O paulistano Felipe Wu conquistou a prata na prova de pistola de ar 10m no tiro esportivo neste sábado no Centro Olímpico de Tiro, no complexo de Deodoro, e encerrou um jejum de 96 anos sem medalhas para o Brasil na modalidade.
A torcida brasileira transformou o espaço dedicado às competições de tiro esportivo em um verdadeiro caldeirão. Aos gritos de “Wu, Wu, Wu”, o público incentivava o atleta antes de cada disparo: “Eu falava que a torcida não fazia diferença para o tiro esportivo. Mas essa barulheira me deu uma energia muito boa”, comemorou Wu. Houve também por parte da torcida um respeito muito grande aos atletas internacionais. Em nenhum momento foram vaiados antes e depois de atirar.
A medalha de prata de Wu foi definida apenas no último disparo feito pelo seu oponente vietnamita. Até este momento, o lugar mais alto do pódio era do brasileiro. Ficou nítida uma ligeira frustração de Wu e parte da torcida, que esperava o ouro. Segundos depois, no entanto, espírito olímpico falou mais alto e todos comemoraram a primeira medalha brasileira nos Jogos.
Relembre a entrevista de Felipe Wu ao Papo de Esporte
A competição
Wu terminou a competição com 202,1 pontos. O vietnamita Xuan Vinh Hoang, que conseguiu a medalha de ouro, atingiu a marca de 202,5 pontos. A medalha de bronze ficou com o chinês Wei Pang, que teve 180,4 pontos. É mais um feito na carreira ascendente desse brasileiro, fã de Harry Potter, que tem colecionado premiações ao longo dos anos. Wu foi medalha de ouro nos jogos Pan Americanos de 2015, em Toronto, e nos jogos Sul Americanos, realizados nos anos de 2010 e 2014. Wu retorna à competição no próximo dia 10. Ele irá disputar as finais da pistola livre 50m.
Antes de Wu, o Brasil tinha ganho medalhas na categoria ouro nos anos 20. Guilherme Paraense ganhou ouro na pistola rápida, Afrânio da Costa Silva foi prata na pistola livre e bronze nas equipes (ao lado de Paraense, Sebastião Wolf, Dario Barbosa e Fernando Soledad) na pistola livre. A premiação deixou Wu, que é estudante de engenharia aeroespecial, otimista. “Espero que o esporte se torne mais popular no Brasil”, disse ele.