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Ex-dupla de Oncins, Orsanic vê chance de título em SP e quer melhor ano

Por Da Redação
13 fev 2012, 09h07

O jovem Thomaz Bellucci não é o primeiro brasileiro a cruzar o caminho de Daniel Orsanic. Atual técnico do principal tenista do País, o argentino formou parceria frequente e bem sucedida com Jaime Oncins entre 1999 e 2001. Ao lado do novo pupilo desde o começo de 2012, ele vê chances de título no ATP 250 de São Paulo e projeta o melhor ano da carreira do jogador.

Por título, Bellucci combate ansiedade

‘Ele tem condições de ser campeão, mas precisamos pensar primeiro no começo da semana’, disse Orsanic em entrevista exclusiva à GE.net. Bellucci não ganha dois jogos seguidos desde junho de 2011, quando bateu o búlgaro Grigor Dimitrov e o turco Marsel Ilhan no Queen’s Club. O retrospecto recente negativo é resultado da parceria decepcionante com o renomado Larri Passos, emotivo e explosivo, estilo oposto ao do treinador argentino.

Depois de comandar Bellucci em apenas três torneios, o descendente de croatas evita traçar um objetivo em termos de ranking para o brasileiro, 21colocado em julho de 2010. Questionado sobre o assunto, Orsanic limita-se a dizer que a meta é proporcionar a ‘melhor temporada’ do tenista, algo que ele conseguiu com seus dois pupilos anteriores, o argentino José Acasuso (20em agosto de 2006) e o uruguaio Pablo Cuevas (45em outubro de 2009).Para comandar Bellucci, Orsanic usa os conhecimentos de português adquiridos com Jaime Oncins. Juntos, ambos foram campeões em Stuttgart-1999 e ainda alcançaram as decisões de Saint Poelten-2001 e Munique-2001. Em 2000, caíram na semifinal de Roland Garros diante dos australianos Todd Woodbridge e Mark Woodforde. No ATP 250 de São Paulo, o argentino de 43 anos, torcedor do River Plate e fã de música latina, escreve mais um capítulo da nova parceria com um brasileiro, agora como técnico.

GE.net – As partidas em saibro coberto são raras. O que você achou das condições da quadra depois da semana de treinamento e o que muda para os jogadores?

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Orsanic – As instalações estão muito boas. É verdade que muda um pouco para os jogadores, porque o fator climático não será importante aqui. O Thomaz está muito feliz por jogar em casa e acho que isso vai ajudá-lo. As condições do jogo estão boas para o Thomaz, ele vai gostar.

GE.net – Você também foi tenista e disputou vários torneios na Argentina. Em Buenos Aires-1993, por exemplo, alcançou as quartas de final em simples. Jogar em casa não é algo frequente para os tenistas sul-americanos. Como você encara isso?

Orsanic – Tem jogadores que gostam de jogar em casa e tem jogadores que acham difícil. Alguns sentem o apoio da torcida e outros, a pressão de jogar perto do público. O Thomaz gosta de jogar em casa, perto da família e dos amigos. Então, para ele é algo positivo.

GE.net – Como tenista número 1 do Brasil, as atenções estarão voltadas para o Thomaz e talvez aqui em São Paulo a cobrança seja ainda maior do que na Costa do Sauípe…

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Orsanic – Sim, isso é normal. Sendo o número 1 do país, ele certamente vai receber mais atenção da imprensa e do público. Mas nosso foco é a preparação para entrar no torneio da melhor maneira possível.GE.net – O Thomaz terá alguns adversários de peso, como Nicolas Almagro, Fernando Verdasco, Juan Carlos Ferrero e Gilles Simon, por exemplo. Tem algum que você considere favorito?

Orsanic – O Almagro é o cabeça 1. Ele, o Simon e o Verdasco estão mais bem classificados que o Thomaz. São jogadores muito sólidos e muito bons competidores, mas os outros tenistas que participam do torneio também são bons. Teremos que prestar muita atenção desde o começo. O fato de que o Ricardo Mello e o João Souza também estejam na chave principal é muito bom para o Brasil e para o público ter mais jogadores para apoiar.

GE.net – O único brasileiro a ganhar esse torneio foi o Gustavo Kuerten, em 2002 e 2004. O Thomaz já foi vice-campeão em 2009 [perdeu a final para o espanhol Tommy Robredo]. Você vê seu pupilo em condições de ser campeão agora?

Orsanic – Sim. Acho que o mais importante é ter um bom começo de semana, passar a primeira rodada para ganhar confiança e entrar bem no torneio. Depois, ele tem condições de ganhar o título, mas precisamos pensar primeiro no começo da semana.

