A decisão do meia Ronaldinho em rescindir o seu contrato com o Flamengo por meio de uma liminar na Justiça deixou o departamento jurídico da equipe em alerta. Mesmo sem ter lido na íntegra o documento que determina o fim imediato de seu contrato com o clube, o clube revelou certos pontos falhos no ofício assinado pelo juiz do trabalho André Luiz Amorim Franco e contestou o atraso no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) alegado pelo atleta.
Na liminar expedida nesta quinta-feira, Ronaldinho alega que o Flamengo deixou de arcar com os seus vencimentos por completo, totalizando valores referentes ao seu salário, FGTS e direitos de imagem. No entanto, essa visão não é compartilhada pelo Rubro-Negro. O time carioca admite ter dívidas com o atleta, mas negou ter atrasado o Fundo de Garantia durante a sua permanência no Rio de Janeiro.
‘Apenas para que o Flamengo não tenha prejuízo com toda essa exposição, mostrando que o FGTS está em dia. Para evitar repercussão negativa que tem uma decisão dessa natureza’, explicou o vice jurídico da equipe, Rafael De Piro, em entrevista concedida à ‘Rádio Globo’.
Mesmo com esta falha no documento apresentado por Ronaldinho, o dirigente se negou a manter uma briga judicial para segurar o atleta na equipe e disse que o meia não é merecedor de todo o esforço feito pelo Flamengo durante o tempo que permaneceu na equipe. ‘Acho que não. Só tem que estar no Flamengo quem queira muito. E tem muita gente que quer. Acho que ele não merece mais.’
Ronaldinho rescindiu o seu contrato nesta quinta-feira, cobrando uma dívida de R$ 40.177.140,00 do seu ex-clube. O valor é referente a 12 meses de previdência, fundo de garantia e cinco meses de direitos de imagem. O jogador chegou ao clube em janeiro de 2011 e fez o seu último jogo pela equipe no último sábado, quando o Rubro-Negro empatou por 3 a 3 com o Internacional, no Engenhão. Neste confronto, o meia foi substituído durante o segundo tempo e recebeu uma sonora vaia da torcida carioca presente no estádio.