Há duas semanas, Henrique desembarcava da Colômbia como campeão, artilheiro e craque do Mundial sub-20, condição que o fez ameaçar sair do São Paulo se não recebesse mais chances. Entrou em acordo com a diretoria, renovou por cinco anos, mas não conseguiu brilhar na primeira oportunidade que teve como titular desde então.
O jogador pouco foi visto durante a vitória por 2 a 1 sobre o Figueirense, nesse sábado. A escalação que tanto cobrou não foi justificada até pela pressão sofrida pelo Tricolor. Tanto o atacante quanto Willian José, colega seu na Seleção Brasileira sub-20, raramente foram acionados.
Henrique, contudo, conseguiu ser percebido mais vezes que o colega por detalhes pouco positivos. Na ânsia de ter a bola que não chegava, acabou voltando ao meio-campo para cometer falta que lhe rendeu um cartão amarelo. Mais tarde, novamente prejudicado pela vontade de mostrar serviço, tentou desarmar o zagueiro Edson Silva perto da área adversária e foi driblado com categoria, em lance que levantou a torcida dos anfitriões no Orlando Scarpelli.A primeira atuação do atleta como titular sob o comando de Adilson Batista acabou no fim do primeiro tempo. No intervalo, o camisa 17 foi o sacrificado para uma mudança tática do treinador, que buscou preencher o meio-campo trocando-o por Rivaldo. Na vaga do atacante, o veterano fez o gol que garantiu os três pontos ao São Paulo em Florianópolis.
‘O Rivaldo entrou porque não adiantava ter um atacante sem força para contra-atacar. Por que ter dois jogadores no meio da área sem haver troca de passes? E o Henrique já tinha amarelo’, argumentou o comandante, que optou por Henrique desde o início devido, também, aos desfalques de Luis Fabiano, Dagoberto, Fernandinho e Marlos, vetados pelos médicos, e Lucas, que está na Inglaterra com a Seleção Brasileira.
Adilson se diz fã de Henrique, tanto que, durante o Mundial sub-20, revelou ter pedido sua contratação no primeiro semestre, quando comandava o Atlético-PR. Com o atacante à disposição, porém, ainda demonstra cautela para apostar nele. Não o inscreveu na primeira fase da Copa Sul-americana, lhe deu oportunidade no segundo tempo do empate com o Santos, o manteve no banco mesmo durante a derrota para o Fluminense no Morumbi e disponibilizou pouco mais de 45 minutos como titular.
Henrique sempre evitou cobrar claramente uma posição fixa entre os preferidos do treinador, mas reforça seu desejo de ser, ao menos, relacionado. Condição que pode ficar ainda mais difícil a partir desta semana diante da recuperação dos machucados – incluindo a expectativa da volta de Luis Fabiano aos treinos no campo – e o retorno de Lucas. Em meio ao imbróglio para renovar com a diretoria, Henrique havia dito ter ofertas do Brasil e do exterior.