Sem um torneio da WTA desde 2002, o Brasil voltará a receber um evento de primeira linha do circuito feminino em fevereiro de 2013. Além de oficializar a data do evento, Jorge Lacerda, presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), prometeu priorizar as brasileiras na distribuição dos convites.
O torneio está marcado para o dia 25 de fevereiro de 2013, na semana que antecede Indian Wells. Na tentativa de atrair as maiores estrelas do circuito, a organização acatou a sugestão da WTA de usar quadras duras e procura tratar o evento como uma preparação para o campeonato norte-americano, um dos principais do calendário.
Cidades de Bahia, Santa Catarina e São Paulo, além de Brasília, negociam com a CBT a possibilidade de sediar o evento, que pode ser indoor ou ar livre. Fortaleza, capital cearense, ainda corre por fora. Lacerda, que comprou os direitos do Torneio de Marbella, calcula um investimento de R$ 2 a R$ 3 milhões para abrigar o campeonato e pede apoio governamental.
‘O grande problema do Brasil hoje é que você precisa montar uma estrutura nova a cada evento. Para o torneio da WTA, vamos ter que construir a quadra, porque poucos lugares no Brasil tem tantas quadras duras. Um dos poucos locais que tem isso é o Sauípe, que pode ser um candidato’, disse Lacerda.
Na última edição do ATP 250 brasileiro, disputado em São Paulo de forma inédita, a distribuição dos convites causou polêmica. Pela primeira vez na história do torneio, a organização chamou apenas atletas estrangeiros, o que causou desconforto entre os tenistas nacionais.
Foram convidados o chileno Fernando Gonzalez, ex-número 5 do mundo e em final de carreira, e o espanhol Nicolas Almagro, então bicampeão do torneio. O convite mais polêmico foi ao inexpressivo Javier Marti, 20 anos, que nunca passou do 170posto do ranking, mas acabou agraciado por um acordo comercial da Koch Tavares, promotora do campeonato.
No WTA brasileiro, Lacerda promete priorizar as tenistas nacionais. ‘Todos os convites são nossos e a tendência é que usemos apenas com brasileiras. O que pode acontecer é alguém como a Serena Williams, por exemplo, manifestar interesse na última hora. Não poderíamos recusar, mas nosso objetivo, se não houver uma situação diferenciada, é trabalhar só com brasileiras’, disse.
Atualmente, as tenistas nacionais ocupam posições inexpressivas no ranking mundial – a melhor representante do Brasil na lista é Teliana Pereira, atual 238da lista. Desta forma, participar de um torneio de primeira linha seria uma grande oportunidade para as brasileiras e algo que quebraria um longo jejum.
O presidente da CBT espera definir até julho o local do torneio e os demais detalhes. O último torneio da WTA disputado no Brasil aconteceu na Costa do Sauípe, na temporada de 2002. Na decisão, a russa Anastasia Myskina venceu a grega Eleni Daniilidou.