Jaime Oncins chegou a ser nomeado capitão do Brasil na Copa Davis em 2004, mas renunciou logo em seguida diante do boicote dos jogadores, insatisfeitos com a decisão de Nelson Nastás, então presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), de demitir Ricardo Acioly. Após a frustração, o atual técnico do português Gastão Elias evita pensar em um retorno à equipe nacional.
‘Eu faço meu trabalho com o Gastão. Agora, é nisso que estou focado. Penso em ser bom no que faço e minha preocupação neste momento é fazer o Gastão ser o melhor possível. O assunto Davis já não é do meu controle, é uma coisa que eu não fico mais pensando’, afirmou Oncins durante o Challenger de Campinas.
Nas edições de 1992 e 2000 da Copa Davis, o Brasil disputou as semifinais. Único tenista a participar das duas campanhas, ele assume que sente falta do tradicional torneio por nações, ainda que não tenha planos traçados para voltar a participar.
‘A Davis é uma coisa muito especial. Sempre que me perguntam se sinto falta do Circuito, eu respondo que a única coisa que me dá saudade é a Copa Davis, porque é algo que mexe muito comigo. Ter a chance de jogar por equipe, de representar o país, o Brasil inteiro acompanhando. É muito bom’, afirmou.
Na semifinal de 1992, ao lado de Fernando Roese, Luiz Mattar e Cássio Motta, ele foi derrotado por 5 a 0 pelos suíços Marc Rosset e Jakob Hlasek. Oito anos depois, com Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni e André Sá, perdeu pelo mesmo placar dos australianos Patrick Rafter, Lleyton Hewitt, Sandon Stolle e Mark Woodforde. ‘Foram duas fases diferentes. Em 1992, eu jogava simples e em 2000, duplas. As duas foram sensacionais, duas experiências incríveis. Contra a Suíça, jogamos num carpete muito rápido. Contra a Austrália, na grama. É difícil escolher só algum momento das semifinais. Todos foram especiais’, lembrou Oncins.
Em simples, ele foi o 34do mundo no ano de 1993, feito superado por apenas seis brasileiros. Dono de dois títulos, é um dos sete tenistas do País que já ganharam torneios na ATP. Em duplas, conta com cinco taças e figurou no 22posto em 2000. Na Copa Davis, Jaime Oncins colecionou 23 vitórias e 14 derrotas entre as temporadas de 1991 e 2001.
Afastado do Grupo Mundial da Copa Davis desde 2003, quando ainda contava com Gustavo Kuerten, o Brasil perdeu para a Rússia por 3 a 2 em sua sexta tentativa frustrada de retornar à elite, a segunda sob o comando de João Zwetsch. Oncins estava ao lado de Gastão Elias no Challenger de Belo Horizonte na última semana e sofreu à distância.
ONCINS NÃO VIU FIM DE BELLUCCI
No momento em que Thomaz Bellucci brigava com Mikhail Youzhny para recolocar o Brasil na elite, Jaime Oncins estava ao lado de Gastão Elias na decisão do Challenger de Belo Horizonte, na manhã de domingo.
‘Quando o Gastão entrou para disputar a final, o jogo do Bellucci estava 9/9 no quinto set. Fiquei dividido: queria ver como acabaria a partida na Rússia, mas precisei acompanhar o Gastão’, contou Jaime Oncins.
No final das contas, os resultados não foram favoráveis ao ex-tenista. Na Rússia, após cinco horas, Youzhny venceu com parciais de 2/6, 6/3, 5/7, 6/4 e 14/12. Em Belo Horizonte, o brasileiro Júlio Silva bateu o português com um duplo 6/4.
‘Nunca estivemos tão perto, faltou um ponto. Dessa vez, gostei bastante do que vi. O Thomaz jogou muito bem tanto no primeiro, como no último dia. Quando o jogo fica naquele 8/8, 9/9 e 10/10, pode ir para qualquer lugar. Não é uma coisa que tem muita lógica. Já o Ricardinho [Mello] fez o que estava ao alcance dele’, declarou.
O Brasil tem três possíveis adversários para o próximo confronto da Copa Davis, em abril de 2012. Ainda nesta temporada, Colômbia e México duelam para em seguida enfrentar o Equador. O ganhador do embate pega o time de João Zwetsch. Para Oncins, a equipe não terá grandes dificuldades de disputar o playoff do Grupo Mundial novamente.
‘O Brasil possui um time forte e sempre vai ter a possibilidade de jogar a repescagem. Já tivemos muitas chances, estamos perto em todos os anos. Contra o Equador, todo mundo achava que já estava classificado. Contra a Índia, depois do 2 a 0, foi a mesma coisa. Agora, quando ninguém acreditava, foi quando estivemos mais próximos’, disse.