Um dos mais criticados nos protestos da torcida do Palmeiras, o vice-presidente Roberto Frizzo tratou de se defender de uma nova contestação. Prestes a negociar Pierre, que não quer voltar ao clube, o dirigente avisa que, ao contrário do que foi anunciado na gestão anterior, o volante não tem 100% dos seus direitos econômicos ligados ao Verdão.
‘Fizeram aquele ‘bumba meu boi’ de que não sai ninguém e o Palmeiras tinha 100% do Pierre. Mas fui ver as porcentagens e o clube só tem 15%’, contou Frizzo à rádio Jovem Pan, ironizando o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo. ‘Até mandei fazerem planilhas para entender o que aconteceu.’
O ‘bumba meu boi’ a que o dirigente se refere ocorreu em agosto de 2009. Com o time na liderança do Brasileiro, Belluzzo convocou uma entrevista coletiva ao lado de J. Hawilla, proprietário do fundo de investimento Traffic, para anunciar que o clube adquiriu 100% dos direitos de Pierre e que nenhum atleta seria negociado – os destaques, como Diego Souza e Cleiton Xavier, além de Pierre, receberam até aumento.
Bastante pressionado pela torcida e também internamente no clube, Frizzo resolveu divulgar que a informação tão comemorada pelos antigos gestores do clube não é verdadeira. É um argumento pronto perante críticas que já surgiram com as especulações de que Pierre ficaria no Atlético-MG em troca envolvendo o lateral direito Rafael Cruz, que atuou no Brasileiro emprestado ao Atlético-GO.
‘Chega a me constranger tornar pública essa informação, mas não quero que pareça que enlouquecemos. Não posso trocar um atleta querido pela torcida, guerreiro, de quem gosto muito como homem, para chegar um jogador X, Y e Z com uma importância financeira que faça pensarem que ficamos loucos’, falou o vice-presidente.
Por isso, o dirigente antecipa que, com a negociação de Pierre, não virá nenhum ‘camarão’, termo usado por Luiz Felipe Scolari para definir reforços renomados. ‘A torcida não pode ficar achando que vamos trazer quatro jogadores do Barcelona com o Pierre, não é bem assim. O que dispomos é de 15% do Pierre’, insistiu.