Representante dos atletas no Conselho Diretivo da Associação dos Tenistas Profissionais, o suíço Roger Federer não apoia alguns colegas que manifestaram vontade de boicotar o circuito caso o calendário não seja diminuido. Ele também se mostrou contra a mudança do sistema de ranking para a comparação com os últimos dois anos, não apenas as 52 semanas anteriores.
‘Essa coisa de boicote surgiu alguns meses atrás, mas não tem o menor sentido e não vai acontecer, ao menos a curto prazo. Não vejo razões para se falar em uma atitude extrema agora. As coisas estão evoluindo. Já teremos duas semanas a mais de descanso em 2012’, afirmou.
‘O calendário sempre foi assim. Durante os últimos 10 anos, fiz muitas vezes 60 partidas, talvez até 90 em algumas temporadas. Acho que tudo depende de como você monta sua programação. Quem sabe Novak (Djokovic) ainda não ganha o torneio aqui? Ou Rafa (Nadal)?’, indagou o quarto do mundo, que está em Londres para a disputa do ATP Finals.
Ele afirmou também que se o ranking mudar para uma comparação da temporada atual com as últimas duas, os tenistas mais bem colocados seriam favorecidos. ‘Isso vai prejudicar os que estão atrás, tornando muito mais difícil a possibilidade de alguém ter uma ascensão rápida. O golfe possui esse sistema de dois anos e não sei quem são os top10, nem sou capaz de mencionar quatro deles. O tênis vive do ranking semanal e vocês jornalistas são os que mais gostam disso’, argumentou.
‘Esse sistema certamente favoreceria os tops do ranking, como eu ou o Rafa. Ficaríamos muito mais tempo lá, mudanças seriam raras. Como presidente do Conselho, não posso aderir a essa ideia. Não conseguiria olhar os outros tenistas nos olhos se aprovarmos algo assim’, encerrou.