Nascido na República Dominicana, o ex-pivô José Vargas adotou o Brasil como a sua casa. Atualmente, vive em Franca (interior paulista), é diretor de esportes da cidade e viu neste sábado os dois países de sua preferência decidirem a vaga para os Jogos Olímpicos de Londres-2012 na modalidade que o consagrou: o basquete.
‘Hoje eu fiquei com o coração dividido, não queria que Brasil e República Dominicana estivessem se encontrado justamente no jogo que valia a vaga na Olimpíada’, comentou Vargas, que marcou história no basquete nacional principalmente com as camisas de Franca e Vasco. ‘Mas acho que o Brasil mereceu, foi consciente no fim do jogo, quando a República Dominicana pecou em alguns momentos’, emendou.
Para Vargas, a atuação do técnico Rubén Magnano foi decisiva para a evolução do basquete brasileiro, que vinha sob a sombra de não jogar a Olimpíada desde 1996. O argentino foi obrigado a desenvolver um trabalho sem grandes estrelas como Leandrinho, Anderson Varejão e Nenê, que não disputaram o torneio na Argentina.
‘Essa comissão técnica soube administrar as situações mais difíceis, soube contornar problemas’, disse Vargas, que seguiu. ‘O Magnano teve mérito, por exemplo, em resgatar o Marquinhos, que chegou a ser descartado por outros técnicos’, completou.
Dentro de quadra, o Brasil contou neste sábado com ótimas atuações do armador Marcelinho Huertas e do veterano Marcelinho Machado – juntos, eles marcaram 39 pontos. Vargas também ficou satisfeito em ver a personalidade do pivô Rafael Hettsheimer.
‘Esse menino foi uma das revelações e teve muita personalidade para jogar hoje (sábado). A República Dominicana tem historicamente muita força dentro do garrafão e ele enfrentou os adversários’, exaltou.
O Brasil obteve a vaga nos Jogos Olímpicos ao superar a fase semifinal da Copa América, disputada em Mar Del Plata. Neste sábado, impôs o placar de 83 a 76 na República Dominicana, único adversário que havia derrotado o time verde-amarelo na etapa de classificação.