Velório de Oscar Niemeyer é aberto ao público no Rio
Arquiteto, que morreu na noite de quarta-feira, será enterrado nesta sexta
Depois de uma cerimônia restrita a familiares e amigos, durante a madrugada, o velório de Oscar Niemeyer foi aberto ao público no Rio de Janeiro, por volta das 8h30 desta sexta-feira. Até as 15 horas, o público poderá se despedir do arquiteto no salão principal do Palácio da Cidade, sede da prefeitura, na zona sul da cidade.
Ainda com os portões fechados, o governador Sérgio Cabral, o vice, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito, Eduardo Paes, prestaram sua homenagem. A primeira a entrar após a abertura da visitação foi a estudante de arquitetura Gisela Aguiar. Nascida em Brasília e moradora do Rio, ela se diz fã do arquiteto que influenciou sua escolha profissional. “Ele sempre me inspirou e é um exemplo a ser seguido”, disse, em sua despedida.
O poeta Ferreira Gullar também foi se despedir do amigo. “É uma perda, embora previsível, irreparável para o Brasil. Estou muito triste. Sentirei eterna saudade.” Muito emocionado, ele se debruçou sobre o caixão coberto pela bandeira do Brasil e chorou.
De Minas Gerais, o governador Antonio Anastasia chegou ao Palácio da Cidade acompanhado de Maristela Kubitschek, filha do ex-presidente JK. “Estou aqui em nome de todos os mineiros, para prestar um tributo ao gênio Oscar Niemeyer. Devemos muito a ele”, declarou, exaltando duas das duas principais obras do arquiteto na capital mineira: a Igreja da Pampulha e a Cidade Administrativa, sede do governo.
Galeria de fotos: As principais obras de Oscar Niemeyer
Enterro – Por volta das 15 horas, foi encerrada a visitação pública e às 16h25 deu-se início a um ato inter-religioso, com a participação dos padres Omar e Jorjão, do rabino Nilton Bonder e do pastor Mozart. Ao fim da cerimônia, os presentes cantaram o Hino Internacional Socialista e saudaram o arquiteto com palmas.
Em um carro do Corpo de Bombeiros, o caixão será levado para o Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde ocorre o sepultamento. Niemeyer será enterrado no mausoléu da família, ao lado da filha, Anna Maria, que morreu em junho. As 45 coroas de flores serão levadas para o local – incluindo as enviadas pelos ditadores cubanos Raúl e Fidel Castro. Dez batedores acompanham o cortejo.
Niemeyer morreu na noite de quarta-feira, aos 104 anos, por insuficiência respiratória.
(Com reportagem de Leo Pinheiro)
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