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‘Tomara que Caia’ já concorre com ‘Babilônia’ a bomba do ano na TV

Com elenco fraco e piadas sem graça, programa de improviso copiado da antiga MTV é massacrado no Twitter em sua estreia

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 jul 2015, 18h11

Os comerciais já não eram promissores. Na campanha criada para anunciar seu novo humorístico, que estreou neste domingo no lugar do reality show musical SuperStar, a Globo pôs atores como Fabiana Karla e Marcelo Serrado discutindo se a nova atração seria de humor ou um game. Cópia de Quinta Categoria, programa que o coletivo de humoristas Barbixas apresentava na antiga MTV, Tomara que Caia é um pouco dos dois e, ao mesmo tempo, nenhuma das opções. Como resumiu um usuário do Twitter de apelido brenonce – uma singela homenagem à diva pop -, o programa está mais para vergonha alheia (confira os melhores tuítes na lista abaixo).

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A rede de microblogs, aliás, ferveu no fim da noite deste domingo, com piadas muito melhores que as da atração. Ainda que tenha mantido a audiência da Globo no Ibope, no Twitter o programa foi um sucesso mesmo é de maledicência. Os ataques foram tantos, e tão poucos os elogios, que a reação à estreia só pode ser definida como um verdadeiro massacre. Muitos usuários perdoaram Fabiana Karla, Marcelo Serrado e Heloísa Perissé. O restante – Ricardo Tozzi, Nando Cunha, Dani Valente, Priscila Fantim e Eri Johnson – não mereceu sequer uma menção honrosa.

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Justiça seja feita, Fabiana Karla é realmente a melhor peça do mal escalado elenco. E a única que deveria ser mantida. Os demais não mostraram ginga ou criatividade para improvisar, atividade que é o cerne da atração. Para quem não viu Quinta Categoria ou Tomara que Caia (não perdeu nada), vale uma rápida explicação. No programa, há duas equipes que devem criar uma trama pontuada de improvisos, presentes nos desafios colocados pelo público de casa, pela plateia e pela produção – como falar tudo em inglês ou imitar bichas loucas, como se viu neste domingo – e são julgadas pela audiência. Se o público não aprovar o desempenho, o time que está atuando sai para dar lugar à rival, que deve continuar a história de onde a outra parou.

Neste domingo, o improviso se deu no cenário de uma agência de banco, onde foi anunciado um assalto. Um dos times contava com Heloísa Perissé, Priscila Fantim, Eri Johnson e Ricardo Tozzi. O segundo, com Fabiana Karla (no papel de faxineira da agência, o mesmo de Heloísa), Marcelo Serrado (o assaltante, mesmo personagem de Tozzi), Nando Cunha (correntista, como Eri Johnson) e Dani Valente (também cliente, como Priscila Fantim). A cantora Anitta fez uma ponta como policial. E os Barbixas entraram para duas participações — e houve quem torcesse para que assumissem de vez o humorístico.

Com muito boa vontade, pode-se chamar a performance da equipe de Fabiana Karla, a melhorzinha das duas, de sofrível. Nem Anitta, fora de seu habitat, serviu como elemento surpresa capaz de dar um molho ao programa. Não há dúvida de que, se continuar nessa levada, Tomara que Caia será um fortíssimo candidato a tirar de Babilônia o título de bomba do ano na TV. Isso vai ser engraçado.

Quinta Categoria / Tomara que Caia

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Exceto pelo apresentador, o sempre chato Marcos Mion, o Quinta Categoria era dez vezes melhor que o Tomara que Caia, cópia adaptada feita pela Globo do programa dos Barbixas na antiga MTV. Como se pode conferir no vídeo acima, o grupo de humor dá um banho no elenco estrelado da emissora carioca, que convocou nomes como Heloísa Perissé e Eri Johnson para deixar o público com saudade do reality show SuperStar

Marcelo Adnet

O humorista foi revelado em programas da antiga MTV, como o 15 Minutos e o Comédia MTV. A princípio, a ideia da Globo foi colocá-lo para fazer uma série escrita por Fernanda Young e o marido, Alexandre Machado, O Dentista Mascarado, um desastre. A emissora também tentou replicar, no Fantástico, as paródias musicais que eram sucesso na MTV. Não faltou produção, mas tamanho empenho não deu em nada: Adnet soou sem graça no programa de domingo, que ainda tentaria encaixá-lo em um quadro sobre futebol, novamente sem êxito. Adnet só acharia seu caminho ao ganhar liberdade para criar um atração baseda em esquetes curtos à la TV Pirata, a ótima Tá no Ar: A TV na TV.

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Cazé Pecini

Exemplo de atração estragada pela Globo, o ex-VJ Cazé Pecini (ou Peçanha) era um sucesso como um tipo caricato de tiradas inteligentes na antiga MTV, mas soou bobo quando teve de reproduzir seu estilo dentro do padrão Globo de qualidade. Perdeu a espontaneidade e amargou um fracasso retumbante.

Ana Maria Braga

Acredite sem quiser, Ana Maria Braga já foi mais brega do que é hoje. A Globo, ao tirá-la da Record, onde a apresentadora ameaçava a audiência da carioca com o programa Note e Anote, deu uma “gourmetizada” na loira, para usar um termo qu está na moda hoje em dia. A mudança de canal aconteceu em 1999, ano em que a Globo investiu pesado para reforçar a sua grade.

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https://youtube.com/watch?v=UR-uSonOc5E

Luciano Huck

Loucura, loucura, loucura, o apresentador do Caldeirão, da Globo, chamou a atenção de executivos da TV — e da diretora Marlene Mattos, que o levaria para o Rio em 1999 — em um programa recheado de mulheres seminuas, o H, da Band. Na Globo, Luciano Huck passou por uma espécie de higienização: saíram Tiazinha, Feitceira e afins e ele passou a se garantir sozinho no palco.

https://youtube.com/watch?v=24__8RupJ2Q

Jô Soares

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Jô Soares já havia tido seu próprio programa na Globo quando o SBT o contratou, no fim dos anos 1980, para comanadar um talk-show — formato que ele nunca mais abandonaria. Jô passou mais de dez anos na TV paulista, até a Globo chamá-lo de volta, em 1999. 

Fausto Silva

Cria do rádio, Fausto Silva é um improvisador nato e nunca perde o humor. Essas características o acompanham desde o Perdidos na Noite, programa que apresentou em canais como a Record e a Band, de onde foi tirado pela Globo, no final dos anos 1980. 

Xuxa

Não foi só com a novela Pantanal que a TV Manchete despertou a atenção da Globo nos anos 1980. Foi de lá que a emissora carioca tirou um de seus maiores trunfos naquela década, a apresentadora infantil Xuxa. Nesse caso, se viu um upgrade: Xuxa evoluiu muito como apresentadora (confira no vídeo acima) e ainda recebeu a escolta das paquitas, que a ajudaram a controlar a criançada durante os programas. 

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