Universal Music enfrenta ação coletiva por perda de originais em incêndio
Processo busca indenizar músicos em pelo menos 100 milhões de dólares por fitas destruídas em 2008
O Universal Music Group (UMG) virou alvo de um processo que pode indenizar artistas em pelo menos 100 milhões de dólares pela perda de 500.000 gravações, entre elas fitas originais, em um incêndio em junho de 2008. A destruição das gravações foi revelada por reportagem do jornal The New York Times no último dia 11.
Representantes das bandas Soundgarden e Hole, do cantor Steve Earle, do rapper Tupac Shakur e de uma ex-mulher de Tom Petty afirmam que o UMG arquivou as fitas masters em um “depósito inadequado” dentro do prédio da Universal Studios cujo risco de incêndio era conhecido.
O processo acusa o UMG de quebra de contrato com os artistas por não proteger as fitas e afirma que os músicos têm direito a uma parcela dos valores obtidos pela empresa depois do incêndio, como o do seguro e de um acordo com a NBCUniversal, que era dona do estúdio na época.
Entre os trabalhos que foram destruídos estão os de artistas como Billie Holiday, Louis Armstrong, Bing Crosby, Ella Fitzgerald, Sonny e Cher, Joni Mitchell, Eric Clapton, Elton John, Janet Jackson e Nirvana. As chamadas master recordings são fontes únicas utilizadas para criar vinis, CDs e cópias digitais.
O diretor executivo do UMG, Lucian Grainge, disse que a empresa deve “transparência” aos artistas sobre a destruição provocada pelo incêndio. Desde a revelação do New York Times, porém, a empresa vem minimizando o prejuízo.
“Isso aconteceu há onze anos e as manchetes recentes são apenas barulho”, disse Arnaud de Puyfontaine, diretor executivo da Vivendi, proprietária do UMG, em entrevista à revista Variety, especializada na indústria do entretenimento. A Vivendi, conglomerado de mídia de origem francesa, tenta vender 50% do UMG, maior empresa musical do mundo.
(Com AFP)