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Carlinhos, o indiozinho condá de Chapecó que emocionou o Brasil

Mascote da Chapecoense tinha o goleiro Danilo como ídolo e dorme todos os dias com uma bola que ganhou do ex-presidente do clube

Por Luiz Felipe Castro, de Chapecó
Atualizado em 2 dez 2016, 18h53 - Publicado em 2 dez 2016, 18h40

A imagem de uma criança de cinco anos, vestida com um enorme cocar e chorando no colo do pai pela tragédia em Medellín, deu volta ao mundo nos últimos dias. O menino foi uma das atrações na cerimônia de homenagem da quarta-feira e, como um autêntico mascote, regeu a torcida na Arena Condá. Carlos Miguel Garcia, o Carlinhos, ainda não entende bem o que aconteceu no último dia 29. Sabe que não verá novamente o ídolo Danilo, mas  sonha em também ser goleiro da Chapecoense um dia. Enquanto Carlinhos batia bola com a mãe no gramado da Arena Condá, o pai, Alesandro Garcia, contou, nesta sexta, como o filho se transformou em uma celebridade na cidade.

O pai de Carlinhos é de Chapecó e fundou, em 1995, a Raça Verde, uma torcida organizada do clube. Como o mascote da equipe é um índio, em alusão à aldeia Condá, a reserva indígena do município, Alesandro teve a ideia de comprar um cocar para usar no estádio.  “Em 2009, comprei esse cocar de índios equatorianos, de descendência inca, que passaram  por aqui. Incomodei tanto esses índios, que acho que me venderam para se livrar de mim. Mas superfaturaram, paguei uns 1.000 reais.”

Menina com cocar é vista na Arena Condá, em Chapecó (SC), durante homenagens ao clube catarinense após aeronave que transportava a delegação cair na Colômbia - 29/11/2016
Alesandro consola o menino Carlinhos no dia 29 (Ivan Pacheco/VEJA.com)

O presente passou de pai para filho em 2013, quando Alesandro achou que Carlinhos, então com dois anos, já poderia assistir à Chape pela primeira vez. “Ele já tinha o uniforme e aí me perguntou: ‘Pai, o que é esse bicho?’ Expliquei que era um cocar e ele quis usar. Ficou bonitinho”. Pela amizade com a diretoria do clube, Alesandro conseguiu fazer Carlinhos entrar, junto com o mascote adulto do clube, em algumas oportunidades. A fama chegou em 2014, depois de uma goleada sobre o Inter.

“Ele apareceu no Instagram da Fifa, uma imagem linda, teve milhares de curtidas. Depois disso, foi efetivado como mascotinho e vai a todos os jogos.” O garoto de sorriso fácil integra as categorias infantis da Chapecoense e ainda não se decidiu se quer ser goleiro ou atacante. “Ele começou no gol porque o ídolo dele era o Danilo. Depois começou a entrar nos jogos junto com o Cleber Santana, começou a admirá-lo, e também quis jogar na linha. Quando chega da escolinha ele me conta que fez várias defesas e vários golaços.”

O pai garante que o amor pela Chapecoense parte do menino. “A gente não força nada. Ele está na escolinha e é mascote porque adora.” Tanto Alesandro como Carlinhos estão recebendo ajuda psicológica do clube depois do acidente. “Os psicólogos nos orientaram a sempre falar a verdade para o Carlinhos. Ele sabe que eles morreram, mas não entende direito. Quando pergunta sobre o ‘tio Danilo’, falo sobre as boas lembranças, e depois saímos para tomar um sorvete, tento ocupar a cabeça dele.”

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Carlinhos, com o uniforme verde da Chapecoense e sem o cocar, não quis muito papo. “Vamos jogar bola?”, perguntou a cada um dos jornalistas no gramado. O mascotinho passou longos minutos chutando a bola – que ganhou de presente do ex-presidente do clube, Sandro Pallaoro, morto na tragédia, e com a qual dorme todas as noites em seu berço – e fez bico quando o pai o levou para almoçar. A casa do menino é mesmo a Arena Condá.

 

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