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Campeão em 2005, Julio Cesar tem reconhecimento tardio pelo 2 título

Por Da Redação
4 dez 2011, 18h31

O título brasileiro ganho neste domingo foi o segundo de Julio Cesar pelo Corinthians. A diferença é que no primeiro, em 2005, ele era reserva e entrou em campo apenas uma vez. Seis anos depois, agora camisa 1, ele venceu as críticas e, enfim, marcou de vez seu nome no clube, desvencilhando-se de fantasmas que o rondaram durante toda a temporada de 2011.

Revelado nas categorias de base do Parque São Jorge, o jogador teve pela frente uma enxurrada de questionamentos a respeito de seu potencial debaixo das traves. ‘É preciso ter maturidade na hora em que vem a desconfiança, a cobrança. Tive tranquilidade e trabalhei bastante. Meu treinador (Mauri Costa Lima) e o Tite (técnico da equipe) ajudaram muito. Nessas horas, a família é importante, porque foi um momento muito difícil mesmo’, diz o prata da casa.

O ano começou mal para todo o elenco, incluindo as estrelas Ronaldo e Roberto Carlos, com a eliminação precoce na Copa Libertadores, diante do Tolima, em fevereiro. Já no compromisso seguinte, porém, Julio Cesar foi quem recuperou a auto-estima corintiana, fechando a retaguarda no clássico com o Palmeiras (pelo primeiro turno do Campeonato Paulista), vencido por 1 a 0, com gol do lateral direito Alessandro. Aquela atuação, a qual o goleiro considera a melhor de sua carreira até aqui, foi uma resposta às fortes cobranças de parte da torcida, que dias antes havia até depredado veículos de alguns jogadores e funcionários do clube no CT Joaquim Grava.

Fechou o gol em dois clássicos contra o Palmeiras, no primeiro turno e na semifinal do Campeonato Paulista. No primeiro, a vitória serviu para apagar a eliminação para o Tolima na Copa Libertadores. Já o segundo garantiu a classificação, nos pênaltis, para a decisão estadual. O goleiro também se mostrou focado na chegada de Renan, jovem promessa do Avaí. Sem se preocupar com a especulação de que iria para o banco de reservas, ele continuou trabalhando firme e teve a posição assegurada por Tite. Depois disso, sacrificou-se em prol da equipe na vitória sobre o Botafogo, no primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Nos minutos finais daquele jogo, sofreu luxação exposta no dedo mínimo da mão esquerda, mas continuou em campo para segurar o resultado porque o treinador já havia feito as três alterações permitidas. Também na competição nacional, foi decisivo com grandes defesas durante a magra vitória sobre o Ceará, que serviu para abrir dois pontos do Vasco.

Cometeu falhas pontuais durante o ano, sendo a principal delas na partida de volta da decisão do Campeonato Paulista, em arremate fraco do atacante Neymar, na Vila Belmiro. Se ele não tivesse sofrido o gol, a partida poderia ter sido decidida na prorrogação ou nos pênaltis, já que depois o Corinthians diminuiu a vantagem do time santista, mas acabou derrotado por 2 a 1. A falha decisiva marcou a torcida, que não o perdoou em outros deslizes cometidos na temporada. Como em gol de falta do meia vascaíno Juninho Pernambucano, logo no primeiro minuto de jogo do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, em pleno Pacaembu, e também em gol de falta do América-MG, no returno. Há quem entenda que ele falhou também na derrota para o Palmeiras, no clássico do Brasileiro, ao sair errado do gol e deixar a meta livre para que Luan empurasse para a rede e empatasse o duelo – na sequência, o rival viraria o placar daquela partida, a qual encerrava a primeira metade do campeonato.

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‘Ter conseguido o resultado positivo para começar a estabilizar novamente nosso time foi muito importante. Com certeza, foi o jogo mais marcante para mim. Foi um jogo bom para mim, para o elenco, para o Tite (cujo cargo estava ameaçado), para o grupo todo’, lembra o arqueiro, que voltaria a ser fundamental diante do maior rival também na semifinal – depois de 1 a 1 no tempo regulamentar, ele classificou o time na decisão por pênaltis. A glória, no entanto, durou pouco, porque Julio Cesar cometeria falha decisiva no segundo jogo da final, em fraco chute de Neymar. A perda do título para o Santos, na Vila Belmiro, reacendeu a desconfiança dos torcedores.

O goleiro ainda cometeu outros erros, entretanto sempre se portou bem diante da cobrança das arquibancadas. Cobrança que ele viu aumentar com a chegada do jovem Renan, contratado junto ao Avaí sob o título de grande promessa, tendo inclusive convocação para a Seleção Brasileira no currículo. O reforço não demorou muito a ter oportunidade – pois Julio Cesar se machucou -, mas se mostrou inseguro e perdeu a condição de segundo reserva para Danilo Fernandes. No retorno ao gol, o titular respondeu bem à confiança de Tite e não mais largou a posição, jogando inclusive com dores no cotovelo. Ele ainda teria que suportar críticas por dois gols de falta (contra Vasco e América-MG) para fechar a temporada com saldo altamente positivo, à frente da defesa menos vazada do campeonato, e esquecendo especulações sobre eventuais novos reforços.

‘Quando se faz um bom trabalho, mas não vem o título, a pressão é maior. Comigo foi assim no Grêmio, no Internacional. A partir de conquistas, começa a se enxergar de uma forma diferente dentro do próprio clube. O Julio está inserido nisso, assim como eu, Paulinho, Ralf… Tem feito grandes trabalhos, mas precisa da faixa de campeão para ser reconhecido’, reconhece Tite.

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