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Bolt fala a VEJA: ‘O que Gatlin fez no passado não me interessa’

Em entrevista exclusiva, corredor diz que a suspensão por doping, há alguns anos, de seu maior rival nos 100 metros deve ser ignorada na hora da largada

Por Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 jul 2016, 08h28

Um único ser humano na face da Terra costumava vencê-lo em provas de velocidade: Ricardo Geddes, que depois viraria jogador de futebol, seu amigo de infância em Sherwood Content, na Jamaica. É verdade que você chorava depois das derrotas? Sim, houve um tempo em que ele costumava me vencer. Acho, porém, que meu talento ainda estava dormente. Éramos amigos, muito amigos. Mas é difícil esquecer aquelas derrotas.

Por quê? Sou uma pessoa competitiva em tudo o que faço. Se acredito não ser bom em alguma coisa, nem começo a praticá-la. Tênis, por exemplo, não jogo. Não sou bom. Mas, se me chamam para o futebol, vou sem vacilar. Sou um ótimo artilheiro.

Soa quase inacreditável que o homem mais rápido do mundo tenha vindo de uma cidadezinha tão pacata, lenta como as do interior mais profundo do Brasil… Pois é, agradeça a meus pais, amantes de críquete, mas que logo perceberam minha aptidão para correr. Quando criança, diziam que eu era muito agitado, mas faz muito tempo… Sou um pouco como a cidade onde cresci, bem tranquilo. Mas admito que possa parecer surpreendente essa contradição: extremos opostos, o que me tornou famoso, a rapidez, e de onde vim, a lentidão.

Qual é sua ambição no Rio? Se conquistar o tricampeonato olímpico nos 100 e nos 200 metros, além do revezamento 4 x 100, terei feito algo que ninguém conseguiu. Aí serei realmente grande, do tamanho de Pelé e Muhammad Ali.

As chances são grandes? Estou treinando forte para isso. Quero ser o melhor. É o que me faz acordar cedo todos os dias.

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Algum atleta em atividade pode bater seu recorde mundial nos 100 metros, de 9s58? Não, agora não. No futuro, quem sabe — e espero que seja num futuro bem longínquo.

Qual seria o menor tempo possível para os 100 metros? O limite é 9s40, eu acho. Já nos 200 metros, dá para ir abaixo dos 19 segundos cravados. Meu recorde é de 19s19.

Esses recordes serão batidos no Rio? Nos 100 metros, não. Nos 200 metros, se tudo acontecer como o planejado, poderei ser a primeira pessoa a correr abaixo de 19 segundos.

A sombra do doping é um incômodo? É triste perceber que damos dois passos para a frente, em desempenho, e logo há três passos para trás. É muito ruim para o esporte. Tudo o que posso fazer é continuar a ser rápido, continuar mostrando aos jovens que dá para vencer sem usar substâncias, trabalhando duro, simples assim.

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Um dos favoritos nos 100 metros, dono do melhor tempo do ano, é o americano Justin Gatlin, que foi punido com suspensão por doping. Tudo bem, para você, estar ao lado dele na largada? Se ele está alinhado, e vai competir, não tenho restrição. Se a Federação Internacional de Atletismo autoriza a presença dele, não posso reclamar. Sigo as regras. O que Gatlin fez no passado não me interessa.

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