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Hackers russos vazam exames e acusam Biles e Serena de doping

Grupo "Fancy Bears'" divulga documentos da Agência Mundial Antidoping e acusam entidade de acobertar atletas americanas

Por da redação
Atualizado em 20 jan 2021, 14h28 - Publicado em 13 set 2016, 14h23

Um novo escândalo de doping pode abalar o esporte mundial e alguma de suas principais estrelas. Nesta terça-feira, um grupo de hackers russos, identificado como “Fancy Bears’”, divulgou documentos que seriam exames vazados da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Os hackers, que dizem “lutar pelo fair play e pelo esporte limpo”, acusam a entidade de acobertar casos de doping de atletas dos Estados Unidos, incluindo a ginasta Simone Biles e as irmãs tenistas Serena e Venus Williams.

Em seu site e nas suas redes sociais, o”Fancy Bears’” divulgou exames das atletas realizados entre 2010 e 2016. Segundo os hackers, constam substâncias proibidas nos documentos, mas que teriam sido receitadas por médicos da Wada para “uso terapêutico” dos compostos – prática legalizada pela Wada, mas que, segundo os russos, seria uma forma de acobertar o doping.

Agência dos EUA nega doping de Biles e irmãs Williams

A Wada confirmou, por meio de comunicado, que teve dados confidenciais relacionados à Olimpíada do Rio de Janeiro invadidos por um grupo de espionagem russo. “A Wada condena estes ataques cibernéticos que estão sendo realizados em uma tentativa de afetar a Wada e o sistema global antidoping”, disse em comunicado o diretor-geral da agência, Olivier Niggli. A Wada, porém, não confirma a veracidade dos documentos divulgados, nem se defende das acusações.

Os dados do “Fancy Bears'” mostram que Simone Biles, que conquistou quatro medalhas de ouro na Rio-2016, utilizou metilfenidato, um psicoestimulante, e anfetaminas com prescrição médica. Seus exames datam de agosto, durante a disputa da Rio-2016.

Já Serena Williams, que não ganhou medalha no Brasil, é acusada de ter utilizado as substâncias oxicodona e hidromorfona (usados para tratamento de dores), prednisona e prednisolona (que aumentam a capacidade de energia) e metilprednisolona (que também é usada em tratamentos inflamatórios), em exames mais antigos.

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Sua irmã, Venus Williams, teria utilizado triancinolona e prednisona (ambas anti-inflamatórios). O grupo também acusa a jogadora de basquete Elena Delle Donne, campeã da Rio-2016, pelo uso de hidrocortisona e anfetaminas.

TUE – Jornalistas americanos, como T.J Quinn, repórter investigativo da ESPN, saíram em defesa das atletas, alegando que os documentos não apresentam nenhuma comprovação de irregularidade. A Wada informa em seu site que autoriza que atletas utilizem determinadas substâncias proibidas em caso de necessidade, desde que com autorização prévia – a chamada “isenção de uso terapêutico”, (TUE, na sigla em inglês).

“Os atletas podem ter doenças ou condições que os obrigam a tomar medicamentos específicos. Se o medicamento necessário para tratar uma doença estiver na lista de substâncias proibidas, uma TUE pode dar a esse atleta a autorização para tomar o medicamento necessário.” As atletas citadas ainda não se pronunciaram sobre as acusações.

A tenista Serena Williams dos Estados Unidos durante partida contra a ucraniana Elina Svitolina na terceira rodada do torneio olímpico
Serena Williams é acusada por hackers de ter utilizado quatro substâncias ilícitas (Cameron Spencer/Getty Images)

Em seu site, o “Fancy Bears” proclamou fidelidade ao Anonymous, famoso grupo de hackers, e disse que atacou a Wada para mostrar ao mundo “como as medalhas olímpicas são ganhas”. “Vamos começar com a equipe dos EUA, que desgraçou seu nome com vitórias contaminadas”, disse o grupo, que promete divulgar revelações sobre outros países no futuro.

Registros na internet mostram que o “Fancy Bears” iniciou suas atividades há menos de duas semanas: o site foi registrado em 1º de setembro e seu perfil no Twitter foi criado no dia 6.

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Escândalos – O vazamento dos exames de atletas americanos vem na esteira do escândalo de doping que puniu mais de uma centena de atletas, em sua maioria russos, da Rio-2016. Em  julho, a Wada divulgou um relatório produzido por Richard McLaren, um professor e advogado canadense comissionado pela entidade e pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, na sigla em francês), que comprovava um “elaborado esquema de trapaça” patrocinado pelo Ministério do Esporte russo, a agência antidopagem e o serviço federal de segurança do país.

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Meses antes, a Wada já havia apontado participação do presidente russo Vladimir Putin no escândalo de doping no atletismo do país. Escrito por Dick Pound, o chefe da comissão, o documento denunciou a “corrupção enraizada na federação internacional de atletismo (IAAF)” e destacou que os casos não foram apenas isolados e que Putin sabia de tudo.

Putin sempre negou participação nos escândalos e disse que as investigações tinham motivações políticas. A equipe russa de atletismo foi inteiramente banida da Rio-2016. No mês seguinte, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou o banimento de todos os atletas russos da Paralimpíada do Rio.

 

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