O espanhol Pedro De La Rosa, confirmado como titular da Hispania no ano que vem, não está contente com a previsibilidade da Fórmula 1. Ele acredita que a categoria está ficando muito parecida com o Campeonato Espanhol, polarizado entre os gigantes Real Madrid e Barcelona.
O experiente piloto lembrou a decisão de 2008, quando o brasileiro Felipe Massa terminou a corrida como campeão, mas o britânico Lewis Hamilton ultrapassou o alemão Timo Glock na última curva e ficou com o título. Ano passado também foi citado, pois o Mundial chegou àetapa final com quatro pretendentes.
Este ano, o alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, conquistou o título com quatro provas antecedência e grande vantagem para o segundo colocado Jenson Button, da McLaren. Foram 122 pontos de diferença. Para o ano que vem, a grande novidade tecnológica da equipe, o difusor aquecido, foi proibida. Mesmo assim, De La Rosa acredita que o time de projetistas liderado por Adrian Newey vai surpreender mais uma vez.
‘A gente quer a emoção de não saber quem ganhará o campeonato até a última corrida e se puder na última curva da última volta. O risco é que ocorra com a F-1 o mesmo que está acontecendo com o futebol espanhol há várias temporadas. Barcelona e Real Madrid ganham todas suas partidas, com placares que parecem partidas de tênis. Isso é chato porque o único interesse real vai se polarizando em torno de duas únicas partidas (os Superclássicos) e o resultado é previsível’, argumentou.
No começo da temporada, as corridas foram movimentadas pelos novos pneus Pirelli e pelas asas móveis, mas o espanhol acredita que não foi suficiente. ‘Tivemos 1120 ultrapassagens e portanto uma melhora considerável no espetáculo, mas as audiências indicam que não é suficiente para transformar a F-1 em um esporte imprevisível. Esses avanços têm que ser decisivos’, encerrou.