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‘The Crown’ é retrato detalhista da vida da rainha Elizabeth II

Primeira temporada da série da Netflix mostra de forma vagarosa, mas exuberante, o início do reinado da atual monarca britânica

Por Rafael Aloi Atualizado em 7 nov 2016, 10h08 - Publicado em 4 nov 2016, 12h25

A vida da família real é uma das obsessões dos britânicos, e também de qualquer amante de fofoca no mundo. A Netflix resolveu saciar um pouco dessa curiosidade com a série The Crownque estreia nesta sexta-feira. A produção britânica original do serviço de streaming acompanha vagarosamente, e com muitos detalhes, a vida da rainha Elizabeth II, interpretada por Claire Foy.

A série começa com o rei George VI (Jared Harris), pai de Elizabeth, cuspindo sangue em uma privada. A cena é a primeira indicação do câncer de pulmão do monarca, doença que o levará à morte. A partir daí, o espectador acompanha a jovem, ainda princesa, enquanto recebe lições e tarefas reais do pai e a vê ser enviada para viagens oficiais a outros países como o Quênia, onde recebe a notícia da morte de George — e de que será coroada rainha aos 25 anos.

Os dez primeiros episódios de The Crown focam o início do reinado de Elizabeth II, e não há pressa nenhuma em contá-los. A série não mostra a estrela do título — a coroa propriamente dita — até quase o meio da temporada, quando o objeto entra em cena na reencenação da coroação da rainha, sequência que faz o espectador se sentir dentro da vida da família real.

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É necessário saber um pouco da história britânica, pois o roteiro não tem a intenção de ser didático em relação a nomes e lugares. É um drama majestoso e muito bem produzido, com uma fotografia e direção de arte que encantam os olhos, enquanto o roteiro segue um ritmo vagaroso.

Além dos vestidos, palácios, joias, jantares e dezenas de corgis (a raça de cachorro preferida da monarca), The Crown quer mostrar a transformação da jovem Elizabeth, que aprende aos poucos a abraçar o seu destino. Claire Foy, de Wolf Hall, imprime as nuances da mudança de personalidade da rainha com habilidade. Nesses primeiros anos, ela está insegura de si mesma, e repetidamente tentam manipulá-la. Mas ela mostra que é paciente, e sabe controlar bem o jogo político e midiático. Antes dos 30 anos, já se mostra uma mulher de fibra, que, com apenas um olhar, faz os homens mais poderosos do Reino Unido se envergonharem.

Além de Claire, outros atores que merecem destaque são John Lithgow (Dexter), como Winston Churchill, e Matt Smith (Doctor Who), como o rei Philip, marido de Elizabeth. O consorte da rainha é muitas vezes retratado como uma figura controladora e sutilmente assume um tom de antagonista em algumas cenas. Apesar de dividirem uma história de amor, Philip surge como um personagem que tenta se impor sobre a mulher, simplesmente por ela ser sua esposa, e que se incomoda por ter que submeter sua carreira, vida, e até o sobrenome à importância real da esposa, o que causa embates entre os dois.

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Assim como a recém-terminada Downton Abbey — principal referência atual de uma produção britânica sobre a Inglaterra na metade do século XX –,  The Crown é uma história de uma jovem extremamente forte e teimosa, que mantém sua poderosa família unida através de transições sociais e culturais difíceis da sociedade inglesa. Mas, no fundo, Elizabeth Windsor é uma mulher normal que aceitaria, felizmente, como ela própria diz na série, viver uma vida como “camponesa inglesa comum”.

Quem assina todos os textos dos episódios é Peter Morgan, que possui intimidade com a rotina no Palácio de Buckingham, depois de escrever o filme A Rainha e a peça de teatro The Audience — ambos estrelados pela vencedora do Oscar Hellen Mirren, como Elizabeth II. Em The Crown, ele quer proporcionar uma narrativa dupla, que segue o curso da política britânica na década de 50, costurado aos primeiros dias do reinado. O roteirista, junto com a equipe da Netflix, fez um trabalho de pesquisa extenso para retratar a monarca ainda viva, e não é à toa que quer inserir todos os detalhes possíveis na trama, mesmo que isso crie sequências longas e lentas. A produção, que tem planos para seis temporadas com dez episódios cada uma, às vezes precisa de uma injeção de ânimo e agilidade para inspirar os espectadores a mergulhar em maratona. Mas ainda assim é uma cinebiografia habilidosa e majestosa.

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