com os pontos negativos e positivos’, opina.
Além de estender a carreira do camisa 12 debaixo das traves até 2011, o novo vínculo assegurou mais dois anos de Marcos no papel de dirigente. ‘Primeiramente, o contrato deu tranquilidade financeira a ele, pois ele teria os salários corrigidos até o final. E, ao mesmo tempo, reconheceu a importância dele para o Palmeiras’, explica.
Sobre os tempos em que Marcão tinha mais cabelos do que fama, Cecílio relembra quando tudo começou. ‘A estreia dele foi em 92, contra o Guaratinguetá, na reinauguração do estádio deles. Ele, ainda cabeludo, foi muito bem, era garoto e queria mostrar serviço’, conta o antigo defensor, que marcou o primeiro gol da vitória do time da capital sobre o interiorano por 4 a 0.
Elo entre dois períodos da vida de Marcos, Toninho garante que o ex-goleiro – mesmo reconhecido e pentacampeão do mundo – não mudou nada. ‘Desde que chegou como terceiro ou quarto goleiro, ele foi um cara humilde, de personalidade. O Marcos de hoje é o mesmo da época em que ele não tinha carro e eu dava caronas para o CT. Foi até engraçado. Quando voltei, encontrei o mesmo cara, só que mais experiente’, rememora.