O Apoel Nicósia, modesto time de Chipre que conta com seis brasileiros no seu elenco, foi a grande revelação da Liga dos Campeões ao se classificar para as oitavas de final da competição, nas quais espera surpreender novamente na partida de ida na casa do Lyon, nesta terça-feira.
Aílton, Manduca, Marcinho, William Boaventura, Kaká e Marcelo Oliveira ajudaram a colocar a pequena ilha do mediterrâneo no mapa do futebol europeu ao brilhar com a equipe que, como a seleção brasileira, usa um uniforme amarelo.
O Apoel despertou um enorme entusiasmo neste país de pouco mais de 800.000 habitantes (menos que a região metropolitana de Lyon, onde o time vai jogar nesta terça-feira), ao avançar à oitavas pela primeira vez da sua história, terminando como líder da chave G.
Na fase de grupos, os cipriotas deixaram para trás times com muito mais tradição, o Porto, o Shakhtar Donetsk e o Zenit de São Petersburgo, campeões da Liga Europa em 2011, 2009 e 2008, respectivamente.
Com duas vitórias, três empates e apenas uma derrota, o Apoel mostrou solidez defensiva e realismo no ataque, com os brasileiros Ailton e Manduca responsáveis pela maioria das jogadas ofensivas.
Os dois maiores destaques da equipe esperam estar em forma na partida, já que ainda estão se recuperando de lesões e só voltaram a jogar neste fim de semana.
“Esta é uma oportunidade maravilhosa para nós, será um grande jogo. Todo mundo está focado e todos querem jogar. Vamos dar nosso melhor para trazer um bom resultado da França”, declarou Manduca, catarinense de 31 anos, formado nas categorias de base do Grêmio.
Além das dúvidas sobre o estado de forma de Aílton e Manduca, o técnico sérvio Ivan Jovanovic ainda não sabe se poderá contar com outro brasileiro, o zagueiro Marcelo Oliveira (ex-Grêmio), poupado na última partida disputada pelo clube.
Com um orçamento anual de 12 milhões de euros (dez vezes menos que o do Lyon), o Apoel aposta na experiência de veteranos já rodados por diversos campeonatos europeus, mas que ainda nunca atuaram em competições badaladas como a ‘Champions’.
Na última janela de transferências do inverno europeu, o clube contratou apenas um reforço, o português Helder Sousa, de 34 anos.
“Não podemos comparar o Apoel com as grandes equipes européias. As pessoas consideram nosso desempenho na Liga dos Campeões como normal, mas não é o caso”, explicou Jovanovic, que lamentou o fato do seu time ocupar apenas a segunda posição do campeonato cipriota, um ponto atrás do líder, o AEL Limassol.