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GE.net – O Thomaz alcançou a segunda rodada nos três torneios que vocês disputaram em 2012 [ATP 250 de Auckland e Viña del Mar e Aberto da Austrália]. Como avalia o trabalho até agora?

Orsanic – Estamos trabalhando bem. Os resultados, até agora, não foram muito bons, mas isso faz parte do trabalho e do processo de se conhecer. Vamos trabalhar cada vez mais à vontade: eu sabendo do que ele mais precisa e ele, me entendendo melhor.

GE.net – Você treinou o José Acasuso de 2004 a 2008 e neste período ele começou a ganhar títulos de dupla, um deles com o brasileiro Flávio Saretta [Umag-2004]. Acha que pode acontecer o mesmo com o Thomaz?

Orsanic – Sim, acredito que a dupla é um complemento muito bom para o individual, é útil para o individual. Sempre que ele possa jogar e que o calendário permita, vai ser positivo participar de torneios de duplas.

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GE.net – Aqui em São Paulo, você reencontrou o Jaime Oncins, atual técnico do português Gastão Elias e sua antiga dupla. Juntos, vocês ganharam um título e fizeram duas finais. Foi um dos seus grandes parceiros?

Orsanic – Nos últimos seis anos da minha carreira, joguei só duplas e acho que nessa etapa o Jaime foi o melhor companheiro que tive. Nós jogávamos bem juntos e também nos dávamos bem fora da quadra. Agora que ele começou a viajar com o Elias e está de novo no circuito, tenho um pouco mais contato com ele.

GE.net – Em 2000, vocês alcançaram a semifinal de Roland Garros. Essa partida contra os australianos Todd Woodbridge e Mark Woodforde foi um dos pontos altos da sua carreira?

Orsanic – Jogar bem em um Grand Slam sempre é muito lindo, é o que qualquer jogador de tênis busca. Fizemos um torneio muito bom, com grandes vitórias e perdemos para uma das melhores duplas da história. Foi um jogo equilibrado, perdemos 6/4 e 7/6 e depois o tie-break foi bem disputado, acho que 9-7. Demos tudo que tínhamos, mas esse foi o ano em que eles ganharam pela primeira vez em Roland Garros e jogaram muito bem.. Sempre respeitei Todd e Mark por tudo que foram como jogadores e como dupla, mas não tenho pesadelos. Essa etapa já terminou para mim e agora vejo o tênis de fora da quadra.

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GE.net – Atualmente, os irmãos Mike e Bob Bryan têm os mesmos 11 títulos de Grand Slam que os Woodies. Na sua opinião, qual foi a melhor dupla da história?

Orsanic – Para mim, os australianos foram melhores jogadores. Tanto Woodbridge como Woodforde estiveram entre os 30 melhores de simples [ambos ganharam títulos e chegaram ao 19lugar], enquanto Mike [246 ] e Bob [116 ] nunca conseguiram ir bem em simples. Tem uma diferença importante de qualidade de jogador. Os Bryan são muito respeitáveis e acho que superarão esse recorde de Grand Slams, mas, como jogadores, os Woodies foram bem melhores.

GE.net – Soube que você gosta de música latina. Já conheceu alguma coisa da música brasileira?

Orsanic – Sim, sim. Eu gosto mesmo de música latina, de música caribenha e rock argentino. Sou muito ruim, mas gosto de dançar também. Ainda não conheci muita música brasileira. O Thomaz está se encarregando de me mostrar alguma coisa para que eu possa apreciar mais.

GE.net – Como técnico do Thomaz, certamente você vai sofrer menos do que como torcedor do River Plate…

Orsanic – É um tema complicado falar do River agora. Estamos na Segunda Divisão e lutando para voltar à Primeira, que é onde o River merece estar.

‘NÃO POSSO DEIXAR A ANSIEDADE TOMAR CONTA’

Tenho plenas condições de fazer uma boa campanha e preciso pensar jogo a jogo. Não posso deixar a ansiedade tomar conta de mim, ficar pensando muito no título e deixar que os jogos que parecem mais fáceis se compliquem. Se eu conseguir jogar bem e com a cabeça boa, posso chegar longe. Já estou acostumado a lidar com a expectativa tanto da imprensa, quanto da torcida, dos familiares e dos amigos. Sempre treinei em São Paulo, então estou super acostumado a jogar aqui. Além de me sentir bem, tenho o incentivo da torcida, da minha família e dos meus amigos. Tudo isso faz com que eu ganhe ainda mais motivação. Os espanhóis são muito fortes no saibro e o Gilles Simon é imprevisível nessa superfície. O torneio está bem nivelado e não tem favorito. Qualquer um pode ser campeão.

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