Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Fifa dá sinal verde e governo entra no comitê da Copa-2014

Antes, só a CBF tinha representantes no COL. Agora, secretário do ministério é integrante do órgão. E Blatter deixou claro que Valcke seguirá como interlocutor

Por Da Redação
8 Maio 2012, 13h26

“Estão aqui todos os responsáveis pela Copa, inclusive o secretário-geral. Todos os problemas foram resolvidos. Não vamos falar sobre pequenas coisas que já acabaram”, afirmou Blatter, reforçando o papel de Valcke após a controvérsia

Preocupado com os rumos da Copa do Mundo de 2014, o governo brasileiro deu nesta terça-feira mais um passo rumo à intervenção na organização do Mundial. Em reunião de cerca de seis horas na sede da Fifa, em Zurique, ficou decidido que, de agora em diante, o governo também fará parte do Comitê Organizador Local (COL). O novo integrante é o secretário executivo do ministério do Esporte, Luís Fernandes, que estava presente no encontro. O processo de intervenção do governo havia começado com a saída de Ricardo Teixeira do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol. O dirigente, acusado de envolvimento em escândalos de corrupção, deu lugar a José Maria Marin. Agora, a principal voz da organização da Copa do Mundo é o ministro Aldo Rebelo.

“Tivemos uma conversa franca. A primeira decisão é que Luis Fernandes será o representante do governo no COL e o Marco Polo del Nero fará parte do comitê executivo da Fifa. Também decidimos que vamos nos encontrar a cada seis semanas e que o próximo encontro será no Brasil. Queremos ter a certeza de que tudo será perfeito”, explicou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. De acordo com o ministro Aldo Rebelo, a reunião serviu para o COL, agora integrado também pelo governo, garantir à Fifa que as dificuldades serão resolvidas. “A Fifa, o governo brasileiro e o COL ajudarão a superar obstáculos e desafios para realizar uma Copa do Mundo à altura da expectativa do Brasil e da expectativa do mundo. Vamos realizá-la com êxito, administrando nossas diferenças quando estas surgirem, em função do objetivo maior e comum, que é fazer uma grande Copa.”

Conversa em Rede: Você acredita quando Aldo diz que obras da Copa estão em dia?

Continua após a publicidade

‘Ajustes’ – Para o ex-jogador Ronaldo, também membro do COL, o mais importante da reunião foi a integração do “time” que tem governo, CBF, COL e Fifa. “Uma coisa que acho que ficou de mais importante deste dia longo foi a decisão de jogarmos juntos, jogarmos como um time unido. Com a experiência de ex-jogador, um time que não é unido dificilmente ganha.” Com a sua entrada no Comitê Organizador Local, o governo quer esquecer os problemas do passado – incluindo aí as desavenças com Valcke -, mas principalmente apagar o período turbulento enquanto a CBF e o COL eram presididos por Ricardo Teixeira. “A experiência do governo com a Fifa e o COL nos indica um processo que vem sofrendo ajustes, vem sendo aperfeiçoado com êxito para que as soluções necessárias sejam adotadas em função do interesse comum”, afirmou Aldo.

A reunião desta terça foi o primeiro encontro entre os representantes do governo brasileiro e o secretário-geral da Fifa desde que Jérôme Valcke disse que o país precisava de um “chute no traseiro” por causa do ritmo lento das obras para a Copa. “Se houve lacunas elas foram preenchidas, se houve desvio de rota, ele foi corrigido. E o importante é olhar para frente”, avisou o ministro. Num intervalo entre as conversas, Blatter, Aldo e Marin se juntaram a Ronaldo e Bebeto num campo de futebol localizado na própria sede da Fifa (veja nas fotos acima). Enquanto posavam para fotos brincando com a bola – Marin, de 80 anos, foi aplaudido ao fazer embaixadinhas -, trocavam gentilezas. O secretário-geral, no entanto, ficou afastado do grupo, conversando no celular. Quando chegou a hora de posar ao lado da delegação brasileira, o francês manteve a expressão séria no rosto.

Leia também:

Leia também: ‘Ensaio geral’ da Copa do Mundo já pode ter duas trocas de estádios

Continua após a publicidade

Cobranças – Ronaldo, por outro lado, se divertiu com a brincadeira com a bola – e fez piada com o próprio peso ao agachar para tirar uma foto: “Não dá mais para fazer essas coisas”, afirmou o ex-craque, que bateu um pênalti e ficou no gol para defender uma cobrança do ministro (deixou a bola chutada por Aldo passar). Blatter encerrou a entrevista coletiva depois da reunião fazendo um breve pronunciamento num português puxado para o espanhol. Blatter disse que foi um dia “histórico” na Fifa, porque a foi “um forte sinal do compromisso do governo brasileiro com a nossa parceria e a responsabilidade compartilhada”. “Hoje lançamos as bases de uma cooperação integrada, com mútua confiança, a fim de alcançarmos o nosso objetivo comum.” O Brasil, porém, não escapou das cobranças – e elas partiram justamente de Jérôme Valcke.

“Nós vamos ter que discutir o problema de mobilidade. Isso precisa ser resolvido pelo governo para que todos possam ver os jogos”, avisou o francês. Na segunda-feira, levantamento da ONG Contas Abertas mostrou que as obras de mobilidade urbana e de expansão dos sistemas de transportes públicos, essenciais para a realização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, não saíram do lugar. “Também vamos ter que falar sobre aeroportos e vagas em hotéis e sobre a Lei Geral da Copa”, emendou o secretário-geral, que ainda avisou: “Agora é hora de implementar as coisas. Já passou da hora de conversar e discutir”. E, para quem duvidava do papel de Valcke nas negociações, Blatter foi mais do que claro: “Estão aqui todos os responsáveis pela Copa, inclusive o secretário-geral. Todos os problemas foram resolvidos. Não vamos falar sobre pequenas coisas que já acabaram”.

(Com Agência Estado)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.