Brasília, 6 mar (EFE).- O presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu nesta terça-feira desculpas ao Governo brasileiro, em particular à presidente Dilma Rousseff, pelos recentes problemas entre o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, e a organização da Copa do Mundo de 2014, os quais chamou de mal-entendido.
‘Meu único comentário em relação a esse assunto é pedir desculpas a todos aqueles que tiveram sua honra e orgulho feridos, especialmente ao Governo brasileiro e à presidente Dilma Rousseff’, declarou Blatter em carta enviada ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
Na sexta-feira, Valcke criticou em Londres as demoras dos trabalhos de infraestrutura para o Mundial e disse em seu discurso em francês que o Brasil precisa de ‘um pontapé no traseiro’ para acelerar as obras, situação que provocou uma reação por parte do Governo.
Em uma carta oficial dirigida a Blatter, Rebelo pediu na segunda-feira à Fifa que Valcke seja substituído como interlocutor da entidade com o Governo, decisão que já havia sido antecipada pelo ministro no último sábado.
‘São expressões impróprias para tratar das relações entre a entidade e um país’, disse Rebelo, que classificou como ‘ofensivas’ e ‘inaceitáveis’ as palavras do secretário-geral.
Na carta desta terça-feira, Blatter afirmou que está confiante que o Brasil ‘realizará uma Copa extraordinária’ e expressou seu desejo de visitar o país na próxima semana, como um gesto de fortalecimento das relações.
Na segunda-feira, em carta similar, Valcke se desculpou publicamente e afirmou que as supostas declarações nas quais criticava a demora nas obras foram mal interpretadas.
Depois das declarações do secretário-geral da Fifa, várias autoridades brasileiras se pronunciaram a respeito e criticaram o mesmo, como o assessor de Relações Exteriores da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que chamou o secretário de ‘vagabundo’.
O presidente do Senado, José Sarney, e uma comissão especial da Câmara dos Deputados, que discutem a Lei Geral da Copa, também repudiaram a atitude do secretário da Fifa, afirmando que foi uma ‘intromissão grosseira e inaceitável’. EFE