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Terry Gilliam foca presente no irregular ‘The Zero Theorem’

Diretor tem sacadas, mas filme não deslancha. Resultado é divertido e fraco

Por Mariane Morisawa, de Veneza
2 set 2013, 21h41

Terry Gilliam, diretor de Os 12 Macacos e O Pescador de Ilusões, diz que The Zero Theorem tem relação com Brazil – O Filme, que lançou em 1984: ambos querem falar sobre o mundo atual. Mas, em ambos, pela chave da alegoria, como viram os jornalistas presentes à sessão de imprensa desta segunda-feira.

Qohen Leth (Christoph Waltz, ‘oscarizado’ por Bastardos Inglórios e Django Livre) vive isolado em uma antiga igreja e espera desesperadamente por um telefonema que vai revelar qual o sentido da vida. Enquanto isso, trabalha em um projeto super secreto para uma agência chamada Gerência, liderada por Matt Damon. E aí a vida do esquisito Qohen vai sendo transformada com a interferência inesperada de outras pessoas, como a sedutora Bainsley (Mélanie Thierry) e o adolescente Bob (Lucas Hedges).

Gilliam costuma sobrepor vários elementos, de maneira bastante barroca. São vários os assuntos discutidos, como os relacionamentos virtuais, o isolamento, o poder das corporações. “A internet concentra todo o conhecimento do mundo, o que é incrível. Mas sempre penso no que ela está fazendo conosco como seres humanos”, disse o diretor americano radicado na Inglaterra, na entrevista coletiva. As atuações são sempre um tom acima, mas o trabalho de Waltz desta vez surpreende negativamente. O diretor tem boas sacadas, como a igreja do Batman Redentor (como ninguém pensou nisso antes?) e uma praça com sinalizações do que não é permitido fazer (surfar, jogar dados, gatos etc. etc. etc.). O resultado é divertido, mas muito irregular.

Abusos – Os relacionamentos violentos foram o foco de dois jovens cineastas. Nesta segunda, o canadense Xavier Dolan, de 24 anos, mostrou Tom à la Ferme, e o grego Alexandros Avranas, 36, exibiu Miss Violence.
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No primeiro, baseado na peça de Michel Marc Bouchard, Tom (interpretado pelo próprio diretor) vai para uma fazenda acompanhar o enterro do namorado e precisa fingir ser apenas um amigo – a mãe não sabia do relacionamento homossexual do filho. O irmão do morto, Francis (Pierre-Yves Cardinal), passa a ameaçá-lo pelos mais variados motivos, sempre de forma bastante violenta. Aos poucos, o protagonista vai descobrindo os segredos daquela família. Dolan usa uma atmosfera de suspense, bem hitchcockiana, para falar da relação de dependência e atração que se desenvolve entre Tom e Francis. O diretor tem boas ideias e constrói algumas cenas surpreendentes, mas também deixa escapar alguns fios interessantes de narrativa.

Miss Violence é baseado em um caso que aconteceu na Alemanha. No dia do seu aniversário de 11 anos, Angeliki pula da varanda do apartamento. A família, formada por um homem, duas mulheres, um menino e duas meninas, parece pouco abalada pelo acontecimento, o que desperta a suspeita do serviço social. Avranas vai revelando as pequenas estranhezas daquela casa, em que o pai controla até a quantidade de cereal comida no café da manhã, para chegar à cruel verdade. O diretor evita criar vilões e vítimas e usa um registro altamente estilizado e desprovido de sentimentalismos, deixando o julgamento para o espectador. É forte e tem muitas chances de ganhar algum prêmio importante.

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