O catariano Mohamed Bin Hammam, ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), suspenso de forma vitalícia por corrupção, criticou nesta segunda-feira o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, por influenciar as decisões do Comitê de Ética da entidade.
“No dia 25 de julho, dois dias após minha suspensão vitalícia, Jerôme Valcke enviou uma carta aos membros da Confederação caribenha determinando que todos admitissem ter recebido suborno, sob ameaça de abrir um inquérito”, acusou o catariano.
O dirigente publicou uma reprodução da carta, autenticada pela Fifa, na qual Valcke não usa esses termos, mas pede para que todas as pessoas que souberem de alguma coisa se manifestem.
“Ao analisar os termos da carta, podemos perceber quem tem poder e que toma as decisões no Comitê de Ética da Fifa”, comenta Bin Hammam em seu blog.
“Estou surpreso por essas declarações”, comentou Valcke num comunicado enviado pela Fifa. “Sinceramente, isso é um golpe baixo. Os fatos demonstram claramente que eu agi a mando do vice-presidente, respeitando sempre o código de ética da entidade”.
Bin Hammam recorreu da sua suspensão vitalícia, que foi decidida no dia 23 de julho. Ele foi acusado de ter comprado votos durante uma reunião da Confederação do futebol Caribenho na qual teria distribuído envelopes com 40.000 dolares.
O escândalo estourou no final do mês de maio, logo antes da eleição para presidente da Fifa, na qual o catariano era o único candidato de oposição a Joseph Blatter.
O suíço foi reeleito já que Bin Hammam acabou desistindo da disputa pelo cargo na véspera da sua audiência diante da comissão de ética, no dia 29 de maio.