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Uma viagem ao berço do rock brasileiro

'Rock Brasília, Era de Ouro', de Vladimir Carvalho, tem pré-estreia no dia em que se completam 15 anos da morte de Renato Russo, figura central do documentário

Por André Gomes, do Rio de Janeiro
11 out 2011, 18h49

O ano era 1986. Caetano Veloso ouvia as canções da Legião Urbana por intermédio do filho e dos amigos dele e não entendia como a garotada se conectava com o repertório da banda, segundo ele, de melodias quebradas e letras demasiadamente extensas. Até que resolveu chamar o grupo para uma participação no programa Chico & Caetano, que apresentava na TV Globo ao lado de Chico Buarque. Ao ver Renato Russo em carne e osso e em movimento, com a descoordenada dança que fazia a embalar os versos de Ainda é Cedo, entendeu imediatamente o motivo da admiração dos jovens por aquele que se tornaria um dos maiores ídolos do rock brasileiro de todos os tempos.

Mesmo que o cantor e letrista da Legião Urbana não seja, declaradamente, a figura central de Rock Brasília – a Era de Ouro, documentário dirigido por Vladimir Carvalho, sua figura se sobrepõe à dos outros entrevistados, de bandas como Capital Inicial e Plebe Rude. Não por acaso, a pré-estreia do filme acontece nesta terça-feira no Rio, no dia em que são completados 15 anos da morte de Russo. O filme tem outras sessões no Festival do Rio e lançamento nacional previsto para 21 de outubro. Uma entrevista inédita feita por Vladimir com Russo em 1988, e outra concedida pelo cantor em 1994 para a MTV, são misturadas a sequências que mostram o explosivo show da Legião em Brasília que terminou em pancadaria no fim dos anos 80, também registradas pelas lentes do diretor, então professor universitário.

O diretor de Rock Brasília, Vladimir de Carvalho, com os músicos Dado Villa Lobos (Legião Urbana), Philippe Seabra (Plebe Rude) e o saxofonista Milton Guedes
O diretor de Rock Brasília, Vladimir de Carvalho, com os músicos Dado Villa Lobos (Legião Urbana), Philippe Seabra (Plebe Rude) e o saxofonista Milton Guedes (VEJA)

Misturando material registrado em lendários shows de bandas a depoimentos antigos e atuais, Carvalho procura situar a essência do rock nascido no cerrado, feito por filhos de diplomatas e de professores universitários. As letras das canções, politicamente engajadas, também são lembradas, assim como episódios que remetem ao período de censura da ditadura militar. Ao lado de Philippe Seabra, vocalista da Plebe Rude, o diretor viaja até a cidade mineira de Patos de Minas, onde a banda fez seu primeiro show fora de Brasília, em 1982, junto com a então recém-formada Legião Urbana. Fanfarrão, Seabra lembra com humor daqueles tempos, mesmo que aquele show acabasse com todos sendo detidos por policiais graças ao teor de canções como Vote em Branco.

Apoiado na força das histórias dos músicos da chamada Turma da Colina, como era conhecido o movimento de bandas de rock nascido em Brasília no final dos anos 70, o documentário seduz aos poucos, à medida que novos e importantes personagens aparecem para dar seus depoimentos sobre o período. Emociona nos relatos sobre a vida de Russo depois do diagnóstico de Aids. Explicita a conturbada relação dos pais dos músicos com os filhos, envoltos numa carreira de incertezas. E se conecta com a audiência ao longo de 111 minutos graças à enorme força do repertório, com os créditos finais orquestrados ao som de Tempo Perdido, da Legião Urbana.

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