Por Leonardo Maia e Silvio Barsetti
Rio – Euforia e muita comemoração, mas só por algumas horas. O título carioca do Fluminense, definido neste domingo com a vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, foi bastante festejado por jogadores e o técnico Abel Braga e seus auxiliares ainda no gramado e no vestiário do Engenhão. Havia, porém, uma recomendação do treinador: que ninguém se excedesse. Isso porque o Fluminense mira agora uma outra conquista, que lhe seria inédita, a da Copa Libertadores, e já tem compromisso complicado na próxima quinta-feira contra o Boca Juniors, na Argentina.
“O primeiro título do ano tinha de ser o do Carioca. É sempre difícil descrever a sensação de ser campeão. Mas agora todos os esforços devem se concentrar para o jogo com o Boca”, declarou Deco, um dos grandes responsáveis pela grande campanha do Fluminense na temporada. Ele saiu de campo machucado e dificilmente terá condições de enfrentar a equipe argentina. “Isso agora é o que menos importa e o time tem um grupo forte, com ótimas opções”.
Emocionado e ao mesmo tempo comedido, Abel Braga elogiou o adversário e disse que o Botafogo merecia um resultado melhor. “Não fomos tão bem e vencemos por 1 a 0. Na verdade, a decisão foi praticamente sacramentada na semana passada, quando conseguimos abrir grande vantagem (goleada por 4 a 1). Hoje (domingo), o Botafogo valorizou a nossa conquista, atuando com muita luta e empenho”. O comandante tricolor exaltou mais uma vez a qualidade de seu elenco.
Durante a caminhada, Abel Braga sofreu com muitas lesões, principalmente dos principais nomes da equipe. Fred, Deco, Wellington Nem, Thiago Neves, Diguinho, Valencia, todos perderam jogos por contusões variadas. Foi a hora dos suplentes mostrarem sua força. “Foi assim com todos. O Diguinho saiu, entrou o Jean. Saiu o Nem, entrou o Sóbis. A chance não avisa quando vai aparecer e todos foram muito bem nos momentos difíceis”, disse Abel Braga, ressaltando as boas atuações justamente nos clássicos decisivos contra o Vasco, na Taça Guanabara, e contra o Botafogo, nos dois jogos da final.
“Não fizemos uma grande campanha, mas subimos de nível nas partidas decisivas”, destacou o técnico, que recebeu um banho gelado de isotônico de alguns jogadores e colegas da comissão técnica durante entrevista coletiva. “O ambiente é bom, eles estão perdoados”.