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Corintiano que parou Pelé pede três marcadores em volta de Neymar

Por Da Redação
12 jun 2012, 08h02

‘Se deixar o menino jogar, ele desequilibra’. Quem opina aparentemente como qualquer um sobre Neymar é Luiz Carlos Galter, o menino que em 1968 parou Pelé, na quebra do tabu de 11 anos sem vitória do Corinthians sobre o Santos no Campeonato Paulista. Hoje aos 64 anos, o ex-zagueiro que quis desistir em cima da hora do primeiro confronto com o ‘rei’ – e foi demovido da ideia pelo presidente do clube – se mostra preocupado com o que a joia santista possa aprontar nas semifinais da Copa Libertadores.

‘Onde ele cair, tem que ter alguém. Ele não pode ter espaço, tem que povoar o setor. Pegou na bola, tem que ter um, dois ou três caras naquela região, para ele ter dificuldade. Alguém dá o combate, e os outros ficam de olho. O Neymar não pode dominar. Talvez o Jorge Henrique possa voltar para ajudar, e o volante fechar um pouquinho a jogada’, comentou o ex-jogador, em entrevista concedida à GE.Net na segunda-feira, a dois dias da primeira partida entre os rivais, marcada para a Vila Belmiro.Luiz Carlos fala com o conhecimento de quem, com 20 anos, encarou um Pelé oito anos mais velho e já bicampeão mundial pela Seleção Brasileira. E costuma ser citado pelo ex-atacante como um de seus maiores marcadores, em história que começou em 6 de março de 1968, numa Quarta-Feira de Cinzas, com 2 a 0 para o Corinthians – gols de Paulo Borges e Flávio.

‘Nunca tinha visto o Pelé de perto. Era meu primeiro ano de fato como titular, eu era fã do Santos e ia enfrentá-lo pela primeira vez, com aquela coisa toda de tabu de mais de uma década (ou 22 jogos) a semana inteira. Diziam para eu ter cuidado com o Pelé, falavam para fazer isso, aquilo. E eu pensava: ‘caramba’. Dormi mal. No dia do jogo, eu estava aquecendo no Pacaembu, todos continuaram a falar do Pelé para mim, eu peguei e falei que não ia jogar mais’, recorda.

O então presidente Wadih Helu foi o responsável por convencê-lo a enfrentar o medo e subir a campo, até porque a súmula já havia sido assinada. ‘Quando pisei no gramado, me veio uma paz de espírito, uma tranquilidade… Eu era garoto e comecei a pensar ‘o Pelé não tem nada que eu não tenha, sou maior do que ele, hoje o pau vai comer’. Encarei ele de igual para igual e fui feliz. Fui eleito com unanimidade pela imprensa o melhor jogador da partida. Mas todo o time jogou muita bola. Foi uma partida memorável’, completa.Ao fim do ‘choque-tabu’, Pelé, cujo primeiro chute ao gol de Diogo havia saído aos 43 minutos, rendeu-se à atuação corintiana. ‘Não joguei mal, acho que joguei bem. Acontece que o Corinthians fez uma partida das melhores, sua defesa foi extraordinária e todo o time mereceu o triunfo’, analisou, ainda em campo, após ter ficado pequeno diante do ‘menino’ Luiz Carlos, que lhe deu pernadas e impediu seus passos, conforme A Gazeta Esportiva.

‘Foi uma época diferente. Eu cansei de combater o Pelé e o Ditão pegar o Coutinho, sendo que atrás da gente não tinha ninguém. Hoje é difícil ocorrer isso. É o meio-campo que combate, tanto que não tem mais duelo entre zagueiro e atacante. Na minha época ficava marcado, era eu e o Pelé. Agora o adversário precisa antes passar pelo meio, que é congestionado. Mudou’, compara o ex-defensor, para justificar a opinião de que Neymar não deve receber marcação individual.

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Seria arriscado, argumenta, um combatente específico do camisa 11 do Santos ficar rapidamente pendurado com cartão amarelo, mais tarde ser expulso e deixar a equipe em desvantagem. Por outro lado, Neymar, ‘que gosta de exagerar nas firulas à frente do beque’, pode ser freado pela defesa nestas semifinais, segundo Luiz Carlos, se encaixada uma boa pressão.

‘No mano a mano ele vai passar, vai cavar falta, porque ele é muito habilidoso. Mas acredito que o Corinthians possa pará-lo, sim. No Paulista desse ano, sem o time completo, perdeu por 1 a 0, na Vila. É que ele requer cuidado, como aconteceu com os times do exterior que enfrentaram o Santos. Ele não dominou sozinho, não bateu sozinho com um jogador’, prevê o quarto-zagueiro aposentado, apostando no coletivo corintiano frente aos talentos santistas.

‘O Leandro Castán está jogando muito, e o Chicão seria um grande zagueiro, o que atrapalha é a estatura (tem 1,80m). Hoje em dia ele é baixo para a posição, eu seria também (com 1,82m), teria que jogar com três zagueiros. Mas a zaga tem ajuda do Fábio Santos, que tem estatura razoável, do Ralf, com boa impulsão também… Vão ser dois jogos equilibrados, e o primeiro é muito importante. Os dois times se equivalem. O Santos tem algumas peças que podem desequilibrar, e o Corinthians tem a força do conjunto’, conclui aquele que um dia parou o ‘rei’.

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