A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) prestou uma homenagem às mulheres, nesta terça-feira, em São Paulo. A entidade lançou o livro ‘Mulheres no Pódio – a empolgante história das atletas brasileiras’ e ainda premiou as esportistas que foram ao pódio em Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais com a medalha Aída dos Santos, em homenagem à atleta que foi a quarta colocada no salto em distância nos Jogos de Tóquio-1964.
Ao todo, 13 esportistas receberam a medalha Aída dos Santos, em três categorias diferentes. A comenda de grau ouro foi dada às atletas que foram ao pódio em Jogos Olímpicos ou Mundiais: Maurren Maggi, campeã das Olimpíadas de Pequim-2008, e Fabiana Murer, ouro no Mundial de Daegu-2011.
A de prata foi para as medalhistas em Mundiais Indoor e Copas do Mundo, Keila Costa e Luciana Paula. Já a de bronze foi para as nove brasileiras que já subiram ao pódio em Mundiais das categorias de base.
‘É muito gratificante, emocionante. E eu não sabia a grandeza dessa homenagem, foi uma surpresa e me emocionou bastante’ , disse Aída dos Santos, cuja fotografia também está na capa da publicação lançada pela entidade nesta terça-feira com perfis das principais atletas da modalidade.
Aída fez história nas Olimpíadas de Tóquio ao viajar como a única mulher da delegação brasileira. Sem técnico e sem material de competição, ela precisou pegar uma sapatilha emprestada para competir no salto em altura. Surpreendeu quando conseguiu uma vaga na final e se tornou sensação ao ficar no quarto lugar, superada apenas pela romena Iolanda Balas, a australiana Michele Brown e a soviética Taisia Chenchik.
Quatro anos depois, ela foi aos Jogos Olímpicos da Cidade do México, competindo no pentatlo, que foi vencido por Ingrid Becker da Alemanhã Ocidental. Em Munique-1972, ela tinha índice, mas uma lesão impediu que ela viajasse para suas terceiras Olimpíadas. Nos Jogos Pan-americanos, ela tem dois bronzes no pentatlo, em Winnipeg-1967 e Cali-1971.
‘Todo mundo tinha técnico, eu não tinha. A Iolanda Balas tinha três técnicos, um para olhar a corrida, outro para saber a impulsão e outro da queda. Eu não tinha ninguém e mesmo assim cheguei perto. Fiquei em quarto sendo a única sem técnico, para mim teve sabor de vitória’, disse Aída, mãe da jogadora de vôlei Valeskinha, ouro em Pequim-2008.
O livro em homenagem às mulheres é o primeiro de uma série CBAt, que planeja em breve realizar publicações sobre a história do País nas Olimpíadas e também com relatos dos Jogos Olímpicos Latino-americanos de 1922 no Rio de Janeiro, competição considerada um dos protótipos do Pan.
‘Mulheres no Pódio – a empolgante história das atletas brasileiras’ apresenta perfis de dez atletas brasileiras, com destaque para Aída, Maurren, Fabiana, Keila e Luciana. Orlane dos Santos, Magnólia Figueiredo, Carmem de Oliveira, Esmeralda de Jesus e Márcia Narloch são as outras perfiladas.