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Ídolos da cidade de Campinas torcem pela paz no centenário do dérbi

Por Da Redação
23 mar 2012, 20h00

O dérbi entre Ponte Preta e Guarani vem carregado de história e tradição, mas também é marcado pela violência entre as torcidas rivais. Os frequentes confrontos entre as organizadas de Campinas afastaram grande parte das famílias que compareciam ao duelo e provocaram o medo e apreensão em todos que já compraram seus ingressos para o duelo deste sábado.

No dia que o clássico mais antigo do Estado de São Paulo completará exatos cem anos, a tensão vivida pela cidade de Campinas atingiu níveis alarmantes com a morte do torcedor bugrino Anderson Ferreira, de 28 anos. A briga entre facções rivais ocorreu após uma partida entre as categorias sub-15 e sub-17 dos dois clubes, quando os presentes se encaminhavam para as sedes de suas respectivas torcidas.

O incidente fez a Federação Paulista de Futebol tomar medidas drásticas e proibir a entrada de uniformizadas no clássico deste final de semana. Além disso, as diretorias de Ponte Preta e Guarani também entraram em um consenso e decidiram pela adoção do dérbi com torcida única depois deste sábado.A medida foi recebida com pesar pelo ex-jogador Odirlei, que atuou na Ponte Preta na década de 70 e 80 e foi responsável por anotar o gol da vitória da Macaca sobre o Bugre, no final do primeiro turno do Paulista de 1981. Entristecido com o modo como o clássico foi conduzido pelos torcedores, o ex-lateral esquerdo lembrou com saudade dos dias que antecediam os dérbis na sua época como profissional.

‘A torcida tem que entender que o nosso problema é nas arquibancadas. Dentro de campo, um profissional respeita o outro. Eu dei um passeio por Campinas e vi apenas uma camisa da Ponte Preta. Todos têm medo de sair na rua e mostrar o time que torcem. No meu tempo, a gente cruzava a cidade e era praticamente impossível ver alguém sem a camisa do clube’, lamentou o ex-atleta alvinegro, em entrevista à Gazeta Esportiva.Net.

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Assim como Odirlei, o ex-jogador Careca também mostrou a sua preocupação com a crescente violência nos clássicos realizados em Campinas. O ídolo de Guarani, São Paulo e da Seleção Brasileira fez um pedido encarecido aos torcedores das duas equipes e pediu para que a rivalidade seja demonstrada apenas pelos atletas que entrarão em campo.

‘Dérbi é sempre uma data que marca bastante. Quem vai fazer o primeiro gol ou quem vai jogar bem. Eu tenho certeza que esse é o momento das equipes atingirem seu objetivo no Paulista. Será um jogo atípico, com maioria de torcedores da Ponte, mas que terá de ser resolvido dentro de campo. A gente espera muitas emoções e uma partida livre de qualquer confusão nas arquibancadas’, acrescentou Careca.

Na última quinta-feira, torcedores de Guarani e Ponte Preta se reuniram em uma praça, no centro de Campinas, para pregarem a paz nos estádios. Os torcedores se confraternizaram e levaram faixas clamando por um jogo livre de qualquer briga. Além disso, a Polícia Militar também montou um forte esquema de segurança e comparecerá em peso ao duelo deste sábado, marcado para as 18h30 (de Brasília), no Moisés Lucarelli.

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PÊNALTI E ABANDONO DE CAMPO OCASIONARAM A PRIMEIRA BRIGA DE TORCIDAS NO DÉRBI

A primeira briga conhecida entre jogadores e torcidas de Ponte Preta e Guarani ocorreu no dia 21 de maio de 1916. A Macaca perdia o dérbi por 1 a 0 quando o árbitro da partida marcou um pênalti para o Bugre. Revoltados com a decisão, os alvinegros deixaram o campo e permitiram que o jogador rival cobrasse a penalidade sem o goleiro na meta.

A postura da Ponte Preta em abandonar o local gerou a revolta da torcida que compareceu ao Hipódromo – local onde as equipes se enfrentavam nos primeiros anos do confronto. As famílias presentes voltaram para suas casas, enquanto os jogadores discutiam no gramado.

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No embalo dos times, os torcedores também passaram a trocar agressões verbais. Os xingamentos logo evoluíram para socos e pontapés entre os atletas, motivando o público a adotar a mesma conduta lamentável daqueles que atuavam pelos clubes de Campinas.

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