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A decisão que pôs a morte no caminho da Chapecoense

Clube chegou a orçar voo com a Gol - e pagaria quase o mesmo para viajar em um Boeing. Na tragédia, uma questão ainda sem resposta: por que a Lamia?

Por Rodrigo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 nov 2016, 22h26 - Publicado em 30 nov 2016, 21h51

Por um valor que seria quase o mesmo que foi pago à desconhecida Lamia, dona do avião que caiu na madrugada desta segunda-feira nas proximidades de Medellín, a Chapecoense esteve diante da possibilidade de contratar um avião maior e mais seguro para a viagem que acabou em tragédia.

VEJA apurou que a diretoria do clube catarinense chegou a fazer um orçamento para fretar um avião da companhia brasileira Gol – e recebeu uma oferta que não ficava muito distante dos 130 000 dólares negociados com a boliviana Lamia.

Não está clara, até o momento, a razão pela qual os dirigentes optaram pela empresa da Bolívia. Sabe-se que os serviços da companhia, cujo proprietário pilotava o avião acidentado, eram frequentemente indicados pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) aos clubes que participam das competições organizadas pela entidade.

Além da Gol, a Chapecoense orçou a viagem com uma companhia argentina. As alternativas poderiam ter feito a diferença. Se os dirigentes tivessem optado pela Gol, por exemplo, o voo provavelmente seria feito por um Boeing 737 – uma aeronave indiscutivelmente mais segura e com autonomia de voo muito maior que a do Avro RJ-85 operado pela Lamia.

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Com uma aeronave de maior porte, a delegação da Chapecoense poderia ter feito um voo direto do Brasil até Medellín.

A opção pela Lamia acabou obrigando o clube a improvisar uma logística complicada para a viagem. Por causa de normas internacionais seguidas pela Anac, a autoridade de voo brasileira, uma empresa boliviana não poderia voar do Brasil para Colômbia – o voo, pelas regras, tinha que ser feito por uma companhia do país de origem ou do país de destino. Para se ajustar às normas, a delegação teve de seguir em um voo comercial para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para só lá embarcar no avião fretado da Lamia rumo a Medellín, na viagem que nunca acabou.

O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, confirmou que a diretoria do clube cotou o fretamento com outras companhias aéreas. “Depois do acidente, o presidente do conselho da Chapecoense me disse que o clube tinha cotado (o fretamento) com uma companhia argentina e com a companhia brasileira, mas acho que tudo isso é pequeno diante do que aconteceu”, afirmou. O prefeito, que faria a viagem junto com a equipe mas de última hora resolveu mudar os planos, disse desconhecer por que o clube optou pela empresa boliviana. Procurada, a Gol respondeu que “não se pronuncia sobre propostas comerciais”.

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