Ídolo francês minimiza vaias da torcida brasileira
Judoca Teddy Rinner diz entender o apoio aos atletas da casa e dá a receita para combater a pressão da arquibancada: vencer e deixar todo mundo em silêncio
Invicto há 112 lutas, o francês Teddy Riner virou a grande referência do judô mundial. Depois de conquistar o bicampeonato olímpico, ele decidiu ficar no Rio de Janeiro para curtir a cidade. E não parece nem um pouco preocupado com o clima animoso criado com seus conterrâneos, em especial após as vaias para Renaud Lavillenie, na disputa final do salto com vara contra o brasileiro Thiago Braz. Sua tranquilidade não está atribuída apenas ao tamanho – ele é um gigante 2m04 de altura – mas principalmente à atitude e a maneira de lidar com a pressão.
“Entendo que a torcida torça para os atletas da casa num evento como este. Mas eu gosto de pressão. Quanto lutei com o Rafael Silva (Baby) também fui vaiado, fui pressionado. Normal. O que o atleta tem que fazer é vencer e deixar o público em silêncio”, disse Riner, num bate-papo descontraído na saída do jogo de basquete em que a França foi eliminada pela Espanha.
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O judoca disse ainda que só guarda boas lembranças do Rio de Janeiro: “Ganhei duas medalhas de ouro em mundiais e ainda fui campeão olímpico aqui. Gosto desse lugar”, brincou.
Aos 27 anos, Riner é um apaixonado pelo que faz. E rechaça a possibilidade de, um dia, aproveitar seu tamanho para tentar a carreira lutando MMA. “O esporte para mim serve de exemplo para as crianças, portanto não me vejo lutando no UFC. É muito violento para mim”, diz, sorrindo.