Barcelona, 27 jun (EFE).- O Serviço Especial de Crimes Financeiros da Promotoria de Barcelona acusa o atacante camaronês Samuel Eto’o de ter sonegado cerca de 3,5 milhões de euros (pouco mais de R$ 9 milhões) no período entre 2006 e 2009.
Na época, o jogador, que atualmente joga no Anzhi, da Rússia, atuava pelo Barcelona. Os valores são referentes a direitos de imagens recebidos junto ao clube e receitas provenientes de patrocínio da marca esportiva Puma.
Segundo a denúncia do Ministério Público, que a Agência Efe teve acesso, o camaronês deveria ter incluído os recursos como ‘rendimentos de capital móvel, em suas declarações de imposto de renda’.
No entendo, Eto’o fingiu que tais direitos de imagem haviam sido cedidos a duas empresas residentes na Hungria e Espanha, visando reduzir de forma fraudulenta os tributos que recairiam sobre seus recebimentos.
‘As rendas desviadas para a empresa na Hungria não foram objeto de tributação na Espanha, enquanto as desviadas para a empresa residente na Espanha foi tributada de forma inferior’, argumenta a promotoria.
Desta empresas, a espanhola Bulte 2002 Empresarial SL e a húngara Tradesport and Marketing KFT, são administradas respectivamente por José María Mesalles e Manuel de Jesús Lastre, que também são implicados como ‘colaboradores imprescindíveis’ para que o jogador pudesse realizar a fraude.
Mesalles, inclusive, foi durante anos o representante legal do atacante, seu assessor fiscal e homem de confiança. Sobre ele, há um processo movido pelo próprio Eto’o por apropriação indevida e falsificação de documentos.
O camaronês acusa o Mesalles de ter se apropriado de parte do seu patrimônio, justamente através da Bulte 2002 Empresarial, a qual o advogado era o administrador único e acionista majoritário.
Em todo o caso, apesar da promotoria entender a irregularidade na empresa, aponta que Eto’o tentou burlar o fisco. Por isso, foi aberto processo contra o jogador e os dois empresários apontados como seus ‘testas de ferro’.
Caso seja condenado pelos quatro delitos que é acusado, Eto’o pode receber pena de 1 a 5 anos de prisão e multa até seis vezes maior que o valor sonegado. EFE