A relação entre Luiz Felipe Scolari e Marcos faz parte da história de glórias do Palmeiras. Campeões da Copa Libertadores da América juntos e também da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira, a dupla se reencontrou neste momento de despedida do ex-goleiro.
Desde que retornou ao Verdão, Felipão expressou sua admiração pelo ex-jogador, mas sempre deixando claro que o esperava em campo, e não apenas nos treinos. O comandante pentacampeão aponta o amigo como um dos principais jogadores dos últimos anos no futebol brasileiro.
‘De 1999 em diante, é um dos melhores goleiros que o Brasil já teve, foi campeão do mundo em 2002 e teve passagens fantásticas pelo Palmeiras. É a perda de um grande jogador, que fez parte do nosso grupo por muito tempo’, enaltece.
No período de convivência, Felipão aprendeu a lidar também com os desabafos do ex-goleiro nas saídas de campo depois das derrotas. O treinador só não conseguiu ajudá-lo na batalha contra as dores.
‘Como homem e sendo a pessoa que conheci em 1997, o único problema dele são os joelhos, as dores dele. De resto, continua a mesma pessoa, simples, dedicada, humilde, tranquila… Às vezes, fala uma bobagem, é normal, mas é aquele cara que queríamos ter sempre no time. Infelizmente, passa por dificuldades que nem ele gostaria de passar, mas é aquele companheiro muito bom de vestiário, é um dos líderes’, argumenta.
Felipão confia tanto em Marcos que o transformou em titular da Seleção Brasileira entre 2001 e 2002. No período, o ídolo palmeirense participou de 24 jogos como titular da equipe canarinho, tendo como auge a conquista do pentacampeonato. Apesar de o prêmio da Fifa de melhor jogador do torneio ter sido entregue ao alemão Oliver Kahn, o treinador não tem dúvidas de quem foi o destaque na posição de goleiro: Marcos. A eleição motivou até uma brincadeira do técnico com o ex-jogador da Alemanha.
‘Na Europa, eu jogava contra ele e nós nos falávamos, somos bons amigos. Ele ganhou de Portugal na Euro de 2008 e disse que trocaria esta vitória pela de 2002, mas eu disse que não (risos). O Marcos seria escolhido o goleiro da Copa’, avalia.
A eleição foi realizada antes da decisão do Mundial, quando Kahn falhou no primeiro gol de Ronaldo. Apesar de não ter recebido prêmio individual, Marcos cumpriu o esperado por Felipão, que optou por deixar no banco de reservas Dida e Rogério Ceni.
‘Não existia distância entre eles, os três foram tão amigos e se ajudaram tanto, que independentemente de quem jogasse, representaria muito bem. Eles fizeram um ambiente tão saudável, que foi muito bom ter escolhido os três’, conclui.